20 de abril de 2004

Cortei o cabelo

ALELUIA! ALELUIA!

Eu já estava considerando a hipótese de ir num salão afro pra fazer uns dreadlocks mas achei mais simples cortar o cabelo mesmo.

Deixa eu contar como foi...

Acordei cedão hoje. Umas 6:30 da madrugada, horário de Brasília. Sinal dos tempos! Fraveu acordando de madrugada.

Tentei acordar de verdade, tomei um banho e fui fazer alguma coisa pra almoçar. Quando eu digo fazer alguma coisa, na verdade é colocar um pouco de batata frita no forno e pegar alguma coisa do freezer, colocar no microondas e girar um botão. Mas já é um avanço!

Hoje eu comi fusili com uns pedacinhos de galinha e um molho apimentado. Errei dessa vez. De pimenta já basta a comida indiana.

Mas vamos lá. Depois disso eu fui pra Portswood Road cortar o cabelo. Essa rua é aquela rua principal que eu contei pra vocês que tem um monte de lojas. Fica a uns 10 minutos a pé daqui de casa.

Cheguei lá com uma pontualidade inglesa - outra novidade na terra da rainha, além de acordar de madrugada chego pontualmente nos lugares, não em todos mas pelo menos dessa vez.

Sentei na cadeira e um senhor me perguntou como eu queria o cabelo. Expliquei a ele mais ou menos como queria e, como em qualquer outro cabelereiro do mundo eu presumo, ele começou a puxar conversa.

Eu falei q era recém-chegado, falei o q vinha fazer aqui e tal. Ele perguntou sobre o Brasil. Perguntou o q mais o Brasil fazia de bom além de jogadores de futebol. Ele perguntou se tinha petróleo (já tão querendo invadir o Brasil!). Eu disse q o nosso petróleo não é pra exportação e q supria quase toda a nossa necessidade. Falei tb do café, da carne, da soja... Falei do turismo e falei das praias da Bahia. Um pouco de propaganda não faz mal a ninguem.

Ele perguntou da violência. Perguntou se eu já tinha sido assaltado com uma arma ou coisa assim. Eu falei q não, graças a Deus. Depois eu me lembrei q estava no carro quando assaltaram o meu pai com um revolver. Mas enfim... Falei q no Rio o problema da violência é grande. Não falei da Rocinha pq ia ser muito complicado explicar toda a história. Poderia ter perguntar se ele assistiu Cidade de Deus. Pela cara do velho ele não assistiu não. Foi melhor ter deixado quieto.

Daí q 5 minutos depois o cara chega com um espelhinho e pergunta se ficou ok. Eu pensei: já acabou?! Falei q tava ok, na verdade o véi fez um V.O. invocado no meu cabelo. Daí ele começou a tirar aquela capa de superhomem colocada ao contrário q põem na gente no salão e se picou pro balcão.

Eu pensei: Vixe! Já acabou a porra!

Fui até o balcão e paguei as 8 libras (40 reais). Nem lavar o cabelo ele lava. Se quisesse o cabelo lavado era mais caro! No Brasil eu pagava 8 reais e passava uma hora cortando cabelo, "lendo" a Playboy e saia de cabelo lavado e creme passado.

Achei q meu cabelo ficou meia boca. Mas qq coisa é melhor q aquele cabelo Mico Leão Black Power Style!

De lá eu passei numa loja q chama Woolworth q estava com liquidação. Parece um pouco com a Americanas. Acabei comprando um par de travesseiros. E pela primeira vez na Inglaterra me dei a permissão de comprar algo além do "feijão com arroz". É q eu passei na sessão de chocolate e tinha tanta coisa diferente q eu tinha q comprar alguns.

De conhecido só tinha o Twix e o Snickers. A variedade é tão grande q eu nem sabia por onde começar. Acabei comprando um tal de Mars q me parecia bem conhecido e uma barra de chocolate ao leite da Nestlé com aqueles MMs dentro. Esse tem q ser gostoso!

Um outro chocolate q eu provei um dia antes no hospital foi o KitKat da Nestlé. Ele é de chocolate ao leito com wafer dentro. Esse é bom todo!

Mais tarde eu fui pra casa de André como de costume. Lá eu assisti ao antepenúltimo capítulo de Sex And The City com Elen. Assisti a sexta temporada em 2 semanas apenas. Se fosse no Brasil ia demorar uns 5 meses no mínimo pela tv a cabo. Pelo menos isso é legal de assistir as séries no computador. Vc não precisa esperar uma semana até o próximo capítulo.

Daqui a pouco André chega com a idéia de pedir um pizza. A gente pede uma grande e vem outra média de grátis! Eu topei.

Escolher os sabores é q foi problema. Eu queria comer uma quatro queijos ou então um frango com catupiry ou quem sabe uma de bacon com lombinho ou qualquer coisa parecida mas os sabores não eram muito comuns não.

Eu só conseguia ler anchova, pickles e outros ingredientes nada agradáveis. Acabei pedindo uma mistura de cebola com atum e camarão. A mistura não parecia bacana mas foi o mais próximo do conhecido q eu achei. André pediu uma de peperoni com outras misturas lá.

O mais estranho vem agora. Uns 10 minutos, no máximo, depois chega a pizza. Eu pensei: Q porra é essa? Já tava pronta? Eu acho q já viu. Nego só colocou no forno e mandou... Não tem condições de fazer massa e colocar ingrediente e assar e chegar em casa tão rápido não.

A segunda coisa q me espantou foi o tamanho. A grande era do tamanho da média! E a média era pequena! Aí fica fácil... Sacanagem... Mas tudo bem... Pelo menos a pequena veio dividida em seis pedaços daí a gente pensa q tá comendo muito. É q nem aquela piada da loura q pediu uma pizza grande e o cara pergunta se quer dividir em 8 ou 12 pedaços. Ela pede em 8 pedaços pq não aguenta comer 12 pedaços não.

A pizza não era mal não. Mas nada comparado a pizza da Cosa Nostra... É bom nem pensar nos restaurantes do Brasil. No meu primeiro dia no Brasil eu vou ir pro rodízio e só vou voltar pra casa no dia seguinte!

Sabe q um dia eu tava olhando um guia de viagem do Brasil numa livraria daqui. Um dos "pontos turísticos" do Brasil era a churrascaria! Pois é... E acompanhar um despacho de Candomblé na praia tb... Veja só...

Chega bateu uma saudade de um rodiziozinho agora...

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