14 de dezembro de 2006

Alô? É da Minilab?

Definitivamente o meu telefone direto aqui do trabalho é muito parecido com o telefone do setor financeiro da Minilab do Rio Vermelho. Não foi a primeira vez e pelo jeito nem a última. Hoje teve mais um trote por demanda para alguém a procura de serviços fotográficos:

- Alô
- Oi. Eu sou Suzana da Zoom e gostaria de falar com Silvana.
- Oi Suzana. É que a Silvana não está no momento mas será que eu poderia te ajudar?
- Será que você pode me ajudar...

Pronto... Pode deixar que eu vou te ajudar Suzaninha... Fique tranquila!

- Claro. Qual o seu problema? - Disse eu.
- Então. É que eu preciso pegar um cheque com vocês e eu queria saber se esse cheque vai estar pronto amanhã a tarde pra mandar o menino passar aí pra pegar.
- Pegar o cheque né? Sei... De quanto é o cheque mesmo Suzana?
- 150...

150 conto?! A Minilab fica segurando um cheque de 150 conto? Puta que o pariu!!!

- Ah tá! Pode passar amanhã sim... Você está pensando em vir que horas?
- No final da tarde.
- Certo. Mas... Suzana, você não quer passar aqui hoje não?
- Hoje? Não dá. Hoje não dá mais não...
- Tá bom... Então venha amanhã de manhã. No primeiro horário logo. Que acha?
- Hmmm... Pode ser sim. Pode ser. Eu vou mandar o menino aí pela manhã. Umas 10:30. Ele vai na rua umas 10h e eu mando ele aí umas 10 e meia.
- Tudo bem. Se quiser pode mandar até antes...
- Pode mesmo? De amanhã não vai passar mais não né?
- Não. Que é isso... Eu queria até pedir desculpa a você mas foi um imprevisto mesmo o que aconteceu. Amanhã de manhã você vai receber o seu cheque com certeza.
- Que ótimo. Como é seu nome mesmo?
- André.
- Posso então mandar o boy falar diretamente com você né André?
- Pode sim. Amanhã pela manhã estarei aqui também. Mande ele falar comigo ou com Silvana.
- Pronto... Perfeito! Agora André, deixa eu só confirmar o endereço aqui com vocês...

Vixe. E agora? Onde é que fica a Minilab? Sabe Deus...

- Qual o endereço que te passaram Suzana? - Wink Sou menino?!
- Fica na Conselheiro Pedro Luiz, 510 no Rio Vermelho, não é isso?
- Exato. Rua Conselheiro Pedro Luiz, 510 no Rio Vermelho.
- Perto do Largo da Mariquita né?
- Exatamente. Perto do Largo da Mariquita.
- Ok então.

Mas eu achei q estava sendo bonzinho demais. Vamos complicar a trama...

- Mas Suzana... Esse é o endereço da loja! Pra pegar o cheque você tem que vir buscar aqui no Administrativo. Aqui em Lauro de Freitas - Uns 20km de diferença apenas. - Na Rua Ticiano Barbosa, 220.
- Nossa. Em Lauro de Freitas?
- É sim.
- Mas da outra vez ele foi pegar aí no Rio Vermelho.
- Pois é Suzana. É que estavam acontecendo uns problemas e agora só aqui no Administrativo mesmo.
- Que jeito?! Então o menino deve chegar aí quase 12h.
- Não tem problema. Eu deixo o cheque pronto.
- Então tudo bem. Mas tem uma placa Minilab grande? É tranquilo de achar?
- FA-CÍ-LI-MO! Tem uma placa enorme. É super fácil de achar. Ele vai encontrar rapidinho. Você vai ver! - Hehehehe!
- Tudo bem então. Amanhã eu mando o menino dar uma passada aí. Obrigada mais uma vez André. Só você que resolveu o meu problema. Tem uma semana que eu ligo direto pra aí e não conseguia resolver.
- Pode contar comigo dona Suzana. Sempre que precisar peça pra falar direto comigo.
- Ahhhh... Pode ter certeza que vou ligar direto pra você.
- Disponha...

Mais um cliente satisfeito...

Da próxima vez eu vou pedir o telefone da pessoa pra eu poder ligar depois e saber o que diabos realmente aconteceu... E mandar o menino ir em Lauro de Freitas de novo!!! Hehehe!


E aqui Sassá (vulgo Marceleza, também conhecido como Marcelo) se mela todo (e ao chão), no aniversário de Daniel, com um doce daqueles que tem uma uva dentro. Ao que parece a uva estava em estado líquido por que a meleira foi grande. Aline ainda tentou ajudar mas o estrago já estava feito...

      

Sem esquecer a frase da noite. Para a posteridade:

- Me xingue aí Marcelo!!!
- BOBO!

13 de dezembro de 2006

O queijo gorgonzola

Sei que sou pobre mas sou "osado", como se diz aqui na Bahia. Posso não ter o dinheiro necessário para ter tudo que quero mas de vez em quando eu me dou ao luxo de ter um pouquinho.

Eu e Léa estamos passando por uma fase ultra-light. Nosso carrinho de compras no supermercado se resume a artigos que apodrecem em 1 semana. Incluem-se aí alfaces, cenouras, brócolis, frutas e outras coisas que só passarinho e urso panda comem.

A noite um dos pratos costumeiros é salada feita com essas "guloseimas". Acontece que a salada precisa de alguma coisa que dê "sustança", saca? Aí eu compro pra acompanhar kani, presunto defumado, salame, queijo, essas coisas.

E aí se encontram na historia a minha porção "ultra-light" com a minha porção "pobre osado". Estava eu paquerando a sessão de frios do supermercado procurando acompanhamentos para as minhas saladas noturnas. De repente me deparo com um queijo gorgonzola. Daqueles bem cremosos, cheio de furos e todo verdinho. Bem feio. Bem fedorento. Bem gostoso. Na hora me deu água na boca. Eu catei o queijo na mão e mostrei pra Léa:

- Olha pra isso amor que delicia...
- Argh! - Foi tudo que ela disse.
- Mas meu bem. É tão gostoso... Sente o cheiro aqui!
- Argh! Fede demais!
- Exato! QUanto mais fedorento mais gostoso!!! - O que é verdade...

Ela não tem noção do que está perdendo. Tudo isso porque o queijo tem cheiro de defunto em decomposição e a aparência lembra um ralo de banheiro cheio de limo??? Só por isso? Que bobagem!



Só porque os fabricantes injetam no queijo uma meia dúzia de bactérias e mais uma outra porção de fungos fedorentos??? Só por isso? Bobagem!!!

Se o homem desistisse de comer tudo que fosse feio e fedorento... Enfim... Deixa quieto. Eu estava pensando nas ostras mas talvez você não. Esquece. O que importa mesmo é que o queijo é gostoso (e a ostra e outras coisas também, enfim)...

E daí que eu me rendi aos meus impulsos consumistas e resolvi comprar o queijo... Não um queeeeeeeeeeijo. Nada disso. Uma fatiazinha bem fininha do que já deve ter sido um queijo gorgonzola. E da marca mais barata!!! Tinha queijo que era 50 reais o quilo, 55 reais o quilo. Acabei pagando 5 reais por uma fatiazinha do queijo mais barato. Mas nem por isso ruim...

Levei pra casa, preparei minha salada, adicionei um pouco de presunto defumado e uma fatiazinha mínima da fatiazinha pequena que eu tinha comprado. Não dá pra colocar muito queijo também senão você não sente o gosto de mais nada.

Insisti pra Léa comer um pedaço mas ela não dava o braço a torcer. Quase obriguei ela a comer 1 cubinho de 1 milimetro cubico do queijo e ela quase vomita no chão da cozinha. Léa ainda tem o ranso de pobre sabe? A pessoa pode ser pobre mas não pode ter o ranso de pobre!!! Mas isso é assunto pra outro capítulo.

Enfim... Comi minha super salada na janta e fui dormir feliz da vida já pensando no queijo que ia comer no dia seguinte.

Acordei e segui a rotina. Fui pro trabalho, dia cansativo, volto pra casa, fico alegre porque estava tudo limpinho que a empregada tinha ido arrumar a casa, tomo banho e vou na geladeira preparar minha salada já com água na boca.

Cato as folhas, legumes, presunto e procuro o queijo. Cadê o queijo? Cadê a porra do queijo?

- Léa? Cadê o queijo?
- Não sei. Procura direito.

E tome a procurar. Nada de achar o queijo.

Olho no congelador. Será que alguem colocou no congelador a porra do queijo? Achou que ele estava mole demais e colocou no congelador pra ele dar uma empedradazinha? Pra tomar com whiskey? Mas não. Nada do queijo no congelador. Cadê o queijo.

Começo a olhar nas gavetas do armario. Nada do queijo. De repente o que eu encontro? A vasilha plástica onde eu tinha colocado o queijo gorgonzola... Limpinha... Lavadinha... Cheirosinha!!! Nem sinal daquele fedor delicioso e daquele aspecto verde apodrecido maravilhoso da noite passada.

Foi Rosa, a empregada. Só pode ter sido Rosa que jogou meu queijo fora. PUTA QUE PARIU!!! Não é possível... Eu só tinha comido, no máximo, uns 50 centavos do queijo!!!

Só depois que eu entendi todo o contexto. Léa tinha pedido pra Rosa lavar a geladeira e olhar o que tinha apodrecendo nela porque estava com um cheiro ruim. Antes de Rosa chegar Léa viu que tinha um requeijão cremoso passado e jogou fora. Ligou pra Rosa e disse: "Rosa, achei o que estava ruim na geladeira". Mas Rosa já estava limpando a geladeira e se depara com o quê? Um queijo verde, fedorento e mole. Tá podre! Só pode estar podre! Mais do que podre o queijo está morto e não enterraram ainda. O que minha adorada empregada faz? Joga o queijo estragado no lixo.

Ainda não acreditando no acontecido liguei pra Rosa:

- Oi Ró. Tudo bom?
- Oi Tau. Tudo...
- Ró, vem cá... Eu comprei um queijo caríssimo ontem - já pra assustar - e não tô achando. Ele tava numa vasilha assim e assado. Você viu?

Silêncio...

- Queijo?
- Sim Ró...

Mais silêncio - Nessa hora ele deve estar pensando: Puta que pariu. Joguei o queijo fora!

- Ele tava podre Tau.
- Tava não Ró.
- Tava sim!
- Tava não Ró.
- Tava Tau. Ele tava verde e fedorento!
- É assim mesmo Ró.
- Não Tau. Tava podre. Chega estava molengo.
- É assim mesmo Rosa. Eu tinha comprado ontem.
- Ai meu Deus...

Meia hora de silêncio...

- Ô Tau. Me desculpe. É que eu achei que...
- Tudo bem Rosa. Era só pra ter certeza mesmo. Mas não joga mais nada fedorento fora não. Deixa que eu jogo...
- Tá bom Tau.
- Fica tranquila. Deixa lá. Tchau.
- Tchau...

E foi assim que aconteceu. Eu quase nunca me dou ao luxo de exagerar um pouquinho que seja. Quando faço vejam o que acontece...

Mas uma coisa eu tenho certeza: se aparecer na geladeira um tomate preto em decomposição Rosa não vai jogar fora neeeeeeeeem... Vai que é um tomate preto importado com cheiro de podre? Nunca se sabe...



Essa eu não podia de deixar de contar. Léa contou pra minha sogra, Dona Marie, sobre o acontecido e ela quase morre de asfixia de tanto rir... Hehehe! Tudo bem...

Dona Marie também gosta de gorgonzola e o acontecido parece que a deixou com vontade de comer um queijinho. O que ela fez? Comprou um pedaço. Maior do que o meu, provavelmente.

Dois dias depois do acontecido está Léa ao telefone com a mãe pelo Skype na hora da janta. A caixa de som estava ligada e de repente eu ouço;

- Sai daí YUPI! O queijo não YUPI!!! O GONGONZOLA NÃO YUPI!!!
- O que foi mãe???
- A YUPI acaba de comer o queijo gorgonzola inteiro que estava na mesa. Filha da puta!!!

Hehehehehe!!! Yupi é a cadela da casa da Léa. A julgar pela "osadia" da Yupi não sou só eu e Dona Marie na família que gostamos de queijo Gorgonzola!

20 de novembro de 2006

Vou estar passando trote

Essa historia de passar "trote sob demanda" é sempre interessante quando liga alguem de telemarketing. Primeiro porque eles não fazem a menor ideia de com quem eles estão falando e segundo porque não importa o que você fale eles continuarão tentando te vender algo:

- Alô
- Olá. Gostaria de falar com o senhor Leovigildo(!).
- Pois não. É ele...

Pronto... Começou. Esse é o momento em que eu chamo todo mundo que está por perto pra ficar ouvindo o "trote sob demanda". Pelo menos a minha parte do trote...

E continua a menina com sotaque paulista e gentileza habituais de quem quer te empurrar algum produto:

- Senhor Leovigildo. Sabemos que o senhor tem um cartão internacional da bandeira Mastercard aqui com o Itaú Não-Sei-O-Quê e nós estamos lhe oferecendo um novo cartão GOLD!
- Ohhhhhhhhh! Tem ouro nesse cartão minha filha?
- Não senhor. O cartão Gold tem uma categoria melhor que o seu cartão internacional.
- Ahhhh... Tem a categoria tipo a do Robinho? É isso?
- Hahahaha! É sim! Igual a categoria do Robinho. Hahaha!
- Tá certo... Mas é que eu estou feliz com meu cartão Mastercard. Onde é que aceita esse cartão Gold minha filha?
- Não senhor. A bandeira vai continuar sendo Mastercard. A categoria do cartão é que vai ser melhor que a do seu atual. Ele é melhor que o internacional.
- Ah! Que ótimo. Muito obrigado minha filha. Tchau...
- Só um instante senhor. Para que isso aconteça é cobrado 10 reais a mais na sua anuidade.
- Ahhh... Nada é de graça nessa vida hein minha filha?
- Mas o primeiro ano o senhor não vai estar pagando essa diferença. - Começou essa historia de estar usando o gerundismo. Tava demorando.
- Excelente. E o meu limite vai aumentar também né?
- Não senhor. O seu limite continuará de 2.500 reais.
- Mas então porque eu vou pagar 10 reais a mais?
- Então (com "A" anasalado tipico de quem mora no interior paulista ou está passando por uma gripe). O senhor vai estar contando com um seguro internacional no valor de 250 mil dólares. O senhor vai também estar participando da promoção Num-Sei-Que-Num-Sei-Que-Lá onde o senhor vai estar concorrendo a 1 carro, 1 casa e 10 mil reais todos os meses durante 10 anos.
- Que maravilha.
- Também vai estar concorrendo a camisas de times de futebol do São Paulo, do Grêmio, do Santos...
- Ah! Eu quero uma camisa do Santos! Eu sou torcedor do Santos! Adoro o Robinho.
- Hahaha. Tem camisa do Real Madrid, do Chelsea, do Barcelona...
- Eu não gosto do Barcelona não minha filha. Tenho raiva do Ronaldinho Gaúcho.
- É verdade. - ela entrou no esquema - Eu também não gosto não do Barcelona não. Eu prefiro mil vezes o Real Madrid.
- Lógico! No Real Madrid tem o Robinho!
- É verdade. O senhor também irá estar concorrendo a flores para dar para sua esposa, por exemplo.
- Olha só! Isso é bom... Eu estou passando por uma fase difícil no meu casamento.
- Vejo aqui que o senhor tem um cartão adicional para Maria-Num-Sei-Quem.
- Minha mulher.
- Ela também vai estar ganhando um cartão Gold!
- Misericórdia. Agora que ela vai começar a estar gastando meu dinheiro todo mesmo. - Descontei na mesma moeda!
- Hahaha! Nós vamos estar passando a sua ligação para o setor de Num-Sei-Qual para que o senhor possar confirmar outros dados. Ok senhor Leovigildo?
- Tudo bem milha filha.

Depois disso eu resolvi desligar. Já não aguentava mais estar escutando aquele gerundismo.



Momento Cultural

Já que eu tô falando sobre a gramática resolvi compartilhar com vocês essa pérola da tradução que encontrei num cardápio de uma barraca lá em Barra do Jacuípe.

Tudo começou quando eu ví que estava tudo traduzido no melhor estilo Babelfish. A primeira palavra que me chamou atenção foi "tira-gosto". Muito bem traduzido como "take off-taste". Tá aí a foto que não me deixa mentir.

Pena que não estava com a câmera e teve que ser na base do celular-quebra-galho. Outra bacana é essa: Pequeno - Small; Medio - Medium; Grande - GREAT! Laughing

Nessa outra parte aqui "refrigerante" virou "cooling", "rosca de frutas" virou "thread of fruits" e a unica palavra traduzida corretamente foi Martini que virou Martini.

Nessa parte agora tem 3 traduções excelentes. A primeira é "bolinho de bacalhau" que virou "cookie of shrimp"!!! Ainda colocaram na linha errada o cookie de camarão. Enfim. Outra pérola é a "picanha na brasa" que virou "picanha in the live coal". E agora a minha preferida. A campeã: "carne do sol com fritas" que virou "meat of the sun with you fry"! Fritas. You fry. Sacou? Hehehe!

E o pior é que o infeliz nem foi no dicionario. Usou o Babelfish mesmo ou o Google Translator! Confiram que vocês verão que tudo bate com perfeição. E nenhum filho de Deus avisou ao cara que está tudo errado? Enfim... É tão divertido ler esse cardápio que não seria eu quem iria estragar a diversão dos próximo clientes.

Tudo no melhor estilho Falcão: "I'm not dog no, for live so humble".

1 de novembro de 2006

Sempre descamba pra escatologia...

Às vezes tem umas pessoas que ligam por engano pra receber o famoso "trote por demanda" mas não te dão muito papo pra você interagir, entende? Nessas horas eu tenho que inventar umas bobagens pra render o papo. Mas como a minha inteligência é limitada o que eu faço? Ao invés de discutir Nietzsche com o cidadão ou falar da sucessão ministerial eu acabo descambando para a escatologia...

- Alô.
- Alô. Gostaria de falar com o senhor Edvaldo.
- Opa! É ele.
- Oi senhor Edvaldo...

Pronto... O resto é lucro.

- ...é que o Solentino (!) avisou que já está indo pra aí.

Percebam que é só nome estranho que esse povo tem. Jesuis amado. Solentino deveria ser o nome do filho do Rubinho Barrichelo:

- Como é seu nome menino?
- Sôletinho...
- Puxou o pai...

Enfim... Voltando ao telefone.

- Quem é que tá falando?
- É Cineide. - To dizendo? Não existe nenhuma Marta, Ângela, José... Nunca! Nunca!
- Diga Cineide.
- É que o Solentino falou que já tá indo pra aí.
- Mas já???
- É. O senhor não falou que era até umas 5 horas? (Devia ser umas 4:50)
- Ah tá... Mas pera aí... Deixa eu falar com ele aí.
- Ele já tá na rua. O celular dele é 8822-56XX.
- Ele já tá na rua??? Mas ele vai demorar ainda?
- Eu não sei. O senhor pode ligar pra ele né?
- E ele tá aonde?
- Ele tá num condomínio em Brotas.
- É rapaz... Aí eu acho que vai demorar uma meia hora ainda. Quer saber? Ligue pra ele e diga pra deixar pra amanhã então. Manda ele vir aqui só amanhã que já ta tarde demais... Ele fica indo pra Brotas uma hora dessas!!!
- Ahhhhh! Mas aí o senhor fala com ele.

Como a conversa já ia acabar eu apelei:

- Ah minha filha... Mas eu tô numa emergência aqui. É. Eu tô quase me obrando aqui.
- Ai meu pai. Hehehehe! Mas o senhor liga depois então...
- Tá bom. Aliás, eu vou fazer o seguinte. Eu vou pegar o telefone sem fio e vou ligar pra ele enquanto eu estiver cagando, né?
- É. Faz como o senhor quiser. Hehehe!
- Tá bom. Tchau.

Desligou eu rindo de um lado, ela rindo do outro e a galera aqui do trabalho rindo também.

Pois é. Aceito sugestôes de assuntos pra puxar quando a conversa estiver pouco interessante. O que vocês sugerem? Ou segue com o papo escatológico mesmo?


Momento Quem Fez Nunca Usou

Você acha que o cara que instalou esse mictório já deu uma mijada nele???

Pois é. Nem eu...

Esse mictório está no banheiro do Tchê Picanhas da Boca do Rio. Quem passa na porta consegue ver qualquer detalhe, se é que vocês me entendem. Mesmo que não queira! A não ser que você seja esse cara aqui (clique aqui). Pensando bem... Se você fosse esse coitado não iam conseguir ver nem com binóculos.

10 de outubro de 2006

Show de Maria Rita

Em julho passado aconteceu um show de Maria Rita aqui em Salvador. Na Concha Acústica do Teatro Castro Alves. Comprei o ingresso com 4 semanas de antecedência. O show foi emocionante!
 
No dia do show eu estava em Feira de Santana. O show começaria às 18:30 se não me engano. Eu e Léa saímos de Feira às 16:30 para assistirmos o show. Estava tudo tranquilo pela estrada. Os passarinhos cantavam, as vaquinhas das fazendas que passavam mugiam e a viagem era tranquila. Era...
 
Faltavam uns 20 minutos pra chegar em Salvador quando começou a aventura. Começamos a ouvir um barulho estranho no carro. Algo parecido com um pino solto. Alguns segundos depois começamos a ouvir um barulho que parecia água fervendo. Nesse momento passa um carro e liga o pisca alerta dando o sinal pra gente. É nego veio... Alguma coisa aconteceu com o Uno...
 
Enquanto eu diminuia pra parar no acostamento, ao colocar o pé na embreagem, o carro morreu. Bom sinal... Paramos no acostamento. Nessa hora o vapor de água fervendo apareceu por debaixo do capô. Puta merda!
 
Estávamos no meio do nada. Perto do viaduto que vai pra Candeas se não me engano. Devia ser algo em torno de 17:15 ou pouco mais que isso...
 
Abri o capô e ví que o carro estava sem água. O infeliz do Uno não acendeu nem uma luzinha pra avisar que o carro estava esquentando. Miserável! Como não tinha aquele ponteiro marcando a temperatura não tinha como eu saber que o carro estava esquentando.
 
Voltei pra Léa e falei: Sabe aquele show de Maria Rita? Pois é... Esquece!
 
Por menor que fosse o problema não iria dar tempo. Continuei por sobre o capô aberto tentando identificar o vazamento que tinha derramado toda a água do radiador do carro. Lembro que eu mesmo tinha arriado a água do radiador pra colocar um aditivo. Pensei de cara que eu não tinha apertado aquela porra daquele mangote direito. Mas não... Ele estava lá firme. Continuei investigando e de repente eu me dou conta que o mangote de cima que recebe a água do radiador estava completamente solto! A abraçadeira estava mais folgada que o forevis do Deputado Clodovil.
 
Agora como aquela abraçadeira tinha se soltado eu não entendia. Muito tempo depois do acontecido fiquei sabendo que foi o mecânico do posto que eu pedi pra ajeitar num sei o quê que estava todo apressado e acabou esquecendo de apertar a abraçadeira. Puta que o pariu...
 
Aí então eu peguei uma chave de fenda no carro e apertei a abraçadeira. Tinha esperança que só precisaria colocar água e voltaria pra estrada. Restava saber onde eu iria achar a água.
 
O lugar em que eu parei era meio sinistro. Ficava no inicio de uma estrada de chão e do outro lado da BR tinha uma vila. Tinha um posto de gasolina relativamente perto porém do outro lado da rodovia. O dia começava a escurecer e eu parado, com Léa, no meio do nada.
 
As vezes passava uma pessoa ou outra por nós. Todos, lógico, mal encarados e com comportamentos estranhos como num bom filme de suspense.
 
A certa altura um cara aparece do meio do mato do canteiro central da BR e fica olhando pra mim e Léa. Eu estava com ela, de mãos dadas, para atravessar a estrada e ir buscar água no posto. Teria que deixar o carro lá sozinho mas enfim. O cara continuava lá parado no meio do mato. Eu achei que ele queria atravessar para seguir o caminho dele e estava esperando só os carros pararem. Teve uma hora que os carros pararam de passar e o cara ficou lá parado olhando pra gente. E eu de cá parado olhando pra ele. Depois de alguns instantes, eu fingindo que desconhecia que o cara estava ali na minha frente olhando pra gente, os carros pararam de passar mais uma vez. E o cara ficou lá parado e eu de cá parado. Eu não sabia o que fazer. Se ficava e esperava, se saia dali, se atravessava. Depois de mais alguns instantes para de novo o fluxo de carros. Eu fui pra cima do cara pra atravessar a estrada. Já cheguei falando com o cara como se nada estivesse acontecendo: "Opa. Tudo bom? Você sabe se tem algum mecânico ali no posto?". O cara me respondeu que tinha um senhor chamado Júlio mas que ele só mexia com caminhão e a oficina já estava fechada.
 
Acabei voltando pro lado onde o carro estava pra vigiar o carro. Achei que o cara estava só esperando eu sair dali pra tentar alguma coisa. Eu estava a uns 50 metros do carro e passa um outro mal-encarado pela gente de bicicleta. Quando ele passou pelo Uno ele praticamente parou a bicicleta e ficou olhando descaradamente pra dentro do carro procurando alguma coisa pra roubar, provavelmente.
 
Quando eu olho pra estradinha de terra que estava atrás vem um negão com o olho todo vermelho. Ele tava todo arrumado com aquela roupa-de-fim-de-semana-do-peão, sabe? Aquela única roupa que sai do guarda roupa todo domingo? Então... Quando ele chegou mais perto eu abordei ele perguntando onde eu poderia pegar água. Ele me disse que lá onde ele fica tinha água e apontou pra um galpão no meio do mato seguindo pela estradinha. Eu, de impulso, falei ok pra pegar água lá mas logo mudei de idéia. Entrar em direção ao mato com Léa do lado não fazia muito sentido. Quando eu olho pra trás estava atravessando a pista um frentista do posto. Deixei o cara lá e fui falar com o frentista. Perguntei a ele sobre o tal do Júlio e ele disse que a oficina ainda estava aberta. Ele me mostrou mais ou menos a direção e eu resolvi ir atrás de Júlio.
 
Cheguei no lugar e conversei com o tal Júlio. Um senhor de uns 50/60 anos. Expliquei a ele toda a situação e perguntei se ele não podia acompanhar a gente pra vê se tinha alguma coisa que ele pudesse fazer. Ele disse que só sabia mexer com caminhão.
 
- Mas será que se o senhor der uma olhada lá não vai poder ajudar a gente não?
- Eu não sei nada de carro pequeno.
- É que as vezes é uma coisa simples Seu Júlio. Pode ser que o senhor ajude.
- E o carro está onde?
- Do outro lado da pista.
- Você deixou o carro sozinho?
- Tive que deixar.
 
A cara de Júlio mudou...
 
- Então eu vou lá. Vamo logo senão não acha mais nada do carro.
 
Pronto. Eu que já estava nervoso fiquei apavorado. Eu tinha noção que a área não era muito boa mas não tinha a certeza ainda. E Júlio continuou:
 
- Essa área aqui é pobrema meu fio. Nego deixa o carro e quando volta não tem nem os parafuso. Teve uma vez que me pegaram aqui na oficina. Sete homi tudo armado de metralhadora me pegaram de refém pra assaltar o posto.
 
Essa hora foi foda... Comecei a pensar um monte de merda... Nem esperei Júlio. Enquanto ele fechava a porta da oficina dele eu fui na frente, na direção do posto, pra pegar a água e ir pro carro. Nesse momento já estava tudo escuro. Não tinha lua nem nada. Era escuridão mesmo.
 
Júlio trouxe meia dúzia de chaves de fenda e conseguiu uma lanterna pra gente chegar no lugar do carro. E Júlio continuava:
 
- Na hora que chegar tem que olhar nos mato. Eles fica tudo entocado nos mato esperando só o cidadão chegar pra pegar o que quer.
 
Nessa hora a minha carteira já estava dentro da cueca e o coração saindo pela boca. No meio do mato do canteiro central, na hora de atravessar a pista, eu peguei uma estaca grande de madeira no chão. Nunca se sabe né? E lá fui eu com o pau na mão (ui).
 
Seu Júlio chegou apontando a lanterna pro mato pra ver se via alguém e eu, com o pau na mão, fui pelo outro lado pra ver se tinha alguém mesmo.
 
Ninguém por perto fui colocar a água no radiador. Eu ainda tinha a esperança de que o carro fosse funcionar e eu iria pra casa. Mas nada aconteceu. O carro não pegava de jeito nenhum. Dava na chave, fazia que ia pegar mas não pegava. Era um pesadelo aquilo tudo. De noite, com Léa, no meio da estrada com o carro quebrado.
 
Os contatos por celular com meu pai eram constantes, claro. A gente tentava arrumar alguma solução. Falei pra ele que não ia ter jeito. Ele me disse que arrumou um guincho e que ele já estava a caminho. Disse que estava pegando um carro em Saubara (pertinho de Cabuçu) e que já estava vindo.
 
A ideia agora era tentar levar esse carro para o posto pra esperar o guincho. Mas como?
 
Júlio parecia com medo. Sempre falando das coisas que aconteciam ali e que a gente tinha que levar o carro pro posto. De vez em quando passava um ou outro pelo acostamento andando e a gente ficava em alerta.
 
Tentei fazer o carro pegar no tombo já que a gente estava numa descida mas nada funcionava. Júlio resolveu então buscar ajuda no posto. Alguém que pudesse ajudar a gente a empurrar o carro, atravessar a pista e voltar com o carro pro posto.
 
Essa hora foi difícil. Ficamos eu e Léa sós ali naquela escuridão. Pedi pra Léa ficar atenta a aproximação de qualquer pessoa. E lá foi Léa ficar com a lanterna apontando pro mato. E eu atento olhando pra tudo quanto é canto. Com o pau na mão, lógico!
 
Depois de alguns minutos, que pareceram horas, chega Júlio com mais um cara apenas. Um tal de "Marreco" que era motorista do posto. A gente queria descer com o carro pra um lugar onde tinha uma passagem no meio do mato pro outro lado. Mas era muita loucura! Devia ser 19/20 horas, nem lembro. Horário de pico na estrada com o pessoal voltando do interior pra Salvador. Não tinha nem espaço pra passar um carro funcionando normal imagine um carro sendo empurrado por 3 pessoas? Não tinha condições.
 
Outra coisa era a passagem no meio do mato. Passagem é elogio. Aquilo era um um buraco entre uma pista e outra. Tinha certeza que se o carro conseguisse chegar até ali seria muito mais difícil tirar ele daquele buraco e levar o carro pro outro lado da pista, no outro acostamento.
 
Como não tinha o que fazer ali Marreco foi embora. Disse que ia perguntar a num-sei-quem do posto se ele podia rebocar a gente com o caminhão-tanque e deixar a gente no posto.
 
Toda hora Júlio falava de uma tal de Neguinho que morava na vila do outro lado da pista que tinha uma Fiorino que podia ajudar a gente. E nada desse Neguinho aparecer.
 
Lá pelas tantas me aparece aquele negão que chegou com a roupa de fim de semana e me ofereceu água pro carro. Ele veio em direção da gente e tentou falar mas tava bebo bebo... Eu vi que Júlio ficou desconfiado do cara. E ele lá dizendo que se quisesse ajuda e tal ele tava ali pra ajudar. E depois ficou por lá falando nada com nada. Que nem aquele cara que caiu de uma espaçonave em Paracatú e saiu batendo e batendo.
 
Léa nessa hora estava dentro do carro e eu estava com Júlio um pouco mais a frente "conversando" com esse cara mas querendo que ele fosse mesmo era embora dali.
 
Eu ficava olhando o cara pra ver se ele ia tentar fazer alguma coisa. Fiquei olhando pra cintura dele pra ver se tinha alguma arma escondida ou algo do tipo. Ele tinha uma pochete e eu ficava tentando ver se tinha alguma coisa dentro daquela pochete.
 
Depois de um tempinho fui falar com Léa e ela estava acuada no carro com uma chave de fenda na mão. Smile Achei graça e fiquei com pena ao mesmo tempo. Acabei que eu peguei a chave de fenda da mão dela e coloquei no bolso. Ela pegou uma outra e ficou na mão novamente.
 
Daqui a pouco o cara volta pra vila do outro lado da estrada. Se ele volta pra casa dele eu ficava tranquilo mas ele voltou pra vila. Júlio começou a falar que conhecia todo mundo da área mas não conhecia esse cara. Fiquei com medo desse cara voltar com alguém de lá.
 
Resolvi mais uma vez tentar ligar o carro pra levar ele pro posto de gasolina. Depois de quase arrear a bateria e a muito custo o carro pegou. O motor estava todo estranho mas pegou. Olhei pra trás e saia muita fumaça da descarga. Vi logo que o carro não ia ficar ligado muito tempo. Nesse exato momento aparece de novo o cara que tinha ido pra vila. Dessa vez com mais outros três.
 
Eu pensei: É agora! Vai ser agora. Os caras vão querer levar tudo da gente e não sei mais o que pode acontecer.
 
Falei pra Júlio entrar no carro mas ele não quis. Comecei a dar ré com o carro com medo sem saber exatamente o que eu iria fazer. Os caras atravessaram a pista e foram pra junto de Júlio. Léa queria que eu fosse acudir Júlio que estava no meio de quatro caras mas eu disse que eles não iam querer fazer nada com Júlio. O que Júlio teria a oferecer?
 
Nessa momento pararam de passar os carros na pista e eu decidi atravessar para o outro lado pelo meio daquele buraco. Eu não parava de acelerar o carro senão ele morria. Rotação lá em cima. O motor estava embolando demais. Quando eu fui atravessar chegou mais um cara numa bicicleta. Tive quase que parar o carro no meio da pista mas consegui chegar no meio do caminho. Como tive que frear o carro morreu. Pensei: "Fudeu! Não vai pegar mais". Bati na chave e o carro pegou de novo. Do outro lado da pista os carros também pararam por um instante e eu atravessei. Comecei a andar pelo acostamento e consegui chegar no posto. O carro soltava tanta fumaça que parecia um trem!
 
Quando parei o carro num lugar mais seguro fiquei mais tranquilo. Não imaginava que os caras viessem tentar algo na área do posto. Esperamos um pouco e Julio veio chegando com o cara bêbado. Quando eles chegaram o cara deu uma de desentendido perguntando se o posto estava aberto ou algo do tipo. Acabou que ele foi embora. Ficamos mais tranquilos.
 
Olhei o óleo do motor e ví que a água tinha passado pro óleo. Problema! Agradecemos uma meia centena de vezes a Julio e dei um dinheirinho pra ele mesmo a contra-gosto dele.
 
Enquanto o guincho não chega a gente ficou dentro do carro no posto. O posto estava todo apagado. Num canto escuro o vigia do posto. De vez em quando aparecia um carro ou outro tentando abastecer e Léa ficava meio cabreira. Mas nada demais. Lá pelas 21:30, muito tempo depois, chega o guincho. Pronto. Estamos salvos. Será? Quem dera...
 
O guincho já vinha com uma D20 na parte de cima e o Uno iria na "Asa Delta": aquela parte detrás que levanta somente as duas rodas da frente. Na boléia já estavam o dono da D20 e a mãe dele. Então a gente teria que ir no Uno mesmo. Como o Uno estava meio torto porque estava suspenso a gente preferiu ir na D20, na parte de cima. O cara disse que tudo bem então começamos a viagem de volta.
 
Durante a viagem, passado o susto, a gente veio conversando se dava pra trocar o carro. Tudo na vida é questão de prioridade, fato. Então ficou acertado que a gente ia deixar de lado a alimentação e o aluguel pra trocar de carro. Smile
 
A gente já tinha mais de meia hora de viagem. De repente a gente começa a ouvir umas vozes de crianças atrás da gente conversando baixinho. Parecia aqueles filmes de terror japonês, saca? O Chamado? O Grito? Puta susto do caralho!!! Que porra era aquela? Uma D20 mal-assombrada?! Eu e Léa quase morremos do coração... mais uma vez! Na verdade vinham no banco de trás, deitadas, três crianças que estavam dormindo o tempo todo! E ninguém avisou a gente!!! Puta que os pariu!!!
 
Até aí nada demais. A ventura continua agora... Quando a gente estava a uns 10 quilômetros de Feira... BUUUM! Um estouro enorme aconteceu. Pensei: O UNO! A porra do Uno deve ter se soltado e saiu da pista. Acabou o carro todo!
 
Mas eu senti que o guincho pendeu pro lado direito. Pensei então que fosse o pneu. O motorista começou a jogar o guincho pro acostamento e eu, no desespero, abri a porta da D20 com o guincho ainda em movimento pra ver se o Uno ainda estava lá atrás. E tentava olhar o Uno e não conseguia. Como estava escuro eu vi as luzes do pisca alerta e fiquei mais tranquilo. Era só o pneu então. "O" não... "Os"! Quando a gente desceu do carro foi que eu vi os dois pneus estourados. Brincadeira isso... Que mandinga miserável...
 
O motorista começou a trocar o pneu mas pra melhorar essa história só tinha um estepe! Ótimo! Como trocar pneu de caminhão não é trocar pneu de carro a gente só voltou pra pista uma meia hora depois e com um pneu a menos. O motorista estava com medo de voltar com um pneu só do lado direito e por isso ele voltou a 10km/h. Literalmente. Era inacreditável! Os 10 quilômetros restantes demoraram exatamente 1 hora!!! Puta que pariu.

Aqui uma quase foto do cara trocando o pneu do guincho com a ajuda da luz do celular...

  

 E aqui a gente parado no acostamento...


 
Quando a gente tava chegando o motorista perguntou se não tinha problema deixar a gente em algum lugar enquanto levava a D20 pra ele poder andar mais rápido. Eu disse que não tinha problema. Achei que a gente iria ficar em algum posto 24h ou algo do tipo. Já deveria ser umas 23h.
 
Quando chegou na Avenida João Durval o infeliz parou o guincho. A avenida é movimentada, tem bastante carro passando de um lado pra outro mas eu chiei:
 
- Não meu amigo. Leve a gente pra outro lugar.
- Aqui é tranquilo... Eu vou e volto rápido.
 
Eu relutei um pouco mas olhei pra avenida e estava bem movimentada ainda. Perguntei a Léa e ela disse que tudo bem. Já que não ia demorar muito... Eu resolvi então ficar por ali mesmo... Pra quê meu amigo... Foi o cara largar a gente e sumir na avenida que parou de passar carro. Aquilo virou um deserto!!! Só eu e Léa. Puta merda. Que estúpido eu fui... Parado, DE NOVO, no meio da rua.
 
Ficamos eu e Léa... Parados... Esperando... Daqui a pouco passa um cara mal encarado pela gente. Nada demais... Mais tarde passa outro mal vestido olhando a gente... Nada demais... Uma hora para um carro na nossa frente... Puta merda... E a gente dentro do carro, esperando... O carro segue o caminho dele. Nada demais...
 
Mas aí acontece o que a gente mais tinha medo... De repente Léa olha pra trás do carro e grita nervosa: Ai Meu Deus! Eu senti que ela estava tensa mesmo. Fechei minha janela rápido e falei pra ela: Me dá o celular!
 
Ela catou o celular apressada na bolsa e me deu. Eu nem olhei o que estava vindo em nossa direção que assustou tanto ela mas eu sabia que coisa boa não era. Pensei que deveria ligar pra meu pai e dizer que a gente estava sendo assaltado no lugar tal. E esperar pra ver o que aconteceria...
 
Peguei o celular, destravei, selecionei o nome de meu pai e antes de apertar o botão verde passam 3 caras de bicicleta colados na minha janela. O cara mais próximo chegou rápido e soltou a bicicleta no chão ainda em movimento exatamente em frente ao carro, como se quisesse pegar a gente de surpresa. Ele larga a bicicleta no chão e começa a andar pra frente, na direção contrária onde estávamos, e coloca a mão direita na altura da cintura como se fosse pegar uma arma na parte da frente.
 
Pela segunda vez no dia eu pensei: É AGORA! O cara vai virar com um 38 na mão e sabe Deus o que vai acontecer... Entreguei a Deus naquele momento.
 
O cara continuou andando pra frente com a mão na altura da cintura e eu só esperava a hora que ele ia virar... Mas aí ele continuou andando pra frente e pra frente... E começou a se aproximar do muro. E O FILHO DA PUTA COMEÇOU A MIJAR NO MURO!!! PUTA QUE PARIU!!! Precisava de toda aquela palhaçada pro cara mijar? Que filho da puta! Vai matar sua mãe de susto seu miserável. Depois disso ele levantou a bicicleta e seguiu com os amigos que ficaram esperando ele acabar o serviço. É mole? 
 
Depois de limpar o banco do carro que ficou sujo de merda o cara do guincho apareceu de novo... E lá vem o processo... Coloca o carro em cima do guincho novamente, amarra tudo, a gente entra na boleia do caminhão e seguimos caminho. Chegamos no posto meia noite onde meu pai me esperava desde umas 21 horas. Deixamos o carro lá mesmo pro mecânico dar uma olhada na manhã seguinte e seguimos pra casa. Chegamos em casa meia noite e meia e fomos dormir uma da manhã pra acordar no outro dia cedo pra ainda pegar o trampo em Salvador...
 
Agora acabou, você deve estar pensando... Engana-se! É a aventura que não tem fim...
 
Depois de quase não dormir a noite acordamos bem cedinho pra viajar. Eu iria no carro de minha mãe enquanto o meu ia ser consertado. Na noite anterior minha mãe tinha falado que o carro dela estava "falhando um pouquinho". Mas eu nem dei muita bola pelo jeito que ela falou... Deve ser um probleminha de nada, pensei. Já viu onde isso vai dar né?
 
Pois bem. Fomos eu, Léa e Camila pra Salvador. Parei num posto de estrada pra olhar a calibragem dos pneus. Depois de calibrar os pneus bati na chave pra ligar o carro. Quem disse que o carro ligou? A bateria não dava nem na chave... Puta merda... Lá fui eu pedir pros frentistas me ajudarem a colocar o carro pra pegar no tombo.
 
Continuamos a viagem já com o sinal de alerta ligado de quem estava com a adrenalina no sangue por umas 18 horas seguidas! Lá pelas tantas o carro faz um barulho estranhíssimo no motor. A mesma história novamente... Numa breve consulta às meninas resolvi parar o carro pra ver se estava tudo ok. Eu estava com medo que fosse a correia dentada (ou dentária como os mecânicos falam. Hehehe!). No fim não era vi nada e resolvemos seguir viagem mesmo assim. Ou vai ou racha... Liguei o carro e... quem disse? Nada de bateria. E agora pro carro pegar no tombo sem os frentistas? Ensinei mais ou menos a Léa como era o precesso e lá fomos Camila, de tamancos, e eu pra empurrar o carro... Empurramos umas 3 vezes e nada do carro pegar. Eu já estava exausto de levar o carro de um lado pro outro num pequeno trecho de encostamento útil à beira da BR-324.
 
Nesse momento me para um caminhoneiro bom samaritano pra ajudar. Falei que só precisava empurrar. Ele já chegou empolgado querendo rebocar a gente mas não precisava. Eu peguei o volante e ele deu uma empurrada. Felizmente pegou de primeira, eu agradeci ele e fui embora...
 
Quando cheguei em Salvador foi que eu lembrei da frase de minha mâe: "o carro está falhando um pouquinho". O problema não seria grande coisa. O que estava acontecendo é que em baixa rotação o carro morria. Nada demais. Liga ele de novo e pronto. O problema é que a bateria tinha ido pro saco! E agora? Cada sinal de trânsito era um pesadelo. Eu ia freando o carro na reduzida, freio de mão e sempre deixando a rotação alta. Haaaaja coração amigo.
 
Depois de deixar uns e outros em seus devidos lugares fui comprar outra bateria. O cara viu que o problema não era a bateria e eu deixei pra resolver isso depois. Cheguei no trabalho 11 horas da manhã. Pelo menos deixei o carro na ladeira caso acontecesse alguma coisa...
 
Só pra terminar com chave de ouro a aventura, no outro dia, quando eu ia pro trabalho eu chego na garagem e o carro com o pneu vazio. Puta merda! Trocar pneu 7 da manhã é foda! Abri a mala do carro e peguei o pneu socorro. Quando coloco o pneu no chão... o pneu socorro também estava furado. INACREDITÁVEL!!!
 
Depois disso eu segui o conselho de meu pai. Tomei um banho de sal grosso, tomei um passe, comunguei na missa e tomei um banho de pipoca no terreiro. SAI PRA LÁ!!!

E o Uno? O Uno se transformou num Corsa e 2 anos de dívida...

6 de outubro de 2006

Agora não Gilson...

Estou eu aqui na santa paz do meu trabalho... O ramal do meu colega que está viajando recebe uma ligação externa e eu deixo tocar até ele desistir. Dois minutos depois o telefone toca novamente. Resolvo atender:

- Alô!
- Oi! - Fala o cara com voz apressada - Eu queria falar com Dario. É Gilson.
- Oi Gilson. Diga aê. - Já emendei rápido.
- Oi Seu Dario.

Pronto... Se o cara começou a falar comigo como se fosse o tal do Dario já era... Continuemos:

- Diga aí Gilson. Quer o quê?
- Eu tava ligando pra falar até com sua esposa.

Nesse momento eu pensei em fazer o papel de marido desconfiado. Perguntar o que ele queria falar com minha esposa e tal...

- Com minha esposa? Tá querendo falar o quê com minha esposa? - Falei meio desconfiado.
- Não... Mas já que o senhor está aí eu falo logo com o senhor mesmo.
- Ah bom!
- Então. É que a gente tinha marcado d'eu chegar aí 9 horas mas é que Zé Geraldo foi levar a caçamba em Cajazeiras e a gente vai atrasar um pouco.

Agora eu entendi. O cara ia fazer algum serviço em minha casa. Comecei a dar uma de bravo pra cima do Gilson por causa do atraso.

- Porra Gilson. E vai chegar que horas então?
- A gente chega no máximo 10:30.
- 10:30!!! Porra Gilson! Não tinha marcado 9 horas?
- Mas é que Zé Geraldo atrasou pra levar a areia pra não sei quem - o cara falava rápido demais - e a gente deve chegar 10:30.
- Aí você me quebrou. Qual o mais cedo que você pode chegar aqui?
- Eu vou ver se ligo pra Zé pra...
- Pera aí Gilson. Quer saber de uma? Faz o seguinte... Você pode vir aqui a tarde? Umas 14 horas?
- Posso sim.
- 14 horas não. Chegue aqui logo umas 15 horas por que eu vou tirar um cochilo depois do almoço... Você pode chegar aqui 15 horas?
- Oxe! Pra mim ta beleza. Deixa pra 15 horas então.
- Fica certo então né?
- Tá filé...
- Abraço. Até mais tarde.
- Até mais...

Coitado do Gilson. Vai chegar 3 horas da tarde na casa do tal Dario dizendo que conversou com o próprio cidadão e que ele que pediu... Tsc tsc tsc... Laughing

21 de junho de 2006

Só emoção...

Hoje no início da manhã, quando eu estava indo para o trabalho, no fim do Dique no sentido Piedade estava eu parado no sinal. Na Santa Paz de Deus, distraído, pensando na vida. Pensando na banha de Ronaldo, nos 6 a 0 que a Argentina deu, no jogo do Brasil com o Japão amanhã e tal...

De repente chega um carro do meu lado travando as rodas, fazendo muito barulho. Achei estranho aquilo porque eu não era o primeiro da fila no sinal. Tinha ainda bastante espaço pro cara frear o carro devagar até chegar o sinal.

Quando eu levanto a cabeça e olho pro lado era uma Meriva da PM. Saíram 5 PMs de dentro do carro já com as armas na mão. Pistola, fuzil, escopeta e o caralho (lá ele). Do meu lado!!! Porta com porta!!!

Pensei: Lascou! Me confundiram com alguém. Logo eu com essa minha cara de Brad Pitt fui confundido com algum bandido?

Mas aí eu percebi que os caras estavam apontando as armas pra alguém que estava atrás de mim (lé ele distante). Menos mal, pensei. O parangolé é lá pra trás. Mas 1 segundo depois vi que dois PMs-filhos-duma-mãe resolveram passar pala frente do meu carro apontando as armas pro tal cara que estava chegando ainda... Quer dizer, num espaço de 5 segundos eu saí da Paz do Nosso Senhor Jesus Cristo para ficar no meio de um possível fogo cruzado com 2 PMs na minha frente apontando as armas em minha direção.

Tive que apertar a cabeça da puebla pra não me mijar ali mesmo. Estava me sentindo igual aos reféns de Counter Strike.

Pensei: É agora meu irmão. O bicho vai pegar é agora! E se eu morrer aqui no meio dessa porra? Como é que Léa vai pagar a geladeira, o colchão, a mesa!!! Centenas de reais de dívida pra coitada...

Mas aí uns 3 segundos depois os PMs começaram a ir pra cima de um motoqueiro. O motoqueiro viu que a parada era com ele e levantou o bracinho timidamente. Aí os PMs começaram a bater um papo alto nível com o motoqueiro:

- Encosta a moto aqui seu vagabundo!

- Sobe aqui na calçada seu meliante!

- Deita no chão seu marginal!

O motoqueiro estava com um suéter e vi que tinha algo na barriga dele por debaixo da roupa. Talvez ele tenha roubado algo, não sei.

Daí o sinal abriu e os carros começaram a andar. Eu ainda segurei um pouco pra ver que diabos ia acontecer mas não deu. Pelo retrovisor deu pra ver o motoqueiro no chão e cinco canos de armas apontando pra ele.

E eu que estava meio sonolento acordei de vez! Belo jeito de começar o dia...

12 de junho de 2006

Eu sempre passo trote mas nunca ligo pra ninguem

Sempre que a oportunidade surge, eu estou passando um trote ou outro mas nunca perco tempo ligando pra ninguém... Eu nunca pego o telefone e disco um número aleatório pra passar um trote tipo o Bart Simpson, entende? Aí você me pergunta: Como é então que você passa trote sem ligar pra ninguém?

Aí é que está a graça! Existem milhares de pessoas no mundo loucas para caírem em algum trote. É fato...

Isso começou uns 15 anos atrás. Lembro como hoje...

- Alô. - Eu disse
- Oi. Dona Ofélia está?

E eu de súbito falei:

- Ôôôô... A senhora não soube não? Tá todo mundo no enterro dela.

Depois disso eu só ouvi um longo tuuuuuuuuuuuuuuuuuuu de telefone desligado...

Peguei pesado eu sei... Mas aquilo foi engraçado no fim das contas. Mas me arrependi depois. Acabei falando pra mim: Você é mais inteligente que isso. Invente umas histórias melhores...

E por aí foi... Cada vez que insistiam em ligar por engano pra minha casa, trabalho ou celular eu inventava uma história melhor e as conversas às vezes duravam alguns dias, acreditem.

Existem várias histórias que eu poderia pra contar. Teve a mulher que ia instalar não sei o que em alguma loja do Iguatemi e alguém não deixava ela instalar não sei porque e eu, como chefe dela, fiz ela instalar aquilo lá por cima da autoridade do cara da loja.

Teve a festa que eu organizei com não sei quantos barris de chopp da Nova Skin depois que uma mulher ligou pela 3ª vez. Eu fui um vendedor da Nova Skin nessa história.

Teve o caso da minha suposta namorada que ligou pro meu celular pra combinar uma saída à noite no Pelourinho e queria que eu armasse um suposto amigo meu com uma amiga dela.

Teve um cara em São Paulo que ligava várias vezes procurando um tal de Vinícius e a gente sempre dizia que era engano até o dia que eu bati altos papos sobre a festa do dia anterior onde eu (Vinícius) e ele estávamos. Surreal!

São muitas as histórias...

Mas o que aconteceu durante essa semana merece uma menção honrosa.

Toda hora ligava uma menina lá pra casa pra falar com uma tal de uma Bruna. E eu dizia:

- Alô.
- Eu queria falar com a Bruna.
- Você ligou errado.

E ela:

- Ah tá! Desculpa.

Cinco minutos depois:

- Alô.
- Eu queria falar com a Bruna.
- Você ligou errado DE NOVO!
- Ah tá! Desculpa.

Ela ligava sempre!!! Ou ela anotou o número errado ou a tal da Bruna deu o número errado pra ela.

Outro dia lá estava eu na santa paz de Deus e o telefone toca:

- Alô.
- Eu queria falar com a Bruna.
- De novo filha? Você ligou errado!
- Ah tá! Desculpa.

Ela não desistia. Incansável!!! Eu acho que ela ficava digitando os números com cuidado pra ver se não tinha errado algum e ficava trocando de telefone público (a coitada ligava de um telefone público), pra tentar conseguir falar com a tal Bruna.

E dez minutos depois ela de novo...

- Alô. - eu disse.
- Eu queria falar com a Bruna.

PUTA QUE PARIU! Se fosse o Bruno eu ia começar uma conversa longa com essa menina mas era a Bruna e não dava pra afinar a voz. Como Léa já conhece todos esses trotes eu aproveitei e entreguei o telefone pra ela e disse:

- Ela quer falar com Bruna. Toma!

Mas Léa, em meio a risadas, não topou. Aí eu mandei:

- Olha. É que ela tá no banheiro agora.

E ela:

- Ah tá bom. Obrigada.

E desligou. Que pena... Se ela estivesse procurando o Bruno tenho certeza que a conversa renderia.

Mas dez minutos depois o telefone toca de novo:

- Alô.
- Oi. A Bruna já saiu do banho?
- Oi. Então... É que ela tá cagando! - a menina começou a rir do outro lado - Ela tá de caganeira a coitada.
- Vixe! - ela ria - Tá bom então. Tchau.
- Tchau.

Eu já tinha me dado por satisfeito. Tava rindo com Léa e voltei para o que eu estava fazendo.

E não é que 10 minutos depois a incansável liga de novo?

- Alô. - Já com aquela voz de PUTA-QUE-PARIU-não-é-possível-que-seja-aquela-menina-de-novo!
- Oi. A Bruna já saiu?
- Iiiiiiihhh... Ela teve que ir pro hospital por causa da diarréia.
- Nossa. É grave então.
- É sim. Essa virose tá pegando todo mundo.
- Ela tá com o celular?
- Acho que tá sim. Liga pra ela.
- Tá bom. Tchau.
- Tchau.

Depois disso eu fiquei imaginando ela ligando pra tal Bruna e perguntando se a caganeira já estava melhor. Hehehe!

Um dia se passou. Eu estava na santa paz lá no meu canto e no horário de sempre vocês já imaginam quem telefonou pra mim. Nesse dia eu tava de mau-humor:

- Alô.
- Eu queria falar com a Bruna.
- Não tem nenhuma Bruna aqui não. Você ligou errado.
- Desculpa então.

Pronto. Agora ela desiste! - Pensei.

Outro dia se passou e a infeliz liga mais uma vez. Ela é mais insistente que o Enéas!!!

Dessa vez Léa atendeu e passou pra mim:

- Toma. Quer falar com a Bruna!
- Santo Deus da ignorância aguda meu pai... Não é possível!!!

Peguei o telefone e mandei:

- Alô.
- Oi. Queria falar com a Bruna.

E eu sem paciência:

- Minha querida. Esse número não é o da Bruna. Você ligou errado! E-R-R-A-D-O!
- Ah tá. Desculpa!

Não deu 5 minutos adivinha quem liga?

- Alô. - atendi.
- Oi. Eu queria falar com a Bruna.
- Ôôôô queridinha... Aqui não tem nenhuma Bruna não...

Eu já tinha jogado a toalha. Desisti de enganar a pobre coitada. Mas de repente eu resolvi sacanear. Pra ver se ela se toca e deixa de ser burra. E continuei...

- Aqui é a casa do BrunO! Com "O"! Entende?
- A Bruna não trabalha aí?

Quando eu vi que ela ia continuar a ligar todo dia como de costume eu tentei pelo menos aumentar o período entre as ligações dela:

- Então "desprovida" - eu achei que desprovida era um bom apelido pra ela - é que a Bruna só trabalha aqui de mês em mês. Ela volta mês que vem só.
- Ahhhhh!!! Então não é essa Bruna não.

GRAçAS A DEUS ELA SE DEU CONTA SENHOR - Eu pensei... E ela:

- A Bruna que eu quero falar mora no trabalho.

Aí eu disse:

- Então "desprovida"... Esse número que você está ligando não é o da SUA Bruna, entendeu?
- Mas ela me deu esse número!
- Eu sei "acéfala"... Eu sei disso. Mas ela provavelmente se enganou.
- Não!!! Mas eu liguei uma vez e ela tinha até ido pro hospital! É esse número sim!

Pronto... Eu disse que a outra estava no hospital... Fudeu... Vai ligar a vida inteira pra mim... Aí eu falei...

- Mas filha... Deve ser outra Bruna não é não? É OUTRA BRUNA!!!

E ela:

- Outra Bruna?

Aí eu falei:

- É! É que a mãe dela é Japonesa!!! O nome dela é Ôtabruna!

Hehehehehe! Léa começou a se estatalar de tanto rir e eu quase não conseguia mais continuar a conversa.

Aí a descerebrada finalmente falou:

- Ahhh! Não é a mesma não... Essa Bruna que eu tô falando a mãe morreu!
- Ah coitada! E ela tá bem?

E ela respondia:

- Não menino. Não morreu agora não. Tem tempo já.

E eu:

- Ahhh... Menos mal então. Manda meus sentimentos pra ela então quando você conseguir falar com ela ok?

Faz dois dias que ela não me liga...

14 de março de 2006

É dificil fazer o quatro com quatro tequilas na cabeça

Meus queridíssimos amigos Romildo e Flávia irão sacramentar a união num futuro bem próximo e por isso fomos bebemorar no Café Cancun. Fomos todos lá pra jogar umas tequilas na mente e esquecer dos problemas mundanos... Como diria Renato Fechini: ô vô bebê pa isquecê meus pobrema ôôô. Bebe negão...









Tava tudo muito tranquilo, aquele clima de confraternização e tal. Quando o negócio começou a esquentar na boite Flávia e Romildo foram tomar umas tequilas com os tequileiros. Pra inaugurar a putaria por assim dizer. Ela se agarrou num cara grandão que colocou a cabeça dela na altura peniana se é que vocês me entendem. Ele se agarrou com uma negona estilosa que colocou a cabeça dele na altura peitoriana se é que vocês me entendem também. Jogaram a cabeça pra trás, abriram a boca e tome tequila pra dentro... Depois de engolirem aquilo a seco receberam uma bela sacudida de 5 minutos na cabeça acompanhada de um apitaço... Eu que não tinha bebido nada ainda já fiquei tonto com aquela sacudida e aquela zuada.





Nesse momento eu senti que Romildo estava a fim de afogar as mágoas na tequila. Depois dessa ele me veio com uma roska de kiwi com tangerina. Era a tal roska Brasil Campeão. Veja a porra...

Nesse meio tempo quem eu vejo na área VIP? Tati Quebra-Barraco se requebrando... Ela deu até uma canjinha depois. Eu dei um tchauzinho praquela fofura linda...





A música tava rolando e organizaram uma dança das cadeiras com o pessoal. Quem foi pra brincadeira? Flávia... Depois de sentar em 3 colos de homens diferentes tentando sentar na cadeira ela conseguiu chegar em 2º lugar. Quem chega em 2º tem que pagar um mico e ela ficou dançando no meio da boite pra todo mundo ver durantes uns minutos. Acho que isso inclusive motivou mais ainda Romildo a se entregar à mardita.



Pra não ficar são nesse mundo de bêbados eu falei com Rafael pra trazer 3 tequilas: uma pra mim, uma pra ele e uma pro noivo. Pra bebemorar, festejar, celebrar. Mas vejam o que aconteceu...

Fui chamar Romildo depois que chegaram as tequilas. Ele chegou todo sorridente ainda tentando esquecer Flávia se requebrando até o chão no meio do Café Cancun. Quando ele chegou que viu as três tequilas ele disse:

- As três não dá não. Deixa uma pra Flávia!

E Rafael logo disse:

- Tá bom! Só duas então...

Miserável! Era pra ele tomar com a gente! Ele entendeu tudo errado ou queria tirar da mente a cena de Flávia se mexendo ao som de Atoladinha pra todo mundo ver.

E eu dizia pra Rafael:

- Man, ele não vai aguentar isso tudo não. Daqui a pouco ele vai estar às quedas.

E Rafa:

- Que nada rapaz... É só hoje!!!

Veja a porra!!! E não é que Romildo tomou as duas? De vez! Uma atrás da outra! Ta aí as fotos que não me deixam mentir...





Pronto... Romildo a partir daí tinha virado uma outra pessoa. Já não era mais o Ronzinho que o povo constuma ver andando por aí pacatamente nas ruas de Salvador. Eu acho que ele queria dar o troco em Flávia que ficou dançando Piririm Pom Pom no meio do salão e começou a quebrar todas no Café Cancun. Não passava uma menina que Romildo não mexesse. Eu falava:

- Rapaz... Olha Flávia aí...

E ele:

- PORRA NENHUMA!!! Flávia só daqui a uma semana!

Eu disse tá certo... Vou dizer o quê? Deixa lá...

Daqui a pouco Rafael pede mais três tequilas. Eu disse pra Romildo:

- Rapaz... Não beba mais!!!

E ele:

- PORRA NENHUMA!!! Vou tomar todas!

Eu disse tá certo... Vou dizer o quê? Deixa lá...

Tomei uma, Rafael outra e Romildo a última. Depois disso não prestou.

Pra testar o estado de sangue no álcool que corria nas veias de Romildo eu pedi pra ele fazer o quatro com as pernas. Não fez. Tentou umas três vezes mas não conseguiu não. Banbeava pra frente, caia pra trás. Desisti de pedir... Pedi agora pra ele tampar um dos olhos e tentar acertar o meu dedo indicador com o dedo indicador dele. Falei:

- Romildo, fecha um dos olhos pra eu fazer um teste.

Sabem o que Romildo fez? Ele meteu a mão na orelha e tampou um dos ouvidos!!! Sério!!! Ele não sabia mais o que era orelha e o que era olho meu amigo... Pense no nível etílico desse coitado...

Logo depois disso Romildo começou a ficar triste. Comçou a bater aquela depressão. Acho que ele começou a pensar que semana que vem ia estar se casando com Flávia e não dava mais para desistir. Ele sentou numa cadeira e ficou de cabeça baixa.



Daqui a pouco ele resolveu ir pro banheiro e por lá ficou. Todo mundo sabe que quem aluga o banheiro quando está bêbado é Rafael. Pois é. ERA! Romildo aprendeu direitinho o procedimento... Depois de meia hora trancado no banheiro eu resolvi verificar o estado do rapaz.

Cheguei no banheiro e procurei por Romildo. Nada. Sai gritando e chamando por ele. Daqui a pouco abre uma porta. Lá estava Romildo sentado no vaso, com as mãos apoiadas nos joelhos e dizendo:

- To muito mal.

E eu:

- Rapaz... Vamo embora. Você sai e Flávia leva você pra casa. Você agora só fica bom amanhã!! Não tem jeito.

E ele:

- Me deixa aqui mais meia hora. Na moral. Sério mesmo.

E eu deixei.

Enquanto isso a putaria tava comendo no centro do lado de fora. Quando eu me dei conta tava Flávia vestida de noiva no meio do Café Cancun. Que porra era essa???

Daqui a pouco eu vi o padre e o anãozinho Robinho vestido de noivo também. O anão subiu no colo dela e meteu tequila pra dentro. Sacudiu a cabeça, apitou, fez aquela putaria...





Daqui a pouco chega o tequileiro vestido de noivo também. Senta no colo dela, esfrega daqui, esfrega dali. Era mão naquilo e era aquilo na mão. E eu pensando no pobre do Romildo sentado dentro daquele banheiro fedido.

O cara meteu mais tequila pra dentro e sacudiu Flávia. E a infeliz lá... Nem pra pensar no pobre do futuro marido.



Depois da baixaria apagaram a luz da boite e lá estava o tequileiro em cima de não sei o quê com umas cachaças pegando fogo. Quem ele chamou pra dar o drink? Flávia! E meteu aquele negócio pegando fogo na garganta dela. E ela lá... na boa. Tomando todas...

De 15 em 15 minutos eu ia ver Romildo. Gritava, ele abria a porta e me pedia mais meia hora. E por ai vai... E eu dizendo que era pra ele sentar lá for e tal e ele não queria. Aí Rafael, do alto de toda a sua experiência disse pra mim:

- Rapaz... o banheiro é o melhor lugar! É o melhor lugar que tem quando o cara tá assim. Deixa ele aí mais um pouco.

Hehehe! Agora eu entendo porque ele sempre se tranca nos banheiros de escuna, bar, casa de amigo e tal... Tá certo...

Nesse intermedio eu vejo Flávia tomando uma Smirnoff Ice pra rebater. Ela já era pra estar torta fazendo companhia a Romildo no banheiro mas não... Tava lá firme e forte. Eu perguntei a ela porque tava tomando o Smirnoff Ice. Ela respondeu:

- Eu to com sede e tenho que completar a consumação.

Gente cachaçeira é outra coisa. Quando fica com cede bebe é Smirnoff Ice! E nem se abala depois de 10 tequilas. Tá certo também!

Nessa momento Romildo já tinha mais de uma hora e meia (!) sentado no vaso do banheiro. Fui tentar mais uma vez tirar ele de lá. Nessa última vez teve uma confusãozinha entre Rafael e o segurança da boite. Nada fora do normal de Rafael. Depois da confusão vi que Romildo estava em pé. Na certa com medo de tomar um chute na cara. Aproveitei e puxei ele pelo braço e falei que Flávia tava chamando. Ele só pediu uma coisa:

- Na moral me dá uma ajuda aí. É sério mesmo!

Lá fui eu carregando Romildo pelo braço. Ele chegou e foi logo indo embora. Não aguentava nem ficar em pé... E Flávia lá, inteira. Bebeu feito um gambá e tava lá dando lição a Romildo. Acho q fígado dela é Total Flex!

Lá pelas 3 ou 4 da manhã chamei Rafael pra comer uma esfirra no Habib´s. Esse era outra comédia. Tava beeebo bebo...

Chegamos no Habib's e não sei como foi a conversa que estava rolando era o que era lavanderia. Eu dizia que era a pia em si, além da área e Léa dizia que nunca soube que o "tanque" era chamado de lavanderia. Conversa vai conversa vem a gente olha pra Rafael. Ele estava com cara de besta olhando pro nada com a língua pra fora. Uma cena ridícula.



  

A gente resolveu perguntar a Rafael o que ele achava e ele respondeu vagarosamente:

- Eu acho que lavanderia é algo mais "possional".

Depois dessa meu amigo eu resolvi ir pra casa porque a noite já tava virando dia... 



Momento Cultural

Motivado pela série de acontecimentos dessa festa etílica eu resolvi compartilhar com vocês esse excelente reggae do poeta Renato Fechine. O nome da música é Bebe Negão. Nada mais apropriado...