14 de dezembro de 2006

Alô? É da Minilab?

Definitivamente o meu telefone direto aqui do trabalho é muito parecido com o telefone do setor financeiro da Minilab do Rio Vermelho. Não foi a primeira vez e pelo jeito nem a última. Hoje teve mais um trote por demanda para alguém a procura de serviços fotográficos:

- Alô
- Oi. Eu sou Suzana da Zoom e gostaria de falar com Silvana.
- Oi Suzana. É que a Silvana não está no momento mas será que eu poderia te ajudar?
- Será que você pode me ajudar...

Pronto... Pode deixar que eu vou te ajudar Suzaninha... Fique tranquila!

- Claro. Qual o seu problema? - Disse eu.
- Então. É que eu preciso pegar um cheque com vocês e eu queria saber se esse cheque vai estar pronto amanhã a tarde pra mandar o menino passar aí pra pegar.
- Pegar o cheque né? Sei... De quanto é o cheque mesmo Suzana?
- 150...

150 conto?! A Minilab fica segurando um cheque de 150 conto? Puta que o pariu!!!

- Ah tá! Pode passar amanhã sim... Você está pensando em vir que horas?
- No final da tarde.
- Certo. Mas... Suzana, você não quer passar aqui hoje não?
- Hoje? Não dá. Hoje não dá mais não...
- Tá bom... Então venha amanhã de manhã. No primeiro horário logo. Que acha?
- Hmmm... Pode ser sim. Pode ser. Eu vou mandar o menino aí pela manhã. Umas 10:30. Ele vai na rua umas 10h e eu mando ele aí umas 10 e meia.
- Tudo bem. Se quiser pode mandar até antes...
- Pode mesmo? De amanhã não vai passar mais não né?
- Não. Que é isso... Eu queria até pedir desculpa a você mas foi um imprevisto mesmo o que aconteceu. Amanhã de manhã você vai receber o seu cheque com certeza.
- Que ótimo. Como é seu nome mesmo?
- André.
- Posso então mandar o boy falar diretamente com você né André?
- Pode sim. Amanhã pela manhã estarei aqui também. Mande ele falar comigo ou com Silvana.
- Pronto... Perfeito! Agora André, deixa eu só confirmar o endereço aqui com vocês...

Vixe. E agora? Onde é que fica a Minilab? Sabe Deus...

- Qual o endereço que te passaram Suzana? - Wink Sou menino?!
- Fica na Conselheiro Pedro Luiz, 510 no Rio Vermelho, não é isso?
- Exato. Rua Conselheiro Pedro Luiz, 510 no Rio Vermelho.
- Perto do Largo da Mariquita né?
- Exatamente. Perto do Largo da Mariquita.
- Ok então.

Mas eu achei q estava sendo bonzinho demais. Vamos complicar a trama...

- Mas Suzana... Esse é o endereço da loja! Pra pegar o cheque você tem que vir buscar aqui no Administrativo. Aqui em Lauro de Freitas - Uns 20km de diferença apenas. - Na Rua Ticiano Barbosa, 220.
- Nossa. Em Lauro de Freitas?
- É sim.
- Mas da outra vez ele foi pegar aí no Rio Vermelho.
- Pois é Suzana. É que estavam acontecendo uns problemas e agora só aqui no Administrativo mesmo.
- Que jeito?! Então o menino deve chegar aí quase 12h.
- Não tem problema. Eu deixo o cheque pronto.
- Então tudo bem. Mas tem uma placa Minilab grande? É tranquilo de achar?
- FA-CÍ-LI-MO! Tem uma placa enorme. É super fácil de achar. Ele vai encontrar rapidinho. Você vai ver! - Hehehehe!
- Tudo bem então. Amanhã eu mando o menino dar uma passada aí. Obrigada mais uma vez André. Só você que resolveu o meu problema. Tem uma semana que eu ligo direto pra aí e não conseguia resolver.
- Pode contar comigo dona Suzana. Sempre que precisar peça pra falar direto comigo.
- Ahhhh... Pode ter certeza que vou ligar direto pra você.
- Disponha...

Mais um cliente satisfeito...

Da próxima vez eu vou pedir o telefone da pessoa pra eu poder ligar depois e saber o que diabos realmente aconteceu... E mandar o menino ir em Lauro de Freitas de novo!!! Hehehe!


E aqui Sassá (vulgo Marceleza, também conhecido como Marcelo) se mela todo (e ao chão), no aniversário de Daniel, com um doce daqueles que tem uma uva dentro. Ao que parece a uva estava em estado líquido por que a meleira foi grande. Aline ainda tentou ajudar mas o estrago já estava feito...

      

Sem esquecer a frase da noite. Para a posteridade:

- Me xingue aí Marcelo!!!
- BOBO!

13 de dezembro de 2006

O queijo gorgonzola

Sei que sou pobre mas sou "osado", como se diz aqui na Bahia. Posso não ter o dinheiro necessário para ter tudo que quero mas de vez em quando eu me dou ao luxo de ter um pouquinho.

Eu e Léa estamos passando por uma fase ultra-light. Nosso carrinho de compras no supermercado se resume a artigos que apodrecem em 1 semana. Incluem-se aí alfaces, cenouras, brócolis, frutas e outras coisas que só passarinho e urso panda comem.

A noite um dos pratos costumeiros é salada feita com essas "guloseimas". Acontece que a salada precisa de alguma coisa que dê "sustança", saca? Aí eu compro pra acompanhar kani, presunto defumado, salame, queijo, essas coisas.

E aí se encontram na historia a minha porção "ultra-light" com a minha porção "pobre osado". Estava eu paquerando a sessão de frios do supermercado procurando acompanhamentos para as minhas saladas noturnas. De repente me deparo com um queijo gorgonzola. Daqueles bem cremosos, cheio de furos e todo verdinho. Bem feio. Bem fedorento. Bem gostoso. Na hora me deu água na boca. Eu catei o queijo na mão e mostrei pra Léa:

- Olha pra isso amor que delicia...
- Argh! - Foi tudo que ela disse.
- Mas meu bem. É tão gostoso... Sente o cheiro aqui!
- Argh! Fede demais!
- Exato! QUanto mais fedorento mais gostoso!!! - O que é verdade...

Ela não tem noção do que está perdendo. Tudo isso porque o queijo tem cheiro de defunto em decomposição e a aparência lembra um ralo de banheiro cheio de limo??? Só por isso? Que bobagem!



Só porque os fabricantes injetam no queijo uma meia dúzia de bactérias e mais uma outra porção de fungos fedorentos??? Só por isso? Bobagem!!!

Se o homem desistisse de comer tudo que fosse feio e fedorento... Enfim... Deixa quieto. Eu estava pensando nas ostras mas talvez você não. Esquece. O que importa mesmo é que o queijo é gostoso (e a ostra e outras coisas também, enfim)...

E daí que eu me rendi aos meus impulsos consumistas e resolvi comprar o queijo... Não um queeeeeeeeeeijo. Nada disso. Uma fatiazinha bem fininha do que já deve ter sido um queijo gorgonzola. E da marca mais barata!!! Tinha queijo que era 50 reais o quilo, 55 reais o quilo. Acabei pagando 5 reais por uma fatiazinha do queijo mais barato. Mas nem por isso ruim...

Levei pra casa, preparei minha salada, adicionei um pouco de presunto defumado e uma fatiazinha mínima da fatiazinha pequena que eu tinha comprado. Não dá pra colocar muito queijo também senão você não sente o gosto de mais nada.

Insisti pra Léa comer um pedaço mas ela não dava o braço a torcer. Quase obriguei ela a comer 1 cubinho de 1 milimetro cubico do queijo e ela quase vomita no chão da cozinha. Léa ainda tem o ranso de pobre sabe? A pessoa pode ser pobre mas não pode ter o ranso de pobre!!! Mas isso é assunto pra outro capítulo.

Enfim... Comi minha super salada na janta e fui dormir feliz da vida já pensando no queijo que ia comer no dia seguinte.

Acordei e segui a rotina. Fui pro trabalho, dia cansativo, volto pra casa, fico alegre porque estava tudo limpinho que a empregada tinha ido arrumar a casa, tomo banho e vou na geladeira preparar minha salada já com água na boca.

Cato as folhas, legumes, presunto e procuro o queijo. Cadê o queijo? Cadê a porra do queijo?

- Léa? Cadê o queijo?
- Não sei. Procura direito.

E tome a procurar. Nada de achar o queijo.

Olho no congelador. Será que alguem colocou no congelador a porra do queijo? Achou que ele estava mole demais e colocou no congelador pra ele dar uma empedradazinha? Pra tomar com whiskey? Mas não. Nada do queijo no congelador. Cadê o queijo.

Começo a olhar nas gavetas do armario. Nada do queijo. De repente o que eu encontro? A vasilha plástica onde eu tinha colocado o queijo gorgonzola... Limpinha... Lavadinha... Cheirosinha!!! Nem sinal daquele fedor delicioso e daquele aspecto verde apodrecido maravilhoso da noite passada.

Foi Rosa, a empregada. Só pode ter sido Rosa que jogou meu queijo fora. PUTA QUE PARIU!!! Não é possível... Eu só tinha comido, no máximo, uns 50 centavos do queijo!!!

Só depois que eu entendi todo o contexto. Léa tinha pedido pra Rosa lavar a geladeira e olhar o que tinha apodrecendo nela porque estava com um cheiro ruim. Antes de Rosa chegar Léa viu que tinha um requeijão cremoso passado e jogou fora. Ligou pra Rosa e disse: "Rosa, achei o que estava ruim na geladeira". Mas Rosa já estava limpando a geladeira e se depara com o quê? Um queijo verde, fedorento e mole. Tá podre! Só pode estar podre! Mais do que podre o queijo está morto e não enterraram ainda. O que minha adorada empregada faz? Joga o queijo estragado no lixo.

Ainda não acreditando no acontecido liguei pra Rosa:

- Oi Ró. Tudo bom?
- Oi Tau. Tudo...
- Ró, vem cá... Eu comprei um queijo caríssimo ontem - já pra assustar - e não tô achando. Ele tava numa vasilha assim e assado. Você viu?

Silêncio...

- Queijo?
- Sim Ró...

Mais silêncio - Nessa hora ele deve estar pensando: Puta que pariu. Joguei o queijo fora!

- Ele tava podre Tau.
- Tava não Ró.
- Tava sim!
- Tava não Ró.
- Tava Tau. Ele tava verde e fedorento!
- É assim mesmo Ró.
- Não Tau. Tava podre. Chega estava molengo.
- É assim mesmo Rosa. Eu tinha comprado ontem.
- Ai meu Deus...

Meia hora de silêncio...

- Ô Tau. Me desculpe. É que eu achei que...
- Tudo bem Rosa. Era só pra ter certeza mesmo. Mas não joga mais nada fedorento fora não. Deixa que eu jogo...
- Tá bom Tau.
- Fica tranquila. Deixa lá. Tchau.
- Tchau...

E foi assim que aconteceu. Eu quase nunca me dou ao luxo de exagerar um pouquinho que seja. Quando faço vejam o que acontece...

Mas uma coisa eu tenho certeza: se aparecer na geladeira um tomate preto em decomposição Rosa não vai jogar fora neeeeeeeeem... Vai que é um tomate preto importado com cheiro de podre? Nunca se sabe...



Essa eu não podia de deixar de contar. Léa contou pra minha sogra, Dona Marie, sobre o acontecido e ela quase morre de asfixia de tanto rir... Hehehe! Tudo bem...

Dona Marie também gosta de gorgonzola e o acontecido parece que a deixou com vontade de comer um queijinho. O que ela fez? Comprou um pedaço. Maior do que o meu, provavelmente.

Dois dias depois do acontecido está Léa ao telefone com a mãe pelo Skype na hora da janta. A caixa de som estava ligada e de repente eu ouço;

- Sai daí YUPI! O queijo não YUPI!!! O GONGONZOLA NÃO YUPI!!!
- O que foi mãe???
- A YUPI acaba de comer o queijo gorgonzola inteiro que estava na mesa. Filha da puta!!!

Hehehehehe!!! Yupi é a cadela da casa da Léa. A julgar pela "osadia" da Yupi não sou só eu e Dona Marie na família que gostamos de queijo Gorgonzola!