1 de dezembro de 2004

Cá estou novamente

Cá estou novamente na minha terra. A saudade era tão grande.

A primeira impressão que tive foi de que estava tudo da mesma forma mas era tudo diferente. Nem eu consigo entender isso ao certo não culpo vocês se não me entenderem.

Quando vi todo mundo no aeroporto fazendo aquela algazarra, gritos, megafone do Psirico, cartazes, achei que ninguem tinha saido dali do aeroporto desde quando eu fui para a Inglaterra.

É estranho como parecia que eu tinha ido pra Inglaterra uma semana antes, no máximo. Parecia que o tempo, desse lado do globo, permaneceu parado enquanto eu passei alguns meses lá na terra da Rainha.

Abracei forte a minha mãe e o meu pai. Aí comecei a perceber que algo estava diferente. O toque eu não sentia já há algum tempo. Eu os via sempre pela internet, conversava sempre, mas a gente sente falta de abraçar, de apertar. Isso é muito importante.

Abracei minha irmã, meu irmão, família, amigos. De repente me senti em casa. Me senti no lugar que eu pertenço. Todo mundo sabia como falar meu nome, todo mundo ria das minhas piadas, eu conseguia falar com a rapidez que a minha mente processava as idéias.

Por um instante quis que o tempo parasse.

Mas logo depois vi que algo estava diferente. Percebi que eu estava indo para Feira, para casa de meus pais e não pra meu apartamento na Graça.

Percebi que minha vida mudara.

Percebi que a minha vida antiga já não existia mais. Me deu uma angústia no coração. Caí na real que a minha vida antiga simplesmente não existia mais. A nostalgia tomou conta de mim por alguns instantes. Só queria poder voltar no tempo pra ter de volta a segurança e a alegria de tempos passados. Mas isso não é possível não é verdade?

Decidi então seguir em frente. Encarar essa minha nova vida.

Talvez eu não tenha nem tempo de fazer tudo que quero pois a quantidade de trabalho a fazer é muito grande e, como eu estou em Feira, eu não posso simplesmente sair a noite com a galera. Vamos ver o que vai acontecer...

O que tenho medo é de não me sentir em casa aqui no Brasil e muito menos na Inglaterra. Sentir que não pertenço a lugar algum, sentir sempre que algo está faltando onde quer que eu esteja...

Mas isso passa. Assim espero!