29 de setembro de 2004

Vocês vão ter que me engolir!

E vão ter que engolir TUDINHO!!!

Pois é... A hora está chegando. Depois de 6 meses longe de tudo e todos tá chegando a hora de voltar pra casa. Já tem até data marcada. Vai ser dia 24 de novembro às 21:15.

Na verdade o plano era chegar pra passar o Natal com a família lá por volta do dia 20 mas como nada na vida é do jeito que a gente quer só consegui passagem pro dia 24 de novembro.

A extensão do visto só chegou aqui essa semana. Então eu só pude remarcar a minha passagem hoje senão, uma hora dessas, eu deveria estar num avião voltando pra Salvador. Só que pra achar passagem pro Brasil numa altura dessas do campeonato é muito difícil. Ao invés de arriscar ficar em listas de espera eu confirmei logo para dia 24 de novembro.

Liguei pra minha mãe pra dar a notícia né? Feliz da vida por que ia vê-la antes da hora imaginada.

- Mãe, tô chegando dia 24 de novembro. Um mês antes do previsto. Mais um mês com a senhora mãe.
- Então tô doida! É muito tempo meu filho. Seu pai não vai querer te sustentar aqui esse tempo todo não. Você come demais!
- Mas mãe!!! Eu tô 15Kg mais magro... Nem se eu quisesse eu comeria o tanto que comia antigamente. Te garanto.
- Não sei não meu filho. E você agora com essa mania de não tomar banho. Ninguem merece ficar com um sujeito fedorento dentro de casa.
- Tá bom mãe. Eu prometo que tomo banho todo dia.

Daí eu ouço uma voz lá no fundo. Era minha irmã:

- Flávio vai vir um mês antes do previsto??? Ninguem merece!

Aí minha mãe continua:

- Ôh filho... eu acho melhor não...
- Como assim mãe? Chama a Camila aí no telefone...
- Camilaaaaa. Seu irmão quer falar com você. Quer vir um mês antes veja só...

- Flávio? Que história é essa de voltar antes do previsto? Eu achei que a gente ia se ver livre de você!
- Que é isso Mila. Só um mêsinho a mais! Te juro!
- Sei não Tau. Ninguem te aguenta aqui e você sabe disso. Você é muito abusado e chato.
- Eu prometo que não perturbo Mila. Juro a você.
- Rafael também tá dizendo aqui que não quer que você venha mais cedo não. Você pega muito no pé dele Flávio.
- Avisa a ele que eu vou ficar na boa. Será que eu vou ter que ficar em hotel é?
- Não é má idéia né irmão?
- Eu até ia comprar uns presentes aqui pra vocês mas acho que vou ter que economizar pra pagar o hotel.
- Como assim? Pagar hotel... Quem falou em hotel foi você!
- Hmmmm.
- Você já disse que vai ficar quietinho não vai?
- Claro!
- Então. Acho que não vai ter problema não. Posso até conversar com meus pais aqui.
- Acho uma boa então Mila.
- O presente vai ser bacana né?
- Bacanérrimo!
- Ôh irmão... Te amo tanto. Pode contar com sua irmã pra qualquer coisa, viu?
- Sei disso... Chama mainha de volta aí chama.
- Chamo sim... Um beijo meu lindo.
- Beijo.

E lá vem minha mãe...

- Oi meu filho. Camila tá aqui dizendo que é bom você vir mais cedo mais eu não sei não viu filho...
- Mas mãe... é que agora não posso desmarcar a passagem.
- Que coisa né filho. Talvez até seja interessante você passar esse Natal aí mesmo na Inglaterra, não? Em Londres, hein? Que chique! Muita neve... Vai ser até legal.
- E eu já comprei até presente pra senhora mãe!
- Hein? Tem presente é? Jura meu filho?
- Claro mãe! E foi caro.
- Ôh meu filho... Nem precisava... Mas você promete que vai comer menos né?
- Claro mãe. Pode ficar tranquila.
- E o presente você comprou mesmo né?
- Comprei mãezinha. Já tá aqui comigo.
- Ôh meu filhinho... Te amo tanto.
- Eu também mãe.
- Não dá pra vir antes não? Vem mais cedo bobo! A gente ama tanto você!

O amor é lindo... Minha família toda ansiosa pra me ver novamente. É tão bom se sentir amado! Se sentir querido... não é verdade?

Só espero que meu pai não queira arrancar meu braço fora quando olhar pra tatuagem que eu fiz sem avisar a ninguem... Acho que vou chegar com o presente dele na mão já pra não ter muito problema.

E se alguem ainda tem dúvida: sim, ainda sou virgem, exatamente como cheguei e como vou estar o resto da vida! Cabaço! Bumbum que mamãe beijou ninguem nem chega perto!

Pois então... Galera da EPL pode ir se organizando que eu tô chegando em novembro. A gente tem que pegar logo um fim de semana de dezembro pra fazer a Extreme Power Party Say Hello to Fraveu Edition. Só precisa deixar a Léa chegar de São Paulo.

Dessa vez eu só faço uma exigência: Vodka tem que ser Smirnoff. Eu não quero ficar com aquela ressaca miserável da outra vez não. Pelo amor de Deus Júlio Reuris. E sim: eu pretendo comer água. Só não vou chorar dessa vez...

28 de setembro de 2004

Lá vem o frio tchurururu...

É triste mas é verdade. O verão já soa como uma doce lembrança.

Pra gente que mora no Brasil essa história de estações do ano é meio bobagem mas aqui o negócio é seríssimo! Em Salvador por exemplo é verão o tempo todo. Vai-se a praia de janeiro a janeiro. Você só lembra que tá no verão por que a família vai pra praia pra passar as férias e aí você pensa: É verão! Ou então começa a temporada de ensaios dos artistas de segunda a segunda. As periguetes ficam ouriçadas...

Mas voltando ao frio. Quando eu cheguei aqui em março o clima estava mudando de inverno para primavera. As árvores todas secas, muita chuva e muuuito frio. Pelo menos pra mim. Entre 0º e 5º é muito frio não é?

Logo chegou o verão. O clima começou a esquentar. Eu cheguei até a guardar minhas calças de moleton! Estava saindo na rua de camiseta! Parecia um sonho! Principalmente para mim que nunca tive casaco de frio no Brasil.

As inglesas que saiam de mini-saia em madrugada fria e chuvosa quase saiam sem roupa durante o verão. As saias eram pouco maiores que o cinto. Em alguns casos ra o sinto mesmo que fazia o papel de saia.

Mas o clima está virando nego vei. Ainda estamos no outono, é bem verdade, mas o clima pra mim é de inverno brabo! Até as inglesas tão colocando mini-saias com mais de um palmo de espessura! Um absurdo de frio.

E hoje eu não aguentei mais... Já vinha pensando há algum tempo mas hoje não teve jeito. Eu tive que tirar os moletons do armário e aposentar os shorts e bermudas até o ano que vem. É triste mas é verdade.

Mas o grande problema é mesmo os pés. É um frio desgraçado no pé. Fica muito gelado mesmo. Eu comecei colocando uma meia. Mas não resolveu não. O frio continuava grande. E hoje eu tive um ato de desespero: coloquei três meias em cada pé. Vou ser sincero. Ainda tá longe de estar bom mas já está melhor.

É verdade que as três meias apertam o pé que é uma miséria mas é um mal necessário. É verdade também que o sangue meio que para de circular no pé e eu quase não sinto mais os meus pés mas enfim, se eu não sinto os meus pés eu não sinto o frio neles não é verdade?

Mas é claro que o frio tem lá seu lado bom... Pra pele então é uma maravilha. Te explico o porquê. Novamente a frequência banhística diminui. As vezes de dois em dois dias, as vezes de três em três e assim a pele não fica ressecada, percebe? Maravilha.

A roupa também suja muito menos... Cueca mesmo só precisa trocar quando toma banho então é no máximo duas cuecas sujas por semana! Só alegria. Como a gente não sua durante o sono, muito pelo contrário, a roupa de cama também não precisa ser trocada muitas vezes. Como a frequencia de trocar roupa de cama já não era muito grande agora então está uma maravilha. Nesse outono por exemplo eu pretendo trocar a roupa de cama pelo menos uma vez. E já tá bom de mais né não???



Momento Zéu Britto

Tá aí a cara do infeliz. Talvez já dê pra imaginar ele cantando não é verdade?

A música de hoje é outro hit sensacional. Se chama Mirabel. Uma mistura de Alice no País das Maravilhas com o programa da Ana Maria Braga. Essa música conta a história de alguem que quer comer Mirabel com Tang Laranja. Conta todo o drama vivido por Mirabel, a aliança com outros biscoitos até a triste hora de sua morte.

"...

Inventei de abrir o aluminio da embalagem
Pra dar fim na agonia
Pra definir a merenda do dia
Tolo fui eu

Mirabel se revoltou e chamou sua amiga a Bolacha Maria
De repente estava ali cercado num mundo bizarro
Me amarro em biscoito

..."

Ouça essa pérola da sensacional fantasia gastronômica:

25 de setembro de 2004

Fizz Keeper

Quem nunca abriu uma Coca-cola dois litros, tomou um copo no almoço e no outro dia a Coca-cola já estava sem gás? Pois é. Eu também!

Isso foi uma coisa que sempre me incomodou. Principalmente porque desde que eu moro sozinho geralmente só tem eu pra beber o refrigerante e eu só tomo um copo no almoço ou algo do tipo. Não é como uma família que acaba com uma Coca 2l numa sentada.

Eu sempre preferi comprar 2l por causa do custo benefício. Claro que seria mais interessante eu comprar latinhas de 350ml mas sairia muito mais caro. No fim das contas valia mais a pena comprar uma garrafa de 2l que, mesmo jogando fora metade, sairia mais barato.

Daí que um dia eu resolvi tentar mudar isso. Tentei fechar a garrafa o mais apertado possível. Usei até alicate. Resultado: não adiantou muito.

Foi aí eu percebi que o gás foge da garrafa de qualquer jeito. É pior que traficante em presídio de segurança máxima.

Comecei então a pensar numa alternativa. Eu via que o refrigerante começava a perder o gás quando passava da metade por que aí o gás tinha como escapar pela tampa. Isso quando a garrafa é guardada deitada, é claro.

Como fazer então que o gás nunca entrasse em contato com a tampa? Guardando de cabeça pra baixo. E foi o que fiz. Abri a Coca, tomei um copo e guardei de cabeça pra baixo. E deu certo!

Deu mais certo do que eu pensava. Quando eu abri a Coca-cola a quantidade de gás engarrafado era enorme. Muito maior do que quando eu abri a Coca pela primeira vez. Isso por que depois de tomar um copo sobrou mais espaço pro gás ocupar. Daí quando eu abri a garrafa foi aquele tsssssss...

Enfim. Desse dia em diante eu comecei a guardar refrigerante aberto de cabeça pra baixo. Todo mundo acha estranho e não acredita muito. Isso até eu mostrar o truque da tampinha explosiva.

Pois então. O truque é simples mas funciona. Como a quantidade de gás guardada é muito maior que a quantidade normal eu faço o seguinte: eu vou abrindo a tampa bem devagar até começara ouvir o gás escapando. Quando eu ouço o gás bem baixinho eu abro a tampa de vez com o dedão. Mas tem que ser bem rápido. O que acontece é que a tampinha explode como se fosse champagne.

A tampa bate no teto, bate no chão e fica pipocando uma meia hora. É engraçado ver a cara do povo tomando susto. Já aconteceu até d'eu perder a tampa do refrigerante nessa brincadeira.

Mas meu pai nunca acreditou nessa minha tese. Dizia que não tinha nada disso, que não precisava guardar a garrafa de cabeça pra baixo e era só apertar a tampa com força. Isso até ver o truque da tampinha explosiva. Num desses almoços de domingo, com a mesa cheia, eu peguei uma Coca-cola aberta no dia anterior e fiz o truque. A tampa pipoco, bateu em meio mundo de canto até que parou na panela de feijão.

Todo mundo na mesa se assustou e meu pai viu o que eu estava falando... Mas mesmo assim lá em casa ninguem guarda o refrigerante de cabeça pra baixo. Como sabiamente disse o filósofo Nietzsche: "O costume do cachimbo deixa a boca torta".

Mas a minha solução não é infalível. Quanto mais vezes você abre a garrafa mais vezes o gás escapa. Não tem jeito. Isso acontece por que quando você abre a garrafa a pressão vai toda embora e o gás vai ter mais espaço pra ocupar a garrafa quando você fechar a tampa.

Qual seria a solução então? A solução seria colocar pressão dentro da garrafa depois de fechada pra que o gás não tivesse pra onde expandir assim como sabiamente escreveu o grande poeta baiano Caymmi em alguma de suas composições: "Pressão! Eu vou botar pressão mamãe!".

Pois bem. A solução seria essa... Mas como fazer isso??? Assoprar na garrafa antes de fechar? Então... Eis que estava eu no supermercado comprando comida congelada, comida enlatada e outras coisas saudáveis quando de repente me deparo com isso:

Pois é: Fizz Keeper! Traduzindo para o bom português seria algo como o "Guarda Tssssssss". Alem de vedar bem a tampa o que acontece é que a gente, com a ajuda dessa bombinha, pode ir repondo a pressão dentro da garrafa. A gente abre, bebe e depois fica bombando o Fizz Keeper pra não deixar o gás escapar muito.

+


=

Em tese funciona bem. Vamos ver o que vai acontecer... Já to testando ele na minha geladeira.

Se quiserem eu posso exportar pro Brasil. Querem? Qualquer 20 reais mais correio eu to mandando...



Momento cultural

Há alguns meses eu vi no Jô um tal de Zéu Britto. Ele chegou meio que como coadjuvante junto com o Selton Mello e Débora Falabella pra divulgar o filme Lisbela E O Prisioneiro do Guel Arraes. Mas ele roubou a cena logo depois que o Jô fez a primeira pergunta a ele. Ele é baiano (só podia) e começou a cantar suas músicas nada comuns e super originais. Eu lembro de ter rido muito. Cada música mais engraçada que a outra. E ele lá, sempre sério.

Pela internet eu vi que ele voltou no Jô esse mês e que faz até parte do programa da Globo onde os homens se travestem e fazem todos os papeis da serie. Não lembro o nome.

Soube que ele vai lançar o disco logo pelo que entendi. Mas enquanto isso eu vou deixar algumas músicas pra vocês ouvirem.

A primeira é o clássico Raspadinha:

"...

Raspe logo o matagal
pra livrar a área do quintal
Eu só quero raspada

Só quero raspadinha meu bem
Se você quiser eu raspo também

...

Isso é coisa de cigana
você tá parecendo Cláudia Ohana
Tira a palha da cabana
e deixa o sol entraaaar!

..."

Ouça a música:

16 de setembro de 2004

A evolução de um chef

Antes de vir para a Inglaterra a minha especialidade era miojo e ovo frito. Uma delícia por sinal. Quando a fome apertava num domingo, e eu não usava o telefone para "cozinhar", eu fritava dois ovos, fazia um pacote de miojo e, quando a disposição era grande, fritava umas salsichas também.

Pronto. Perfeito! Era essa a minha especialidade.

Quando cheguei aqui na Inglaterra percebi que Dona Ildete não enviava quentinha pro outro lado do mundo. Fiquei tão decepcionado! Eu já estava me acostumando a "surpresinha" de Dona Ildete.

A gente chamava carinhosamente a quentinha de Dona Ildete de "surpresinha" porque geralmente a gente tinha umas 3 opções de almoço. A gente escolhia uma delas e quando abria a quentinha: "SURPRESA!". Tinha tudo menos o que você pediu.

Quem pedia galinha vinha carne. Quem pedia salada sem feijão vinha feijão sem salada e por aí vai. Mas eu não posso negar que era divertido! Todo mundo na hora do almoço ficava já na expectativa: "O que eu vou comer hoje!".

A gente quase ouvia o rufar dos tambores na hora exata que estávamos abrindo a quantinha. Tá rá rá rá rá rá TÁ! E quando a gente abria a quentinha: "SURPRESA!". Era assim geralmente.

Mas enfim... Quando eu cheguei aqui eu não sabia nem como colocar água pra esquentar. Juro a vocês. Mas com o tempo isso vai melhorando.

Hoje eu já consigo fazer o meu arrozinho, soltinho, sem grudar na panela, com o sal no ponto. Pra mim isso já é meio caminho andado. Eu que gosto de comer arroz com alguma coisa, saber fazer arroz é metade do caminho, concordam?

Depois eu aprendi, sempre com a ajuda da Elen, a fazer macarrão. Esse já envolvia alguma habilidade culinária avançada! Tem q ficar olhando tempo, colocar pra escorrer, fazer o molho. Muitos passos a mais que o arroz.

Quando eu digo "fazer o molho" não necessariamente significa "fazer o molho" se é que vocês me entendem. Quando eu digo fazer o molho é abrir a lata de molho pronto e por pra esquentar um pouquinho. Isso é tão prático. Não sei porque o povo faz o seu próprio molho quando tem gente que já vende isso pronto! E é gostoso!!!

Depois do macarrão pronto é só colocar um queijo ralado e orégano em cima. Merveilleux1!

Os acompanhamentos são uma caso a parte. Ainda não me arrisquei a fazer nenhum não. Nem aquela galinha que Elen me ensinou. A "galinha ao molho amarelo e vermelho" como eu sabiamente nomeei. Eu ainda prefiro comprar, o que for de mastigar, pronto. Congelado ou enlatado.

Aqui se vende tudo pronto mesmo. Pra que perder tempo né? Você encontra no supermercado saladas prontas, sanduiches prontos, as vezes refeições inteiras prontas com tudo que precisa, só abrir e por na mesa. Pra que eu vou me preocupar em fazer minha comida? Por enquanto não. Talvez um dia.

O meu nível de exigência no quesito comida é tão baixo que eu acho que não vou enjoar dessa comida não. Mas no fim das contas talvez seja essa comida minha que esteja me fazendo emagrecer. Será? Acho que não... Enfim.

Mas o motivo desse tópico hoje é de contar uma coisa a vocês. Eu nunca comi salada na vida. NUNCA! Com excessão, é claro, de quando Dona Ildete colocava salada, contra a minha vontade, na minha "surpresinha", digo, quentinha.

Mas a corrente "Flávio coma salada" aqui é tão grande que eu resolvi ceder. A Léa fala, a Elen fala, o Zorbão fala. Sem falar em minha tia Valma que vive falando. Pois bem. Eu resolvi dar o braço a torcer e fui pra um mercadinho aqui perto comprar alface e cenoura. Vocês não querem também que eu compre toda marca de verdura e legume, como diria o meu pai, pra minha fase inicial de comedor de salada né?

Então eu tomei coragem e fui lá pra comprar essas poucas verduras que eu gosto de comer. Comprei a minha primeira alface e uma cenoura, lá ele já pra prevenir futuros comentários.

Eu sabia que tinha que colocar alguma coisa em cima da salada porque o negócio é tão sem graça que pra comer tem que colocar algo por cima... Eu pesquisei com Léa o que colocar em cima. Ela me falou de limão, azeite, vinagre, sal, e um monte de coisa, não necessariamente nessa mesma ordem. Eu pensei comigo: "Eu não vou ficar comprando limão, vinagre e essas coisas não". Eu não gosto muito do sabor não. Daí eu passei no supermercado e me deparei com uma prateleira cheia de salad cream's. Pensei comigo: "É por aí que eu vou!". Comecei a olhar os vários sabores e acabei comprando o mais barato mesmo. Se eu não gostar disso eu perco pouco dinheiro.

Cheguei em casa, preparei a comida normal de sempre: esquentei um arroz, esquentei uma galinha ao molho branco qualquer que estava dentro de uma lata e me deparei com esse novo desafio: fazer a minha primeira salada.

Tirei duas folhas do alface e lavei bem. Não sabia se duas folhas era muito ou pouco. Pra mim parecia suficiente. Ralei um pouco da cenoura em tiras. Lembrei que tinha um milho verde no armário e abri também.

Arrumei tudo bonitinho no meu prato e taquei-lhe um monte daquele molho. O prato ficou bonito, não ficou? Pelo menos pros meus padrões ficou coloridíssimo!

Agora chegou a hora da verdade. Tanto trabalho... Vamos ver se valeu a pena.

A primeira garfada e... eu gostei! Num é que eu gostei da danada da salada que eu fiz! Gostei mesmo! O molhinho da salada é azedinho. Show de bola. Foi só alegria comer aquele prato.

Agora vocês me perguntam: "Então vai fazer sempre né?". E eu digo: "Não sei". É muito trabalho... Compra verdura, lava verdura, corta verdura... Isso adicionou uns 10 minutos a mais no meu tempo de fazer o meu almoço. Mas enfim... Eu vou fazer sempre que der...

Como disse o filósofo Sócrates: "Comer salada e coçar é só começar".


1 Merveilleux é uma das poucas palavras que aprendi quando fui a França e significa, como vcs devem imaginar, maravilhoso! Outra palavra que eu não esqueço como se diz é "água" em francês. Só precisa colocar o dedo na garganta. É aquele som. Se escreve eau.

7 de setembro de 2004

Viagem a Edimburgo

Enquanto o Zeca faz a volta do mundo dele no Fantástico eu vou fazendo a minha por aqui. Dessa vez o destino era Edimburgo, na Escócia. Iríamos conhecer a terra de Highlander e William Wallace. Terra de frio e chuva (mais que aqui na Inglaterra!) e de muitas guerras contra a dominação inglesa durante a época medieval.

O vôo foi direto daqui pra Edimburgo. Muito bom isso. Nada de pegar ônibus ou trem pra Londres, nada de dormir em chão de aeroporto, só precisávamos acordar cedo e pegar um taxi para o aeroporto. O único problema era acordar cedo.

Eu estou dormindo muito tarde e quando precisa dormir cedo não consigo. Resultado fiquei na cama, sem conseguir dormir, até 3h da manhã, aproximadamente, e tive que acordar 5:30h pra ir pro aeroporto. Imaginem o meu estado!

Chegamos cedo no albuergue. A primeira impressão foi ótima. Tudo organizadinho, cozinha equipada, só alegria. Largamos nossas coisas e fomos conhecer a cidade.

O clima da cidade estava inacreditavelmente bom! Céu azul, nenhuma nuvem sequer! Aí é beleza. Frio a gente até aguenta mas frio com chuva é problema.

A localização do nosso albuergue era ótima. Era muito próximo à Princess Street que é uma das principais ruas da cidade. A gente estava perto de tudo que interessava a gente.

Pra acabar logo com uma polêmica que rolou na EPL eu vou logo esclarecendo. Eu usei sim boné em todas as fotos que eu tirei. Na verdade eu usei boné até dormindo. A história é longa e embaraçosa mas vamos a ela. No domingo antes da viagem eu queria ir assistir The Village do Shyamalan. Daí eu olhei pro meu cabelo enorme no espelho e pensei: "com esse cabelo eu não vou não". Aí me lembrei do preço do corte de cabelo (8 libras) e do que meu pai falou um dia: "Você não levou a sua máquina? Então! Passa o maior número no cabelo todo e pronto". Simples não é? E aquilo ficou na minha cabeça. Pra quê?!?!

Eu pensei comigo: "É simples. Não tem como dar errado!". Aonde nego vei?! AONDE?!

Parei meia hora com a máquina na mão e me olhando no espelho e pensando: "Rapaz. Pare com isso. Isso não vai dar certo. Você tá muito velho pra fazer essas aventuras. Tá pior que Camila que pintou o cabelo de rosa com papel crepom na micareta escondida no banheiro. Mas a diferença é que Camila tinha 14 anos na época e você tem 25! Esquece isso."

Por mais que eu pensasse mais eu tinha vontade de ver o que ia acontecer. Aí, num súbito momento, eu passei a máquina 3 do lado direito. Ficou aquele buracão e eu pensei: "Agora fudeu. Não tem mais volta. Agora acaba o serviço meu amigo!". E lá fui eu. Não tinha ninguem em casa. Nem pra pedir ajuda. E lá fui eu passando a máquina 3 na parte de baixo do cabelo. Mas o negócio é longe de ser simples, principalmente quando você faz no seu próprio cabelo!

Continuei passando. Passava bem umas 1000 vezes pro cabelo ficar todo no mesmo nível. Foi horrível. Cabelo pra tudo quanto é lado. Uma coceira desgraçada e não estava nem na metade ainda.

Chegou a hora de passar em cima. Logo vi que eu passava a máquina e não caia cabelo nenhum. Os cabelereiros tem alguma técnica obscura por que pra mim não tinha mistério: era passar a máquina e o cabelo cair. Mas daí pra prática é uma longa viagem.

Resolvi usar a número 5 em cima pra ver se cortava. Logo vi que eu consegui cortar a parte da frente e a do fundo tava grandona ainda! Eu parecia um cardeal com aquele chapeuzinho sabe? Sem cabelo eu lugar nenhum e com um tucho de cabelo no cucuruto! RIDÍOCRO!!! MUITO RIDÍOCRO!

Eu só conseguia olhar para o espelho e rir de mim mesmo. E pensava: "É CLARO QUE ISSO NÃO IA DAR CERTO! CLARO!". E continuei a minha batalha.

Depois de mais de uma hora cortando ou tentando cortar o cabelo ele ficou algo mais ou menos normal. Daí eu pensei: "Que se dane. Depois cresce!".

Percebi que eu tinha que fazer o "pé" do cabelo também! Isso foi difícil fazer sozinho. A parte da orelha eu tirei de letra mas e atrás??? A minha sorte é que o banheiro tem 350 espelhos e você consegue se enxergar em 360º. Só que o problema de olhar pelo espelho é que você manda o braço ir pra esquerda e ele vai pra direita. Aí você lembra que está olhando por um espelho. Aí fala pro braço: "Vá pra esquerda que agora é direita" e o braço se confunde todo e acaba trocando de direita pra esquerda duas vezes e continua indo pro lado errado. Terrível! Imaginem como não ficou. Mas enfim.

Uma hora e meia depois eu fui lavar todo o banheiro e tomar um banho que a coceira estava demais.

No fim das contas o cabelo não ficou tão ruim mas ficou longe de estar bom. Resultado: boné pra cima e pra baixo. Daqui a um mês eu tomo coragem de andar sem boné! Pelo menos agora eu dou mais valor aos cabelereiros do mundo. E mês que vem eu vou pagar as 8 libras sorrindo.

Mas voltando a viagem. A primeira parada seria no Calton Hill que é um morro, nessa terra cheia de morros e montanhas, com alguns monumentos no topo. Lá em cima a gente encontrou um "Parthenon" pela metade. O que deveria ser o Monumento Nacional aos mortos nas Guerras Napoleônicas mas que ficou inacabado por falta de recursos. Isso em 1822.



Bem próximo está o Nelson Monument que comemora a vitória em Trafalgar. Esse é o mesmo Nelson que fica no topo de um monumento bem alto na Trafalgar Square em Londres.



Também ficam aqui o Duncan's Monument e o antigo City Observatory.



Desse morro a gente consegue ter uma ótima visão da cidade. A gente consegue ver o Castelo de Edimburgo ao fundo, bem no coração da cidade, toda a Princess Street, uma boa vista da Old Town - a parte antiga da cidade - e do Palace of Holyroodhouse que é a residência oficial da rainha na Escócia.

As belas paisagens escocêsas:







O Castelo ao fundo e uma panorâmica da bela e antiga cidade:





De lá de cima a gente já percebe uma mudança de conceito na cidade. Em terra que faz frio e neva, meu amigo, hotel chique tem um belo jardim ao invés de uma bela piscina! Coisa de gringo. Impossível eu me imaginar num terraço desses, numa dessas cadeiras, curtindo um solzinho e lendo um livro.



Do morro de Seu Calton a gente seguiu pra Old Town. A parte mais atraente da cidade. Onde tudo acontecia há 1000 anos atrás. De onde a cidade cresceu.

A via principal chama Royal Mile. Ela liga o castelo ao Palace of Holyroodhouse. É um lugar interessante. Todas as construções muito antigas. Dessa rua saem outras tantas ruazinhas bem estreitas. É bem interessante.





Nessa rua a gente acabou encontrando essa engenhoca estranha. Da série coisas estranhas que você sempre vê quando põe os pés pra fora do albuergue em Edimburgo. Zorbão identificou automaticamente a máquina como sendo, desculpem o meu francês, a máquina do boquete.

Você coloca a ficha em cima e o cidadão com a boca aberta embaixo dá conta do serviço. Zorbão testou a máquina... Vejam que cena glamurosa em plena cidade de Edimburgo.



Na verdade, essa "máquina" era um poço. Um bem antigo inclusive. Mais velho que o Brasil por exemplo. Na parte de cima tinha uma alavanca e a água descia pela boca do cidadão, VIU ZORBÃO!

Descemos a Royal Mile e chegamos até o Palace of Holyroodhouse, casa de minha tia Bete aqui na Escócia.



Perto desse palácio está o Holyrood Park. Área de caça dos reis de antigamente e hoje um parque pro povo escocês. Essa área é na verdade um vulcão extinto e por isso é cheia de morros. Mal sabia eu que esse seria o meu destino amanhã! Mas isso é mais pra frente.

De lá a gente subiu a Royal Mile em direção à principal atração da cidade: o Castelo de Edimburgo.

A Royal Mile é sem dúvida a parte mais bonita da cidade. Os prédios mais antigos da cidade estão por aqui. Muita coisa interessante de se ver. No caminho a gente entrou no Museu de Edimburgo e entre muitas coisas interessantes estava esse desenho de Edimburgo há alguns anos.

No centro, em cima das pedras, o Castelo de Edimburgo. No lado esquerdo está um morro: o Calton Hill onde a gente estava a pouco. Umas montanhas maiores bem no centro do desenho está onde hoje é o Holyrood Park que iríamos subir no outro dia.



Antes de chegar ao Castelo a gente se deparada com a St Giles Cathedral. Ela me lembrou muito a Catedral de Notredame em Paris. Eu nem ia entrar porque já tô cheio de igreja mas sabe como é né? Depois de entrar eu não ia tirar nenhuma foto mas o dedo coça sabe?









De lá a gente chegou no castelo. O lugar mais visitado da cidade. O Castelo de Edimburgo fica no alto de um vulcão extinto. Foi construído sobre as rochas desse vulcão o que ajudava na defesa do castelo. Vocês devem ter vistos nas fotos que ele é construído bem na beirada das pedras. A guia nos disse que nunca conseguiram invadir o castelo. Ela disse também que o castelo já tinha sido forte, palácio e até prisão.







Essa é a antiga entrada do castelo. Bem pequena. Nem sei se passava uma carroça nisso aí. Foi fechada depois que a entrada maior foi feita.



O castelo, como fica bem no alto, dá pra ter uma bela visão da cidade.





Dentro do castelo estão vários prédios interessantes. O primeiro que a gente visitou foi o Great Hall. Todo castelo tem um tal de um Great Hall. Falta criatividade a esse povo de antigamente. Uns mais greats, outros menos. Mas esse era bem legal, com várias armas da época medieval e tal. Bem interessante.







Dentro do castelo a gente passou pelos aposentos e pela sala das jóias. A sala é uma grande caixa forte e lá ficam a coroa e as jóiais da Rainha. Chiquérrimo! Tudo muito bem protegido. Pena que a gente não podia tirar foto. Segundo a guia porque os ingleses querem roubar as jóias. Hehehe! Escocês e irlandês não se batem muito com inglês não...

Lá tem um memorial bem bonito a todos os soldados escocêses mortos durante a I e II Guerra Mundial. Os nomes deles estão escritos em livros e os livros estão expostos. E, acredite, eram muitos livros e milhares de nomes.



Lá tinha também o Museu da Guerra. Com muitas armas, antigas e recentes. Bem interessante de se ver.



Entre as coisas inusitadas tinha, lá em cima do castelo, um cemitério para os cães dos oficias. Tive que registrar as covinhas.



Mas teve uma coisa que me chamou a atenção. E aí fica a deixa para os comentários maldosos. Tinha um super canhão lá em cima do castelo. Era algo gigantesco pra um canhão medieval. Só as bolas do canhão eram bem maiores que bolas de basquete. Depois eu vim saber a história do canhão. Tem até nome o infeliz. O nome dele é Mons Meg. Ele foi feito em 1457, pesa 6 toneladas e logo viram que não ia servir pra muita coisa devido ao tamanho e peso. Quem é que ia ficar levando aquele monstro de um lugar para outro? Logo arrumaram um jeito de transformar ele em instrumento de saudações e tal. Pois é. Aposentaram Mons Meg.

Chegava lá o Rei De Num Sei Onde e era recebido com um tirombaço do Mons Meg. Um tiro desse bicho é ouvido a 100Km de distância. Imaginem a explosão nuclear que não era!

Só que o canhão teve vida curta. Ou não. Quanto é a vida estimada de uma canhão? Enfim. Só sei que em 1681, durante uma dessas saudações, o fundo do canhão estourou. Imagine a tragédia que não foi. Depois disso resolveram deixar ele quietinho no alto do castelo pro povo subir, fazer de cavalinho e tirar foto.

Coitado do pobre Mons Meg. De temida arma de guerra a cavalinho de criança chata tirar foto. Tsc tsc tsc.





Momento


Como de costume, ganha um Twix quem acertar. Quem é esse cidadão na entrada do Castelo de Edimburgo?



Dou uma dica: percebem a semelhança dele com o Mel Gibson?

Resposta: É o William Wallace. Grande herói escocês, lider da resistência, que lutou pela libertação da Escócia da dominação inglesa. Aquele mesmo que o Mel Gibson faz no filme Coração Valente (Brave Heart). "We all end up dead, the question is how and why" - William Wallace.



De lá a gente foi passear pela Princess Street. Lá tem um jardim muito bonitinho que chama Princess Street Gardens que tem uma vista fantástica do castelo. Dá pra ver todo o castelo e como ele foi construído sobre as rochas. Vejam vocês mesmos.



Vejam que interessante esse relógio. Ele realmente funciona! Acreditem! É todo feito de plantinhas assim. E funciona de verdade. Cool isn't it?











Voltamos pro albergue pra tirar uma soneca! Eu tava morto de cansado. Dormi muito pouco hoje e tinha que dar uma cochilada.

Dormi uma horinha e depois a gente saiu pra comemorar o aniversário de Zorbão. Hoje era o aniversário dele e não podia passar em branco. A gente saiu vagando a noite por aquela cidade congelante a procura de algum lugar pra se divertir. Depios de muito andar e quase desistir a gente encontrou um pub legal pra entrar. Ficamos por lá, dando um tempo e tomando uma Bud. Cervejinha boa essa viu.



Zorbão tava gostando muito da cidade. Disse que o povo é mais "interativo" que na Inglaterra. Vá saber o que isso significa. Ele tinha visto um cara chegar numas meninas no pub, coisa que não acontece muito na Inglaterra do cara chegar na cara dura e tal. Mal ele sabia o que ia acontecer.

Teve uma hora que ele estava na frente de um restaurante chinês, lendo o cardápio que fica na porta, aí passou um irlandês bêbado e deu um soco nas costas dele e soltou um grito: "Behave! (Comporte-se!)". Hehehe! Ele ficou quieto. Depois veio contar a história a gente.

Numa outra hora ele estava na frente do Burguer King esperando eu e a Elen comprar algo e passaram 3 caras e deram um susto nele: "BOO!". E depois sairam rindo. Hehehe! Coitado de Zorbão.

Na volta pro albuergue deu tempo pra tirar umas fotos bacanas.







Acordamos na quarta feira e fomos ver o que restava pra ver na cidade. Mas uma coisa era certa: a gente já tinha visto tudo que tinha de bom na cidade. Ela é super pequena e as coisas mais interessantes se vê num dia só. E agora?

Pois é. Ao que tudo parecia a diversão tinha acabo, assim como dizia a placa:



A Elen nos levou para um monte de lugares desinteressantes. No fim dessa tour a gente passou pelo outro lado do castelo e fomos de volta a Royal Mile.



Na Royal Mile aconteceram algumas coisas interessantes. A Elen estava numa saga: a busca pela bola de neve de Edimburgo. Sabe aquelas bolinhas de neve que você vira e cai a nevezinha? Pois então, ela coleciona! E ela entrou em todas as lojas existentes em Edimburgo. Até então ela estava reclamando que só tinha achado a bolinha com um sapinho dentro. Eu não dei muita bola mas não entendi o que diabos um sapinho estava fazendo numa dessas bolinhas de neve aqui em Edimburgo.

Mais tarde ela larga outra e diz que em toda loja que ela entra tem um monte de sapinho. E eu pensava: "Eu ainda não ví sapinho nenhum. Será que eu tô cego?". Aí teve uma hora que estávamos eu, ela e Zorbão passando na frente de uma loja e ela: "Aí. Um monte de sapinho!". Eu fui andando e olhando pra loja e não consegui enxergar nenhum sapinho. Deixei pra lá. Daqui a pouco eu ouço Zorbão: "ISSO É O MONSTRO DO LAGO NESS!". Aí que eu entendi TUDO! O danado do sapinho era o Monstro do Lago Ness! Hehehe! Ninguem merece.

Taí umas fotos dos sapinhos de Elen. Parece mesmo um sapinho não? Hehehe!



Ah sim! E depois ela disse que era o Dino dos Flinstones! Huehuehue!

Como a gente entrou em todas as lojas deu pra ver bem todos os artigos que eram vendidos. Entre as coisas interessantes tinham as espadas. Muitas réplicas das espadas de Highlander e da época medieval.



Tinha muita loja de vender Kilt também. Kilt é aquela sainha dos escocêses né? Todo mundo sabe. Parece aquela saia da Darlene, lembram? Cheia de prega e tal. Só que mais longa e grossa.

Lembro que era super caro o traje completo. Mais de 100 libras.

Enquanto a gente estava esperando a Elen dar uma mijadinha básica que acontecia de 10 em 10 minutos eu e Zorbão ficamos passeando numa loja dessas. Coloquei logo Zorbão no esparro e mandei ele experimentar um Kilt pra eu tirar uma foto. Pra mim era tudo igual mas logo chegou uma senhora da loja pra dizer que aquele modelo era feminino. Hehehe! E qual saia não é???

Eu estava prestes a tirar a foto mas Zorbão desistiu depois do comentário da senhora. Vou ficar devendo essa. Mas tirei um monte de foto dos "machos" escocêses. Tem até o detalhe dessa pochete que eu não faço idéia pra que serve. Alguma sugestão?





Enquanto a gente esperava a Elen procurar a tal bola de neve com sapinho chega ela toda excitada:

-- Eu ví aquele homi do fantástico ali.
-- Que "homi" menina?
-- Aquele que apresenta o fantástico.

Aí que liguei o nome a pessoa. Lembrei que o Zeca Camargo estava dando a volta ao mundo e pensei: "Será que ele está aqui na Escócia?". E não é que tava!

-- O Zeca Camargo?
-- É sim. Esse mesmo. Eu dei tchauzinho pra ele e ele deu pra mim também.
-- Então vamo lá tirar uma foto.

E lá fomos em busca do Zeca.

Chegamos no lugar que a Elen falou, logo um pouco acima de onde estávamos, na Royal Mile, e só vimos o cinegrafista. Subimos um pouco a rua mas não o encontramos. Ele estava em The Hub, uma igreja antiga que hoje é um teatro e café.

Ficamos um pouco no lugar e logo ele apareceu. A Elen atravessou a rua pulando que nem um carneirinho. Zorbão sentiu uma ponta de ciúmes, eu percebi.

Daí eu fui logo cheio de intimidade:

-- Tudo bom Zeca? A gente pode tirar uma foto contigo?
-- Claro que pode.

Ele sempre muito atencioso e gentil. Aquele mesmo jeitão que ele deixa transparecer nas matérias.

Ele perguntou se a gente estava morando lá ou apenas passeando. A gente falou que estava morando na Inglaterra e estava ali a passeio mesmo. Aí a gente começou a conversar:

-- E aí Zeca? Se divertindo muito nessas viagens?
-- QUE NADA RAPAZ! É trabalho! É tudo muito corrido. Legal é ficar que nem vocês aí que estão passeando. Agora mesmo a gente tem que fazer uma chamada pro programa. É tudo muito corrido.
-- Ah Zequinha (percebam que a gente já era amigo há algum tempo) qualé? É bacana ficar viajando por aí...

E a conversa foi rolando... Ele disse que era pra gente assistir Edimburgo nesse domingo. Eu disse que tudo bem. Que a gente ia assistir sim. E no fim a gente se despede:

-- Até domingo Zeca!

Ele deu um sorriso e disse: "Até domingo".

Aí Zorbão não resistiu e mandou uma carga d'água, tava demorando: "Na verdade até segunda". E Zeca querendo ser gentil: "Ah claro! Por causa do fuso horário". E Zorbão: "Não. Porque tem um delay de um dia mesmo.". Como se o Zeca Camargo entendesse o que ele estava falando ou tivesse algum interesse naquilo. Aí eu tentei resolver as coisas: "Não Zeca. É que a gente não assiste por satélite não. É pela internet. Por isso essa diferença de um dia.". E ele: "Ah sim. Beleza então!". Hehehe! Eu mereço...

No momento que a gente encontrou o "Zequinha" ele estava fazendo a parte da matéria sobre os brasões das famílias numa loja lá na Royal Mile.





Demos um tempo por lá e voltamos pra o albuergue pra comer num chinês baratinho que tinha por perto. O caminho de volta da Royal Mile pro albuergue é bem interessante. A cidade é bonita e é gostoso andar por ela.





Entre as coisas estranhas que a gente encontra tem também os nomes de alguns pubs. Confiram vocês:



Eu hein... Esse negócio de pintos espertos e pintos sujos não rola não... Lá ele! Você entraria num desses pubs??? Em qual deles? Você entraria no pinto sujo ou no pinto esperto? Lá ele na Escócia.

Depois de almoçar, caprichadamente, a gente seguiu para aquele jardinzinho super legal na Princess Street. Estávamos lá na santa paz do Nosso Senhor quando de repente um estrondo: BUUUM!

Eu pensei: "Pronto. Bin Laden tá é aqui. O bicho vai pegar!". Foi aí que eu olhei pro castelo e ví:



Todo dia às 13h estoura um canhão no alto do castelo. Pelo menos é original, não é verdade? Em Veneza era um sino tocando a cada 15 minutos. Pense numa cidade cheia de sino. E aqui não, eles dão logo um tiro de canhão que é pro peão saber que tem que voltar pro trabalho! Ou então pra assustar turista desavisado.

No período da tarde a gente não tinha lá muito o que fazer. Tinha a opção de fazer um tour que se chamava City of the Dead, a cidade do papai. Na verdade Edimburgo é famosa também por essa parte sombria. Essa tour pela cidade consistia em visitar, de a pés, alguns pontos teoricamente assombrados da cidade. A gente esbarrou com uma dessas no dia anterior e achou meio desinteressante, além de cara.

Então o que fazer? Fomos então subir o morro do Hollyrood Park. Só aventura. Vamos dar uma de Highlander na terra dele. Vamo subir montanha meu povo. Fraveu fazendo cross country na Escócia.

Aqui o lugar que a gente ia subir:



A subida é longa e cansativa mas vale a pena.



Tá vendo aqueles carrinhos lá embaixo? Então... A gente sai de lá. E eu ainda estava na metade do caminho!



A vista lá em cima é fantástica. A gente consegue ver a cidade toda, bem legal. Dá pra ver toda a parte da Old Town e do Calton Hill onde a gente foi logo no início.



Na panorâmica o Castelo de Edimburgo à esquerda e o Calton Hill à direita.



Depois que a gente chegou lá em cima foi só sentar nas pedras e ficar apreciando a paisagem. Tinha uma espessa neblina por toda a cidade. Resolvemos ficar por lá até o por do sol. Só descemos de lá quando o sol sumiu e o frio começou a dar nos ossos.















Depois disso a gente voltou pro albuergue pra acordar cedo amanhã pra pegar o avião pra casa... e assim termina mais uma viagem. Viagem agora só ano que vem meu povo. O frio tá chegando e o dinheiro acabou.



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