30 de novembro de 2004

Extreme Power Party Say Hello To Fraveu Edition

Pois então... Depois de tanta nostalgia e incertezas veio a EPParty pra trazer de volta um pouco dos velhos tempos.

Amigos reunidos, resenhas rolando, muita risada e história pra contar.

Era como se nada tivesse acontecido. Aquela festa a gente já fez várias vezes e que todo mundo sabia o que esperar dela. Mais uma vez me senti em casa. Parecia que nada tinha mudado.

Percebi que algo tinha mudado quando provei uma carninha com gordura e pensei: "Eu nem lembrava mais como isso era bom!".

Mas no fundo no fundo era diferente. Eu via aquilo não mais como uma festa qualquer mas como uma oportunidade única de estar entre meus amigos. Deus sabe quando eu vou tê-los de volta comigo.

Mas a diversão foi muita, como sempre. Um pouco diferente é verdade mas em essência foi a mesma diversão de sempre.

Tive um problema com as fotos mas tô tentando resolver. Apaguei, sem querer, todas as fotos da festa. Nunca fiz nada tão estúpido em toda a minha vida computacional. Nunca. Só tem uma explicação. É o calor.

O meu cérebro deve estar derretendo com tanto calor. Como pode fazer tanto calor num lugar? Não sei como vocês conseguem viver assim.

Eu até que tô preferindo o friozinho viu. No frio você se entope de roupa e só alegria. E no calor? Pode dormir pelado que não tem jeito.

Enquanto não resolvo o problema mando algumas fotos que recuperei.

Aqui Maurício mostra todo o seu físico privilegiado:

Todo mundo reunido ouvindo as mentiras de Daniel. Até Seu Edinho deu risada.

Aqui eu tomando uma rosca de acerola (que não tem nada a ver com o jegue lá da roça)...

O famoso polo dos desesperados. Marceleza pediu arrego umas três vezes mas segurou a onda. No fim eu ainda imitei Marcelo meditando na época da Trends. Ahhh hmmmmmmmmm...

Eu contando lorota pro povo, testando o megafone do Psirico e fazendo dueto com Mocks.

Aí não teve jeito. Eu já estava cheio de vodka na cabeça. Tomei meio litro sozinho. Quando a cachaça bate você começa a pensar um monte de coisa. Eu lá pensando na bosta da Inglaterra e como era bom estar alí. Quando olho pra trás vem Kako com um porta retrato dos GI Joe pra mim. Senti uma saudade tão grande da galera.

A gente se encontrava todas as terças feiras pra jogar juntos. Era um reunião de amigos. A gente briga, se diverte, curte com a cara do outro. No fim das contas o clã se tornou uma grande família. Atráves dele eu me aproximei de Kako e Tito que hoje considero grandes amigos. Não perdi o contato com outros tantos amigos de velha data como Daniel, Gastão, Marcelo, Helton. E ainda conheci o meu freguês Ramiro.

A gente se divertiu muito nas noites de treio e nos campeonatos. Nunca ganhamos nada mas as amizades que fiz no clã vão durar pra sempre.

E foi muita coisa junta ao mesmo tempo. Era saudade dos tempos passados, era alegria pela pequena homenagem, era tristeza em saber que ainda existem mais 3 anos pela frente. E eu não aguentei não... Claro que a cachaça ajudou muito mas se eu estivesse sãozinho eu acho que cairia no choro também. A minha vontade era de me entregar mesmo ali. Me lembrei das noites chorosas sozinho na Inglaterra. Mas segurei o máximo que pude pra conter o choro. Levei na brincadeira todas as brincadeiras que fizeram comigo mas naquele momento a tristeza que eu sentia era imensa.

Mas é como Kako acabou de dizer. É bom relembrar o passado e não viver. Mas é que está tudo tão recente ainda. E por isso essa minha tola vontade de voltar no tempo ao invés de encarar as novidades de frente. Talvez seja assim esse primeiro momento... Mas passa.

Passado as emoções da noite de sábado veio o domingo. Veio pra todo mundo menos para Gastão e Marceleza. A oportunidade era única: acordar os dois ao som do megafone do Psirico.

Eu fiquei com uma certa pena dos dois mas motivação da resenha foi maior.

Gastão não se deu por rogado: "Eu já estava acordado!". Claro Gastão... O susto foi só encenação.

Marcelo quis vencer o megafone se fazendo de desentendido... Levantou e logo depois se cobriu todo de novo. Mas ele logo percebeu que não ia ter como dormir novamente. Resultado disso tudo foi a cara de susto do coitado.

 

Depois eu ainda tentei pegar ele pra dar mais um trato pra ele se reanimar mas ele disse que 3 vezes no mesmo dia era demais até pra ele. Tá bom então.

Depois a gente armou a rede e foi pra piscina pro tradicional volei aquatico.

O meu time, como de costume, ganhou fácil. O esquadrão formado por mim, DanDan, Gabirú e Pablito não deu mole pra Mocks, Kako (quem foi Kako), Anderson e a revelação Marceleza.

No mais foi mais cana e churrasco. Tudo muito fácil. Difícil mesmo foi colocar a carne no espeto.

Aqui Gabirú tentando fazer o que mais sabe fazer: o bola gato ou, traduzindo ao pé da letra, um "trabalho de sopro".

E aqui o momento mais inexperado pra mim. Eu sabia que ela não viria. Tinha certeza. Por mil razões. Mas ela apareceu. Demorou alguns longos segundos pra eu a reconhecer e perceber que estava mais linda do que nunca. E lá estava Lú, na minha frente, depois de noves meses sem se ver.

Nem preciso explicar porque eu chorei né?

Emoções a parte chegou a hora da Guiness. Eu trouxe 4 latinhas comigo pra mostrar a galera o quanto eu sofro na Englândia. Feliz daqueles que têm Skol e Brahma quase de graça em qualquer boteco da esquina. O que me salva lá é a Bud que apesar de muito cara é boa.

No início todo mundo feliz.

Diziam: "cerveja bonita!". E eu só pensando: "vai provar sacana".

E depois do primeiro gole:

Hehehe! Mas depois melhora... Eu garanto. Você sente até um prazerzinho lá no fundo de tomar Guiness. Mas se eu tivesse uma Skol ao meu alcance é claro que eu nem ia chegar perto. Claro!

23 de novembro de 2004

Vou-me embora pra Passárgada! Lá sou amigo do rei!

Pois é. O tempo voa e daqui a pouco estarei em casa, nos braços de minha família e amigos.

Até agora a pouco a ficha ainda não tinha caído. Ainda não tinha pensado que daqui a algumas horas eu estaria dando um abraço gostoso em minha mãe e meu pai e em toda a minha família e quem mais estiver me esperando no aeroporto.

Sei que vai ter gente no aeroporto apenas em esperando pra receber as trocentas encomendas que pediram mas tudo bem. Vale mesmo assim.

Comecei a fazer as malas ontem. Se fosse a Elen essas malas já estariam prontas desde a semana passada. No mínimo! Enquanto fazia as malas percebia que realmente o Brasil estava perto. Que finalmente estaria voltando pra casa. A saudade aumentou. A ansiedade quase deixa a gente com falta de ar de tanto que aperta o peito.

Vou voltar e vou ver que no fim das contas está tudo do mesmo jeito. É verdade que não vou ter mais a minha casa em Salvador, nem o meu carro, ou meu antigo emprego e meu antigo dia-a-dia mas vai estar tudo mais ou menos do mesmo jeito. Diferente mesmo só eu. Volto diferente apesar do pouco tempo fora. São 9 meses apenas, mais 3 anos pela frente, mas mesmo agora já me sinto mais maduro. Já enxergo as coisas de uma forma diferente, sem dúvida.

Conheci um pouco do mundo e gente do mundo todo. Conheci gente bacana e gente chata. Comi coisas gostosas e outras nem tanto. Experimentei de tudo que pude (lá ele! continuo virgem). Senti um pouco o gostinho de morar no primeiro mundo. De sair na rua sem um pingo de medo, de saber que o ônibus vai passar exatamente no horário marcado, de achar tudo excessivamente organizado e em ordem, de estações do ano.

Também tive o desprazer de aprender a conviver com o clima da Inglaterra e o seu céu cinza. O problema não é nem o frio. O problema mesmo é a chuva. Querendo ou não você se acostuma com o frio. Hoje eu tive que ir no centro e tava uns 10ºC. Só coloquei o casaco por cima e fui me embora. Lembro que no início eu colocaria alguns casacos, suéteres e camisas. Mas agora a gente tira de letra. E nem é por causa da gordura por que essa já foi quase toda embora.

O que eu não gosto do clima daqui mesmo é a chuva. É um saco andar o tempo todo no chão molhado e com os pingos de chuva no rosto.

Quero ver também a cara do pessoal quando me ver. O que irão falar? Será que vão dizer que eu estou com AIDS quando me verem com 15Kg a menos? Será que vão me chamar de viado quando me verem com corrente, pulseira e anel diferente? Provavelmente sim. Mas desse tipo de folclore a gente dá risada e segue em frente.

Provavelemente vou recuperar esses 15Kg... Não todos os 15 mas parte dele. Quero me acabar nas moquecas, churrascos e tudo que o Brasil tem de bom pra oferecer. Foi sentir falta do Kebab provavelmente mas vou ter a Acarajé pra me fazer companhia. Bem que podiam levar uma Abará com camarão e um Skol gelada pra mim no aeroporto né? Custa nada!

No mais é só a saudade que agora parece que quer sair do peito de tanto que incomoda...

Vou tentar dormir hoje que amanhã o dia vai ser longo. Vou acordar às 6h e pegar o trem às 7 até Gatwick. Saio 11h para Lisboa e às 16h para Salvador. Chego às 21:15, com fé em Deus, só pensando em ver aqueles que mais amo e que mais sinto falta: minha família e amigos.

E dessa vez eu me despeço com um prazeroso "até logo"!

Até logo gente!

17 de novembro de 2004

E da série: coisas estranhas que a gente sempre vê quando vai no La Tavernetta

Todo mundo sabe que o lugar mais visitado por mim e pela brasileirada é o La Tavernetta. De dia restaurante e a noite tenta ser um night club. O bom de lá é que é um lugar pequeno, todo mundo se conhece e rola uma confraternização da galera.

Vocês sabem que eu não vou lá pra dançar. Talvez um forrozinho até mas o que mais se toca nessa dita "noite brasileira" é Salsa e outros rítmos semelhantes. Eu acho um saco. Mas tudo bem. Como diria o sábio zorbão: "Pra Inglaterra até que tá bom". E é verdade.

Quase não vai inglês porque inglês é muito tapado e não gosta dessas coisas diferentes. Por isso quem mais aparece por lá é a galera mais latina mesmo: italiano, grego, espanhol, português e por aí vai. O que é bacana...

Mas a principal atração de lá, é sem dúvida, ver a gringaiada dançando. É muito engraçado. De vez em quando o Miguel coloca um samba pra tocar e eu fico só olhando pra galera me acabando de rir.

A Celina e a Roberta ficam lá dando show de samba e as gringas vão querer acompanhar. É triste meu povo. Parece um ataque de epiléptico coletivo... Pense numas mulheres pulando sem rítmo, se mexendo desorganizadamente, sem nenhum charme ou graça... É um ataque epiléptico de pé... Assim mesmo...

Mas nem só de mulher desengonçada vive o La Tavernetta. Sempre tem umas figuras espetaculosas por lá.

Um dia desses me apareceu um viadinho por lá que dançava muito engraçado. Praticamente um Batoré viado. Eu consegui tirar um foto dele no seu melhor. Ta aí o gingado do gringo batoré viado pra vocês. Provavelmente ele estava dançando samba... Só pra vocês terem idéia do que estava acontecendo.

Nesse mesmo dia tinha um italiano de 2m de altura pulando feito cangurú. Eu ri demais. Ele provavelemente achou que estava sambando. Eu até tentei fazer um filme mas não funcionou por causa da luz. De qualquer forma ta aí o infeliz entre um pulo e outro.

Nem todo mundo vai lá pra dançar ou ter ataque epiléptico. Tem gente que vai procurar uma ozadiazinha com a nega véia... Aí o paparazzi Fraveu entrou em ação pra mostrar pra vocês a putaria comendo solta no canto do La Tavernetta. O fulero subia e descia agarrado na nega que não tava nem aí... Eu me divirto...

 


 Momento Twix

Mas nem só de anônimos vive o La Tavernetta. Ganha um Twix quem me disser quem é esse cidadão com um copo de cerveja na mão que quis se passar por despercebido durante a noite?

 

Dica: Ele já apresentou um quadro dentro do Domingo Legal junto com um parceiro que carregava um microfone erótico pra fazer as entrevistas.

15 de novembro de 2004

Eu e a cozinha

Vocês vêm acompanhando o meu drama na cozinha. De fritador de ovo e cozinheiro de miojo em Salvador a exímio chef com habilidades mundialmente reconhecidas aqui em casa somente na arte de fazer arroz soltinho, no ponto e sem grudar na panela, de fazer macarrão com molho pré-pronto e de fazer galinha congelada pré-pronta de tudo que é tipo, espécie, gênero ou nacionalidade...

Isso tudo em pouco mais de 8 meses. Realmente um feito extraordinário somente explicado pela minha capacidade fora do comum de assimilar informações e converter isso em ações concretas e bem executadas. Isso sem falar nas pequenas adaptações e melhoramentos que eu tomo a liberdade de fazer, indo além das informações a mim passadas e superando em qualidade, muitas vezes, as receitas originais.

Mas vamos ao que interessa. O que foi que eu aprontei dessa vez? Felizmente não foi nenhum açude de manteiga ou coisa do tipo se é isso que vocês estão esperando.

No fim de semana eu quis usar uma lata de leite condensado que tinha mais de mês que tava jogada num canto do armário... Pra fazer o quê? Brigadeiro! Claro!

Com 15 Kg a menos de vez em quado eu me dou ao luxo de exagerar um pouco...

Como eu não sabia nem como começar perguntei a minha assessora para assuntos culináricos: Elena da Silva. Pela primeira vez a Elen me decepcionou. Disse que estava mais por fora que surdo em bingo de quermesse. Disse que isso quem fazia brigadeiro na casa dela era a irmã.

Aí eu pensei: "E agora seu zé?". Tentei falar com minha irmã, especialista em culinária e com pós-graduação em brigadeiro, cajuzinho e todos esses docinhos de pobre que eu adoro. Também não achei ela. Fiquei mais perdido que cebola em salada de fruta.

Aí eu lembrei do salmo 23, versículo 1: "O Google é meu pastor e nada me faltará". Fui lá e mandei um "receita brigadeiro" pra ver o que acontecia. Como era de se esperar meio mundo de receita apareceu mas nenhuma era igual a outra. Tentei fazer uma média aritmética das receitas e fui pro fogão cheio de confiança.

Peguei uma panela e mandei pra dentro a lata de leite condensado, manteiga, Milo (já que não tem Nescau) e meia medida de leite... Assim diziam os sites...

Enquanto o bicho ficou no fogo eu quis lavar uns pratos pra adiantar o meu lado. Eu, sempre querendo fazer 5 coisas ao mesmo tempo.

A mistureba lá na penela e eu lavando prato. Quando olhei pra panela: saindo fumaça. Pensei: "Esse negócio de lavar prato e cozinhar ao mesmo tempo não vai dar certo". Pra não queimar, demais, o bicho eu fui tentar mexer a panela com a mão de sabão... Claro que não deu certo.

Quando eu comecei a mexer a panela com a mão de sabão deu pra ver uma gotinha de detergente, verdinha verdinha, caindo no brigadeiro. Comecei bem - pensei - É capaz de sair bolha da boca quando eu comer essa porcaria agora... Pior se sair bolha quando eu peidar...

Voltando a cozinha. Lavei a mão rápido e fui mexer a bagaceira. Na primeira raspada com a colher me subiu umas potocona de queimado... Aí eu tive certeza: "Vai ficar uma miséria mesmo"... Ainda tentei tirar as crostas queimadas mas elas se perderam afogadas no meio da mistura...

Mas vamos com fé que ainda pode dar certo... E tome a mexer a parada. Eu coloquei tudo numa panela pequena pq sabia que ia ser pouquinho. Mas daqui a pouco a mistura começa a inchar.

Começou a inchar que nem café no fogo... E eu vendo aquele chocolate crescendo e eu já pensando na remediação: eu levo a panela pra pia que é pra não sujar muito o fogão ou coloco uma tampa e abafo?

Quando parecia que ia derramar, o chocolate resolveu estabilizar. Ótimo! Daí começou a descer devagarinho que nem letra de música de pagode baiano.

Continuei mexendo a parada... Mas até onde?!?!?!

A internet me disse que era até "desgrudar da panela". Mas agora me diga: que diabos é desgrudar da panela? Isso pra mim que sou da matemática é por demais subjetivo. Eu esperava um cozinhe por 26 minutos e 15 segundos com o fogo a 193ºC ou algo do tipo: se você raspar o fundo da panela com uma espátula de 10cm de largura o chocolate se moverá a 1cm/seg até cobrir o fundo da panela novamente. Isso pra mim era o certo. Mas não... O que eu achei na internet? "Até a mistura desgrudar do fundo da panela".

Mas eu continuei lá confiante. Ou eu parava quando achasse que estava bom ou quando o chocolate de marrom começasse a ficar preto de queimado.

Continuei mexendo a parada e de repente, não mais que de repente, comecei a ver o fundo da panela. Quase que um milagre! Achei sensacional aquilo. Senti que estava no caminho certo. Mas mesmo assim ainda não sabia quando parar... Continuei mexendo e vendo o fundo da panela. Continei assim por mais alguns minutos até que a minha "intuição", se é que isso existe, disse que era hora de parar.

Joguei a mistura num prato, raspei a panela e a colher e esperei esfriar.

No fim das contas não ficou muito ruim não. Bom não ficou mas ruim também não. Não sei se foi por causa do Milo ou por causa do leite. Talvez por causa do detergente, quem sabe? Só sei q eu comi sorrindo e não peidei bolha de sabão.

6 de novembro de 2004

Stonehenge & Bournemouth

Fui em Stonehenge hoje. Pela segunda vez. A primeira foi logo quando eu cheguei, não sei se vocês lembram... Quem não lembra olha aqui.

Stonehenge todo mundo já sabe o que é que é né? Aliás, todo mundo sabe que ninguem sabe o que é que é né? Pois é. Sabe-se que começou a ser feito em 3000 aC e que é o monumento pré-histórico mais famoso da Europa.

Ninguém sabe como foi que neguinho conseguiu colocar aquelas pedras que pesam toneladas uma em cima da outra numa época onde as ferramentas eram feitas de madeira, pedra e osso. E o pior é que essas pedras vieram de um lugar há mais de 400 Km de distância e naquela época não podia ligar pro rapaz da D-20 que tinha uma placa colada no fundo escrito: "FAIZ-SE CARRETO!".

Quem quiser saber mais sobre Stonehenge clica aqui.

Eu fui com aquele meu amigo e a amiga dele que veio da Alemanha. Ela chama Áurea, tem 15 anos, e é filha de brasileira com alemão. Fala um pouquinho de português. Fui na ponga mostrar Stonehenge a ela.

Já estava preparado pra pagar uns 30 reais pra entrar no recinto quando o cara disse que hoje era 0800. Disse que hoje era o aniversário de 10 anos da loteira inglesa e era ela que estava bancando. Só alegria! Só assim pra eu ganhar alguma coisa da loteria!

O lugar não tem nada demais. Só uma suruba de pedras amontoadas umas em cima das outras. A gente tem que andar nesse caminhozinho que circunda as pedras. É coisa de 30 minutos. Um real cada minuto mais ou menos. E não adianta correr que não vai sair mais barato da próxima vez. Mas tem que ir pra conhecer...

Mas de qualquer forma deu pra tirar umas fotinhas (lá ele). Eu tinha a tola crença de que era possível caminhar entre as pedras o que seria ótimo pra tirar umas fotos legais. Mas se fosse assim nego já tinha derrubado pedra, era cachorro mijando em pedra e eu muito provavelemente ia encontrar escavado em uma das pedras: "Zé da Silva esteve aqui. 19-04-98. Brasil il il il!" ou então "Solineuza eu ti amo di muitão! Jáquesson".

De qualquer forma eu tirei umas fotinhas bacanas... Vejam uma foto minha sinistra também!

De lá a gente seguiu pra Bournemouth que eu também já conhecia. Quem não lembra clica aqui.

Como já disse Bournemouth é famosa pelas praias. A galera toda vai pra lá no verão. Que nem Cabuçú. A diferença é que não rola pagodão, farofada, baba na praia, as graxeiras com Kolene pingando do cabelo e nem aquela mulher gorda, enorme, com short de Lycra, com umas celulites do tamanho de bolas de gude por toda a perna, com a cara toda branca de Hipoglos correndo atrás do filho e gritando: "Uóshinton! Sai da água cabrunco! Já deve tá todo ingiado! Tu vai morrer afogado miserável!". Cena do inferno!!! Misericórdia! Mas o pior de tudo é que eu sinto falta disso...

A gente passeou pela praia e depois pelo centro da cidade. Nada demais. Mas sempre tem fotinha pra registrar...

Esse é o caminhozinho feito pra descer do estacionamento para a praia.

Olhas as casinhas de novo! Tô dizendo! Casa de praia pra inglês é isso aí mesmo. E dessa vez eu olhei o que tinha dentro da casa. A casa não tinha mais que 2m x 2m. Ridíocro! Numa quina um fogãozinho e na outra um armário e uma mesa. Não sei qual é a lógica não. Se alguém souber eu agradeço.



E da série coisas estranhas que a gente sempre vê quando põe os pés pra fora de casa na Inglaterra...

Dessa vez foram esses góticos aí. É engraçado. As vezes você tá andando na rua aqui na Inglaterra e se depara com algum personagem de Matrix na sua frente. Dia desses eu vi um negão de cabelo raspado e um sobretudo de couro preto. Quase que eu peço autógrafo ao Morpheus.

Mas isso é sério. Sempre tem essas figuras esquisitas de maquiagem preta e piercing em tudo que é canto. O que eu gostei dessa aí foi a mochilinha-caixão dela. Bem fashion!

Dia desses a Elen viu uma mulher com uma mochila dessas também. Só que essa outra era mãe e estava com o bebê no carrinho. A mulher, claro, estava toda de preto, só que o carrinho do bebê era preto, os brinquedos do bebê eram pretos e as roupinhas do bebê eram pretas. De branco só tinha a cabeça do menino pra fora das roupas. Bem angelical.

3 de novembro de 2004

Mão inglesa

Essa semana um amigo me pediu um favor: pra eu ir com ele buscar uma amiga que estava chegando da alemanha e ele não queria viajar sozinho até Stanstead. Ele tinha alugado esse carro pra poder passear com ela essa semana.

Seriam 2:30h de viagem. Eu disse que "tá beleza"... Vamo lá então.

No meio da viagem ele até disse que me daria o carro pra eu dirigir um pouco pra ele descansar e pra eu sentir o gostinho novamente mas o seguro aqui na Inglaterra só cobre uma pessoa. Se for outra pessoa que estiver dirigindo não rola. A não ser que pague mais, é claro. Bem mais.

Eu disse que não tinha problema.

Mas quando a gente estava chegando no aeroporto o meu amigo começou a sentir uma emergência sanitárica, se é que vocês me entendem. A gente entrou no estacionamento e nada de encontrar vaga. Ele virou pra mim e falou: estaciona pra mim que eu não aguento mais esperar. E jogou a chave do carro pra mim.

Eu, calmamente, fui pro banco do motorista e pensei: Será que eu ainda sei dirigir? Será que eu não vou barberar?! EU NÃO POSSO BATER ESSE CARRO NUM ESTACIONAMENTO!!!

Liguei o tal do Punto, a versão europeia do Palio. Aquela zuadinha feia de motor de caldo de cana do FIAT é igual ao do primo brasileiro. Até então tudo tranquilo. O único problema é que tudo no carro está ao contrário né? Vocês sabem... O mais difícil é acelerar com o pé esquerdo e pisar na embreagem com o pé direito! Eu simplesmente NÃO CONSEGUIA!!!

Você pensa em acelerar o carro e aperta a embreagem, pensa em apertar a embreagem e pisa no acelerador!!! Vai frear com o pé direito e o carro engulha porque você tirou o pé da embreagem e não do acelerador. Pense numa confusão na minha cabeça! Eu demorei uns 10 minutos pra tirar o carro do lugar! Chegou uma hora que eu tinha que por o pé na embreagem e parar que um cara tava saindo da vaga, o que eu fiz??? Eu meti o pé no freio e no acelerador até o fim! COM O CARRO NA SEGUNDA! O carro pulava, o motor gritava e eu sem entender NADA!!!

Depois dessa eu disse: "Quer saber? Eu vou cruzar as pernas!" e foi o que eu fiz... Coloquei a perna direita por cima da esquerda e agora sim as pernas e o carro entendiam o que a cabeça estava querendo. Tava todo um viadinho dirigindo de perna cruzada mas agora pelo menos o carro andava sem ser aos pulos.

Pense a confusão que eu não estava com minha cabeça... Imagine uma coisa que você sempre fez e que você nem pensa mais quando vai fazer. Tipo trocarem as luzes vermelhas pelas verdes do semáforo, inverterem as teclas do teclado do telefone, ou o significado de mais (+) e menos (-). Você vai passar três horas pra fazer algo que demoraria 5 minutos!!! E sua cabeça vai ficar exausta de tanto ter que traduzir algo antes de fazer...

A mesma coisa era pra passar a marcha com a mão esquerda. Na hora que era pra passar a marcha, pé na embreagem e eu só ouvia um BUM! Era a minha mão direita batendo na porta. TODA VEZ!

Eu memorizava que era pra usar a mão esquerda pra passar a marcha e não a direita, chegava a hora de passar a marcha e BUM: minha mão direita querendo atravessar a porta fechada DE NOVO! Impressionante! Não tinha jeito! Eu saí com minha mão roxa!

Depois que eu peguei a manha e deixei a minha mão descansando na marcha... Mas MESMO ASSIM eu ainda quis quebrar a porta umas duas vezes com minha mão direita. É impressionante como quem sabe dirigir é a sua mão ou os seus pés e não o seu cérebro.

Essa saga aconteceu em pouco mais de 10 minutos. Toda a parte dos pedais trocados, é claro, era mentira! Pelo menos os pedais estão na mesma ordem! Hehehe! Graças a Deus!

O resto é verdade. A mão doi até hoje. Eu, ao invés de estacionar logo, resolvi dar uma voltinha no estacionamento só pra ver se a gente esquece de dirigir ou não. No fim das contas a gente não desaprende não. Estou tinindo ainda. A Manuel Dias que me aguarde que eu tô chegando em 3 semanas!