31 de março de 2004

Conheci a Angelina Jolie!

Cara... Nem sem por onde eu começo!!!

Hoje foi O DIA!!! Eu cheguei na casa de André antes de meio dia e a gente começou a ver umas coisas de C# e ele me apresentou a ferramenta da Racional q é de modelagem com UML integrada ao Visual Studio. Muito legal por sinal.

Daí q chega um amigo dele pouco antes de meio dia. Um cara gente boa e tudo o mais. Mas o q eu mais reparei foi no chaveiro do carro dele q ele jogou na mesa. Tinha um emblema da Dodge. Eu pensei logo q ele tinha uma caminhonete grande e tal.

E o cara sempre muito conversador e tudo o mais falando com todo mundo inclusive comigo. Eu tentava me comunicar na verdade. Daí ele fala pra gente se a gente não quer ir pra uma festa de um amigo rico num lugar bacana. Ele estava indo pra lá. Era o aniversário do cara. Era numa casa de praia (?) superbacana ele disse. A gente ficou meio assim, perguntou se não tinha problema. Ele disse q não pq já tinha dito pro cara q ia levar uns amigos q furaram na última hora então ia dar no mesmo. Ele disse q esse amigo era como um irmão pra ele e q nós seríamos bem recebidos.

Decidimos ir. Quer dizer... André e a namorada decidiram ir. E como eu tô indo até pra enterro de anão fui junto.

Na saída a primeira surpresa. Eu quase não acredito! O carro do cara era um Dodge Viper preto!!! Eu quase me mijo nas calças de tanta emoção! ERA O CARRO! O CARRO!

Nesse momento eu me pergunto: ONDE ESTÁ A MINHA CÂMERA??? Vou ter q andar com ela o tempo todo. Não me perdoo por não tirar umas fotos desse Viper.

Mas eu me perguntava como a gente ia caber dentro daquele carro. Só sei q o cara puxou num sei o q pra lá e num sei o q pra cá q na parte de trás dava tranquilo pra duas pessoas.

Por causa do comprimento das minhas pernas eu fui na frente. Smile Quando o cara ligou o Viper foi aquele ronco de motor. Nunca vou esquecer aquela música! Smile

O Viper arranca naquelas ruazinhas de Southampton parecendo q está colado no chão. Eu só queria ver aquele bicho na Motorway! Smile

A gente pegou umas estradas beirando o mar. Coisa de cinema. O dia hoje estava bem bonito, céu azul, nenhuma nuvem e eu passeando de Viper no litoral da Inglaterra. Podia morrer ali mesmo q morria feliz. Mal sabia eu o q ia acontecer.

Quando a gente chegou na casa eu pensei: QUE PORRA EH ESSA! A casa era qq coisa... A gente levou bem umas duas horas do portão até a casa andando pelo meio dos jardins do cara. Quando chegou a casa era sensacional! Tinha até uma piscina mas só qdo o verão chegar pra alguem ter coragem de cair alí...

Dentro da casa até q não tinha muita gente. E a comida rolando solta! Eu disse: É HOJE Q EU TIRO A BARRIGA DOS CONGELADOS! Comi camarão pra cacete. Mas o camarão parecia lagosta! Que porra era aquela? Tinham uns 30cm de camarão ali. Por falar em Lagosta... Tinha bastante dela em uns pratos quentes lá. Só rolava whisky q eu nunca tinha visto. Todos com um número 30 bem grande na frente! Smile Eu fiquei na cervejinha pra não esquecer daquilo. Aprendi a lição da Kronia.

De repente o amigo de André chama a gente pra apresentar ao aniversariante. Eu tentei dar os parabéns ao cara. O amigo de André falava pelos cotovelos e o aniversariante, o tal de Bryn, ficou sabendo q eu tinha vindo pra estudar e achou superlegal. Conversa vai, conversa vem (entre gaguejadas e ajuda dos universitários) pintou uma conversa sobre cinema. Eu disse a ele q gostava muito, que era a minha paixão. E ele disse que tinha "a friend" de longa data que eu tinha que conhecer e me levou pro outro lado lá da sala enorme pra me apresentar ao tal amigo.

Aí eu vejo uma mulher de corpo lindo de costas com um decote que ia perto da bunda. Eu pensei: Putz! Q mulher ixscrota é essa... E era justamente essa mulher q o Bryn ia me apresentar. Quando ela vira...

AAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!! ERA A ANGELINA JOLIE!!!

Eu não acreditei! As pernas começaram a tremer. Aquela mulher na minha frente... Linda, maravilhosa, alí... na minha frente. Até pensei q não era ela mas aquela BOCA! Só existe uma boca daquela no mundo inteiro.

Aí o Bryn nos apresenta: Angelina, Flávio. Flávio, Angelina. Eu só consegui falar "Nice to meet you." E só... Só ficava olhando praquela boca! Ah... Aquela boca...

Aff. Eu só olhava pra boca dela. Praquele olhão azul lindo! Pra ela toda. Como ela tava toda impiriquitada pra festa estava ainda mais bonita! E eu pensei: CADE A DESGRAÇA DA CÂMERA!!! Puta q pariu...

E ela foi super gentil comigo. Super atenciosa. O Bryn contou a ela a minha história e falou do lance do cinema. Ela até tentou conversar comigo sobre cinema. Eu tentei manter algum diálogo com o meu inglês. Falei de alguns filmes dela q me lembrei na hora. E ela sempre super atenciosa.

Putz cara... Eu nem sei o q foi aquilo... Vou contar isso pra todo mundo...

Depois de uns minutos com ela eu voltei com o Bryn pra galera. O pessoal tava eufórico tb qdo viram. Perguntaram como foi e eu ali anestesiado ainda.

Depois de comer muita lagosta e conhecer a Angelina Jolie eu voltei pra casa do André de Dodge Viper.

Ainda conectei na internet e conversei com a galera toda depois mas me segurei pra não contar a história pela metade e pra por aqui no Blog e não esquecer nenhum momento...

Ai ai...

30 de março de 2004

Perdido no parque

Hoje sim eu estive numa aventura!!! Smile

Xô contar o q foi... Eu queria ir no centro comprar a WebCam logo. Resolvi ir sozinho. Perguntei a Elen mais ou menos como ia ontem e me piquei... Até o parque foi tranquilo. Mas cara, quando eu cheguei no parque eu não sabia pra onde ir. Tentava me lembrar dos lugares mas não lembrei de nada! Fui seguindo até q o parque acabou. E acabou num lugar q eu não conhecia. Eu olhei pra um mapinha q tem no parque q dizia onde eu estava. Não adiantou muito. Mas eu percebi q tinha q voltar mais um pouquinho. Nesse momento eu já tinha 1 hora de caminhada! E o fdp do Gastão dizendo q eram 100 metros!

Ah sim! Eu senti calor hoje! Chega suei. Fui pro centro com as 2 camisas habituais mais o agasalho e o capote de chuva. No meio do caminho eu tirei o capote. Estava suando um pouco. Estava quente mesmo. Eu podia andar com as mãos pra fora do bolso! Smile Quando eu digo q estava quente é tipo quente pra aqui. Tb depois de tanto frio qq solzinho é quente. Estava 14ºC segundo o site.

No parque tinha um monte de inglês sentado na grama! Hehehehe! Nego num sabe o q é praia. Diz Elen q no verão neguinha vai tomar sol de biquini no parque. Se fosse no Brasil ia ter um monte de ambulante vendendo cerveja e refrigerante. "SKOL GELADINHA!" Hehehe. Mas aqui num rola isso não.

Gringaiada se esparramando pelo parque:
Parque aqui é praia!

Parque aqui é praia!

Bom. Voltando a aventura. Quando vi mais ou menos onde tava puxei o mapa da cidade q comprei no primeiro dia. Já valeu a grana. Olhando o mapa eu vi mais ou menos onde queria chegar. Voltei um pouco, virei a direita e fui seguindo na esperança q eu me encontrasse. Depois de andar muito vi q estava perdido de novo. Sentei num outro banco, abri o mapa e tentei me encontrar. Ví mais ou menos pra onde tinha q ir. Caminhei mais e de repente eu ví um supermercado q fui noutro dia com Elen. Pensei: agora eu me acho. Atravessei a rua pro supermercado e o cérebro resolveu me ajudar um pouquinho. Lembrei q a gente atravessou a rua só pra ir no supermercado mesmo. Aí eu voltei a rua pra um shoppingzinho q sai na rua q eu queria ir. Nisso meu pé já tava me matando. As bolhas daquele dia já estavam de volta. Entrei no shoppingzinho q chama Marlands. Tem uma hora dentro dele q bifurca e eu peguei o caminho errado. Putz! Num acerto uma! No fim eu saí na rua certa. E ví que eu tinha ido numa rua depois, numa rua antes e não nessa rua. Fale sério! Segui olhando umas lojas até q parei na Argos que é uma loja q vende de tudo e bem barata. O preço lá estava um pouquinho melhor q o do resto e eu comprei por lá mesmo.

Mas essa loja é SUPER estranha. Vc entra nela e vê q não tem PORRA NENHUMA dentro. Uma coisinha ou outra exposta mas nada significativo. Daí vc vê umas placas bem grandes grudadas no teto: (1) SELECT, (2) PAY, (3) COLLECT. Daí eu ví uns catálogos ENORMES e a galera debruçada em cima. Vc procura o q quer comprar no catálogo e anota a referência. Pense aí? Quer dizer, a loja vende de TUDO! Cama, mesa, roupa, relógio, material de informática, geladeira, brinquedo, negócio de jardim, cara, vende de tudo mesmo!!! E não é grande, tem uns 10 funcionários, por isso q vende barato. O estoque deve ser gigantesco!

Peguei a câmera e voltei a aventura. A volta foi mais tranquila. Sabia pra onde ir pq existe um guindaste gigantesco q dá pra ver do outro lado do parque. Mas depois do parque eu me deparo com um monte de vaso de flor q eu não tinha visto. E pensei: Putz! Me perdi de novo??? Mas só foi voltar um pouco e seguir pelo lado correto. Conheci metade da cidade nesse esquema. E lenhei com metade de meus dedos.

Tá pensando q aqui não tem não é? Tem e bastante. Mas os mendigos daqui sempre estão com uma latinha do lado:
Mendigo bebum...

Just a picture:
Just a picture!

Na volta eu comprei os quadros pra colocar as fotos. De noite eu montei eles e coloquei apoiados na mesa. Só vou poder pregar mesmo na outra casa.

Umas coisa que eu sempre esqueço de falar. Quando eu vou atravessar a rua eu nunca sei pra que lado olhar... Os carros correm do lado contrário e eu tento lembrar disso na hora de atravessar a rua. Pra não ter erro eu fico q nem um maluco olhando pra tudo quanto é canto. Isso quando não acontece de eu ver um carro andando sozinho. É o seguinte... Eu tô andando na rua e vejo um carro vindo em minha direção por exemplo. Quando eu tento olhar pra quem está dirigindo... NINGUEM?! Depois eu olho pro outro banco e lembro q o pessoal dirige do lado direito mas por alguns segundos eu me pergunto: ONDE ESTÁ A PORRA DO MOTORISTA!!!

29 de março de 2004

Stonehenge

Hoje eu pretendia ir comprar a câmera mas não deu pq eu tive q ir trabalhar. De vez em quando é bom né?

Conversei bastante tempo com o André sobre os modelos. Peguei mais ou menos como será o processo. Levei bastante coisa pra casa pra estudar. De qq forma quero ver se posso comprar essa câmera amanhã.

No fim da tarde o André e a Jordana decidiram ir a Stonehenge. Perguntaram se eu queria ir e eu disse q claro! Estou q nem merda n'água... Pra onde soprar eu to indo...

Esse lugar é um lugar bem conhecido no mundo todo e tem seu lado místico. É aquele monte de pedra formando um círculo e tal. Ninguem sabe como aquelas pedras apareceram ali e existem milhares de teorias. Até assisti um documentário no National Geographic Channel sobre o lugar.

Só sei q tinha uns caras lá dentro fazendo um Tai Chi Chuan (?) ou Yoga. No ultimo Halloween uma galera foi pra lá pra curtir o misticismo do lugar e tal... Vejam só... Imaginem o frio... Nego divia estar querendo era um lugar diferente pra puxar um fumo!

A gente não pôde entrar pq já tinha passado das 6. Devia ser umas 7 e pouco já. No fim das contas é um aglomerado de pedras mas vale pelas fotos.

Stonehenge:
Stonehenge

Stonehenge

Ah sim... Apareceu o primeiro jegue inglês. Smile O nome dele é ENERGIA! A Celina perguntou se eu estava sentido a energia entrando quando a gente estava em Stonehenge. Eu disse 'Lá ele!' pq tinha um jegue lá na roça q chamava Energia! Laughing

Ela ainda perguntou se era verdade e eu disse q não q era uma brincadeira q eu sempre fazia e tal... Smile

A Celina eu conhecí hoje mais cedo na hora de ir pra Stonehenge. Ela é prima de André. É bem maluquinha. Estuda marketing e fala pelos cotovelos! E é super divertida tb...

De lá a gente foi pra Woodhenge q é uma estrutura parecida mas q foi feita com madeira na época. A madeira foi substituída por pequenos postes de concreto no exato lugar dos tocos de madeira.

Woodhenge:
Woodhenge

Foi legal pq a gente viajou por pequenas estradas aqui da Inglaterra. Como a gente se perdeu foi até melhor q passou mais ainda. Tem cada lugarzinho sensacional. Queria tirar foto de vários lugares. Lugares milenares assim na sua frente. Ruínas e tudo mais. Umas paisagens fantásticas tb. Uns vilarejos bem bacanas e tudo o mais.

Uma coisa q sempre esqueço de falar do trânsito daqui. Aqui não dá mesmo pra correr muito. As ruas internas são superpequenas. Tem lugares inclusive q a rua afunila e só passa um carro. Nas ruas internas mesmo só passa um carro. Tem q um encostar pro outro passar. Super estranho isso.

Hoje eu ví tb como se abastece. É como nos Estados Unidos mesmo. Vc abastece e vai pagar dentro da loja de conveniências. Fale sério! Onde q isso ia funcionar no Brasil? Me diga!!! É o tipo de coisa. Rola uma relação de confiança. A criminalidade é baixa. Maluco existe em qq canto mas os índices aqui são bem menores. Vc não vê um policial na rua. E mesmo assim eu saio da casa de André 1 ou 2 da manhã com o notebook na mão e sei q não vai ter problema.

Outra coisa q sempre esqueço de falar: OS POMBOS DAQUI PARECEM GALINHAS!!! É sério! Os bichos são criados! Devem pesar uns 10 Kg. Vcs não estão entendendo. Quando der eu tiro umas fotos pra provar.

Ah sim... Têm 3 comerciais aqui com o Brasil de tema. Tem um de um shampoo q a menina fala numa roda de um estilo brasileiro e no fim aparece de cabelo novo por causa do Shampoo e top da seleção e cai no samba! Outro é do HSBC q o cara fala das férias mas q não foi muito bom no Brasil pq ele fez um gesto q era rude no Brasil. O sinal de Ok/Foda-se com o indicador no polegar. E o melhor é o da Nike. Não sei se está passando por aí mas o comercial é enorme e, como os comerciais de futebol da Nike, é sensacional. Acontece antes de um jogo Brasil x Portugal. Aparece Denilson, Diego, Ronaldo, Ronaldinho, Roberto Carlos, Figo e a galera toda. Bem bacana mesmo.

Outro fato estranho q eu esqueci de comentar. Quando a gente tava indo pra Brazilian Night começamos a ouvir uma ópera bem longe. Quando a gente viu de onde vinha... Smile Era um cara com a cebeça pra fora do carro cantando feito um alucinado. Muito engraçado! Pense num cara com a cabeça pra fora cantando ópera na maior altura num carro atravessando a cidade. Smile Só tem maluco!

28 de março de 2004

Limpando a cozinha e videoconferência com o pessoal de casa

Acordei tarde... Como de costume...

Fiquei no notebook até umas duas e fiquei tomando coragem pra limpar a cozinha... Hehehe... Pois eh. Essa semana a minha tarefa é limpar a cozinha. Pelo menos não é limpar os banheiros, eu pensei...

Quando a fome apertou eu desci. Tentei achar todo o material pra limpar a cozinha. Fiquei mais meia hora lendo no quadro o q exatamente eu deveria saber. Fui pegar o palm pra entender o q era balcão, lixo (bin) e outras coisinhas... E comecei com o esfregão no chão. Comédia! Tinha q ter tirado uma foto de mim. Depois eu limpei os balcões, a pia, o fogão, as geladeiras. Coloquei o lixo no bin maior. Foi bem tranquilo. Achei q ia ser pior. O ruim foi limpar o fogão...

Depois fui "fazer" minha comida. Comi um negocio de um arroz com galinha ao molho curry. Vi q a galinha não era tanta e esquente um outro pedaço de uma galinha filé q vende barato aqui com queijo e presunto dentro. Foi a melhor refeição q eu já "fiz" em todos os tempos. Smile

Depois eu fui na casa de André/Elen. Tirei umas fotos de Elen pra mandar pra Evandro a pedido do mesmo.

Mandei trocentos emails pra casa com fotos de ontem e André chegou lá em Feira. Testamos a camera de Feira... Foi muito legal ver todo mundo. Muito legal mesmo. Alguns momentos parecia que eu estava lá em casa. De repente o André sugeriu de colocar a câmera dele no notebook. Eu coloquei e o pessoal pôde me ver. Eu apresentei o André e a Elen ao pessoal de casa pela câmera. Ficamos nos vendo e brincando por uns instantes... Até minha mãe que estava na casa de minha vó apareceu rapidinho. Ficou todo mundo lá no escritório. Foi legal. Tava vendo todo mundo ao mesmo tempo... Foi legal... Bem divertido. Só não consegui a voz pq o firewall da casa de Evandro aparentemente não deixa. Depois eu ajeito isso...

Videoconferência:
Videoconferência

Por conta disso amanhã eu vou comprar uma webcam pra mim. Vou dar outra caminhada de 200Km de novo. Como disse Kako eu vou ficar malhado... Hehehehe...

Depois disso eu já ia embora, tinha fechado o note e tudo mas chegou a Jordana, namorada de André, e o pessoal começou a beber umas bebidas diferentes q ela trouxe. Nem lembro os nomes. Bebida de menina, bem doce. Ela tb trouxe um tal de Hangaz ou qq coisa q soe assim. Q é um sarapatel escocês. Tem uns trigozinhos dentro. Eu tô provando de tudo, desde q mantenha a minha virgindade. O negócio não é ruim. Antes eu já tinha comido um Salmão q o André tinha feito pra mim. Eu tenho q pagar umas trocentas cervejas pro André pra compensar. Já é o segundo jantar q ele faz. Muito gente boa ele. Tanto ele qto Elen.

Qdo deu umas 2 e pouca da manhã a Jordana me trouxe de carro. O q foi muito bom. Pegar o frio de 2 da manhã ia ser foda.

Cheguei em casa liguei pra casa. Eles conseguiram ver o videozinho da casa q eu fiz. Legal saber isso.

Hoje eu durmo mais feliz pq, de certa forma, estive um pouco junto de todo mundo lá de casa.

27 de março de 2004

Jardinagem e ida ao centro

Tinha marcado de ajudar a Elen na jardinagem hoje umas 10h. Acordei 10:30h e só fui chegar lá depois das 11h. Tenho q tentar resolver o meu problema com horários. Mas eu ainda tô com o horário do Brasil. E enquanto não tiver que acordar cedo não sei quando vai melhorar.

O pior é q amanhã ainda vai piorar mais pq vai entrar o horário de verão.

Lá na casa de Elen a gente começou a jardinagem. Fazia uns 8 ou 10 graus. Mas eu tava de calça e 2 camisetas APENAS. Até então não tinha ficado assim aqui. Com o trabalho eu não senti o frio o que foi novidade. E mesmo trabalho por algumas horas a gente não sua. É um negócio estranho. Se fosse no Brasil eu estaria pingando mas aqui a gente fica como se estivesse sentado no sofá.

O trabalho não foi pouco... Hehehe... Viu aê Mila? Mas a gente deu conta. O quintal ficou bem melhor do que estava. Mas as minhas pernas e costas estavam me matando.

Elen preparou um macarrão pra gente. Eu trouxe os vegetais e o refrigerante. Depois eu tomei banho por lá mesmo e a gente foi conhecer o centro, shoppings e tal.

A gente foi andando. Cara, a gente andou pra caralho. Já quase lá a gente passou por uma praça linda. Cheia de árvores e flores, super bem cuidado. Tirei trocentas fotos por lá.

Chegando por lá eu vi a galera de Southampton mesmo. O que tem de neguinho alternativo modernoso por lá não tá escrito. Às vezes no Iguatemi a gente passava por 2 ou 3 do tipo mas aqui é normal. Tem uns góticos q andam todo de preto com uma maquiagem preta BEM carregada, umas roupas pontudas. Viagem!

Conheci as lojas, tive uma idéia de preço, ví umas lojas bem bacanas. Tinha McDonald’s aí nesse shopping. Até então não tinha visto. O q mais se vê por aqui é esse tal de KFC. O Mc do shopping estava VAZIO! Hehehe. Me lembrei do Mc do Iguatemi q sempre está uma loucura.

A volta é q foi complicada. O pé doia MUITO. Mas devagar e sempre a gente chega lá. Fiquei um tempo na casa de Elen pra descansar e fui pra casa depois morto de cansado mas o frio tratou de me acordar rapidinho.

Praça central. Tipo o Campo Grande:
Southampton

Southampton

Isso era a entrada da cidade na época medieval. Existem ainda algumas ruínas pela cidade:
Southampton

Monumento em homenagem aos Engenheiros do Titanic q morreram no naufrágio. O Titanic saiu daqui de Southampton.
Monumento em homenagem aos Engenheiros do Titanic q morreram no naufrágio.

Umas ruazinhas da vizinhança:
Southampton

25 de março de 2004

Primeira saída sozinho e Festa Brasileira

Acordei de manhã e fui tentar comprar a placa PCMCIA do notebook e o cabo cross pra conectar lá no servidor da casa de Evandro.

O dia nem estava tão frio. Consegui andar com o casaco aberto e tudo mais. No caminho eu ví umas lojas interessantes. Tinha uma loja de Tunning, outra de motos super grande com uma coisas bem bacanas pra moto.

A loja que eu fui foi bem bacana. Era uma loja de eletrônica que vendia coisas de computador tb. Se juntasse aquelas lojas do pelourinho tudo não dava essa loja q chama Maplin. Tinha de tudo q vc pensasse. Depois de rodar a loja toda eu parei na parte das placas e um atendente veio me ajudar. Eu disse que estava procurando por uma placa de rede PCMCIA e ele foi buscar no estoque a plaquinha. Tb pedi um cabo cross e ele me arrumou. CARO! Umas 6 libras. No Brasil os caras dão isso de graça.

Depois eu ainda comprei um transformador pra eu poder usar o DiscMan, o recarregador da câmera e o barbeador.

Saí de lá e na volta pra casa eu passei no supermercado. Comprei meu almoço e um monte de coisa pra tomar café. Comprei pão de forma, 90% dos pães são de forma. Não tem pão de sal e de leite como no Brasil não. Depois eu entendi o pq. É q todo mundo faz torrada. Mete o pão naquela torradeira e o negócio sai quentinho. É uma negócio legal essa torradeira sabia? Bem melhor q a sandicheira do Brasil. E depois vc coloca a manteiga q derrete ou qq outra coisa. Eu comprei manteiga de amendoin e Nuttella pra por no pão. Tb comprei manteiga e presunto. Comprei o almoço tb. Peguei uns pedaços de galinha empanado com presunto e queijo dentro. Não quis me arriscar muito hoje não.

Cheguei em casa e meti a galinha no microondas pra esquentar. Comi aquilo puro mesmo. Ainda não sei fazer arroz, macarrão ou qq outra coisa. Vou perguntar a Elen como é q faz aquelas batinhas fritas. Frango e fritas. Vou virar especialista! Qdo voltar pro Brasil eu faço um almoço assim pra todo mundo. Resta saber quem vai querer ir.

Depois eu fui pra casa do André pra tentar conectar o computador na internet pra baixar os emails e poder ler em casa com mais calma.

Na ida eu tirei um monte de fotos pra mandar pra casa qdo chegasse lá mas eu esqueci o cabo USB pra baixar as fotos. Fica pra amanhã.

Tava frio pra cacete essa hora e eu tava parando em tudo q é canto pra tirar foto. Putz. Quase desisto. Olhei tb o quadro pra por as fotos q trouxe do Brasil. O pessoal chama de PinBoard. Custa uns 3 e pouco e é muito pequeno tb. Mas eu vou comprar assim mesmo. Se precisar eu compro 2 ou 3.

Cheguei na casa de André, mandei umas fotos pra casa e a gente foi pro reggae umas 22h. Passamos antes por 2 pubs bem bacanas. Menos tradicionais. Mais jovens. É o Carangueijo do Sergipe daqui. Muita gente, muita música. Como estou no período de experimentações eu tomei uma Guiness. É uma cerveja bem escura, bem encorpada, bem amarga. Gostei.

A gente antes de ir pra noite brasileira no Yates:
Eu e o pessoal num Pub

De lá a gente foi pro restaurante q a noite vira boite e toda quinta é a noite brasileira. Tomei uma tal de Gauch ou algo parecido. Hehehe. Começou a tocar a música: peitinho, peitinho, bundinha, bundinha aqui. Lembrei do vídeo. Hehehe. Voltando ao assunto. Essa Gauch é clara, amarga mas é ruim. Se estivesse muito gelada seria melhor. Mas aí ninguem tomava. Um frio daquele e ainda tomar cerveja gelada. Por isso q eles servem cerveja na temperatura ambiente. Q já é mais frio q muita cerveja servida aí no Brasil mas tudo bem. Depois eu tomei a Stella Morris. Que é boa. Parece um pouco com as cervejas brasileiras mas é diferente. Como explicar isso. Ela é mais encorpada, forte mas tem a mesma aparência.

Ah sim. Quando vc pede uma cerveja eles te trazem logo um balde. Como não tem perigo dela ficar quente o caneco é monstro. Cabe bem um litro alí.

Enfim. Começou a tocar as músicas da noite brasileira e tava rolando Salsa. Fale sério! O DJ é brasileiro mas não sei qualé a dele. De vez em quando tocava música brasileira. Tocou Requebra, hehehe, aquela lambada “chorando se foi”, tocou É o Tchan mas tudo música muito velha. Eu acho q vou entregar aquele CD baixaria de Julio Reuris pro cara. O cara colocava muito samba enredo tb. Que miséria.

No mais foi bom. Eu dancei até um forrozinho. Cheguei a suar. Primeira vez que suei por aqui. Até então foi só frio, mão gelada e tal. Por falar em mão gelada hoje tá mais frio q o normal. Mesmo em casa tenho q deixar as mãos nos bolsos pq o frio tá grande. Tenho q comprar logo uma luva.

Eu na festa brasileira:
Eu na festa brasileira

Na volta a gente parou pra comer uma acarajé daqui, o tal do Kebab. Se fosse em Feira ia ser um mingau (?) na Getúlio Vargas ou um Xtudo no trailler. O negócio é uma massa bem dura que envolve um monte de carne que o cara corta de um espetão que fica rodando. Acho q já vi isso em São Paulo. O negócio até q é bom. Num é ruim não.

Cheguei em casa 3h da manhã e ainda liguei pra casa.

Fotos da vizinhança:
Southampton

Southampton

Southampton

24 de março de 2004

Segundo dia

Ontem eu dormi 3h da manhã e só consegui acordar umas 10:30h à pulso!

Fui direto pra casa de André pra ele meio que me apresentar os projetos.

A gente bateu papo um tempão e depois fomos almoçar umas 14:30h. A gente comprou uns sanduíches e umas batatinhas na lojas do indiano pro almoço. Fico imaginando se meus almoços seram sempre assim. Vou emagrecer alguns quilos com certeza.

Tinha até um pastel triangular estranho lá na loja do indiano que eu vou provar com certeza qualquer dia desses.

A tarde ele falou um pouco dos projetos e disse que a gente ia trabalhar com C#. Eu adorei a idéia. Já pensou se ele vem com o PowerBuilder pra mim? Com certeza não mas essa possibilidade existia em meus pesadelos.

Saí de lá com uns CD’s de instalação do XP pra o notebook e os CD’s do Visual Studio. No fim das contas não consegui instalar o Visual Studio pq o CD 1 deu pau pra ler uns BMP’s.

Meu pai me ligou cedo hoje. Falou que ainda não tinham instalado o Velox lá em casa. O modem que eu comprei da internet estava com defeito e o que ele comprou em Feira não era compatível ou algo do tipo. Foi bom falar com meu pai de novo. Quero ver quando alguem que não seja eu atender. Vai ser engraçado. Ele disse que ia falar: Flávio, Brasil, Pelé, Senna. Hehehehe…

Depois eu liguei pra casa. Comprei um outro cartão de £25. Minha mãe estava fora e eu falei com Mila, Rafa e Neca.

Ah sim. Meu pai comprou até uma webcam lá pra casa. Laughing Está todo animado ele. Quero só ver se minha mãe ou meu pai vão mandar email pra mim. Mas eu só vou poder usar mesmo quando estiver na casa de Evandro com internet em casa.

Tia Máxima me ligou e a gente passou uns 3 minutos no telefone. Foi bom ouvir uma voz conhecida. Ela foi muito doce comigo e eu fiquei bastante feliz com o telefonema.

Quem atendeu o telefone foi o Bryn. Ele é italiano e parece que entendeu o que minha tia falou. Depois disso eu fiquei conversando um tempão com ele enquanto ele fazia uma pasta. Se der eu quero aprender como faz pra almoçar de vez em quando.

Amanhã vai ser uma aventura. Eu vou sozinho fazer minha caminhada mais longa. Vou numa loja que chama Maplin pra comprar uma placa de rede pro notebook pra poder conectar na casa de Evandro e poder baixar email e pelo menos por enquanto poder escrever uns emails off-line e ler com mais calma em casa.

23 de março de 2004

Primeiro dia

Dormi 12h seguidas e acordei ao meio dia. Me arrumei rápido e o Arjan logo apareceu na porta e me levou pra almoçar com o André e a Elen.

Pegamos o pessoal e fomos almoçar num Pub. Bem inglês, não? Acho que o nome do lugar era The Crown In.

Comi um hamburguer. Ele veio aberto num prato com MUITA batata frita. Luciana que ia gostar. Comi bastante. A carne não era suculenta mas foi ok. Tomei uma cerveja Belga que eu não tenho certeza qual era.

Eu fico pensando o que diabos eu vou comer amanhã. Aqui não tem quilo e eu acho que Dona Hildete não entrega aqui em Southampton. Enfim. Deixa pra pensar nisso amanhã.

Depois do almoço Elen ficou comigo numa rua cheia de lojas aqui do bairro. Ela me apresentou os lugares e a gente foi tentar comprar uns casacos de verdade.

Somente nessa rua são 7 brechós. Cada um ajudando algo diferente. Tem brechó que ajuda os mais velhos, tem outros q ajudam bichos (pets), tem outros q ajudam crianças com problemas cerebrais. Muito bom isso. As roupas são realmente muito baratas. Cada casaco meu custou 3 ou 4 libras. Mais barato que o meu almoço de 4,40.

Se eu fosse comprar um casaco desses em Salvador ia custar uns 200 reais.

Comprei um cartão de telefone e um mapa da cidade que eu espero que seja util.

Depois de ficar a tarde inteira conhecendo tudo (essa rua), a gente foi pra casa de Elen. Ah! Achei Ovomaltine e Nutela. Fiquei tão feliz. Vou comer pão com Nutella e beber Ovomaltine. O Ovomaltine é o laranja e não o vermelho. No Brasil vende os dois mas aqui só vende a fórmula original, sem açucar. Mas não é tão ruim. Achei ok.

Na casa de Elen eu conversei muito com Elen e André. Foi legal falar português e esquecer um pouco do que estava acontecendo em volta.

Acessei a internet depois de um bom tempo já que em Feira não tinha. Tinha mais de 500 emails mas eu olhei somente alguns e os da EPL.

Mandei um email pra casa, um pros amigos e aí já eram mais de 21h.

Acertei com André quando ia aparecer por lá amanhã. Parece que ele é dos meus. Dormi às 5h e acorda às 12h.

Ah! Quase esqueço. Hoje choveu granizo 2 vezes. Inacreditável pra quem estava em Feira de Santana – a princesa do sertão – a pouco mais de 24h. A primeira chuva eu tinha acabado de acordar e vi chovendo. Daí começou a pipocar no vidro e eu percebi que era gelo! Surprised Depois foi enquanto eu estava com ele na rua. Foi bonito ver o gelo branco caindo no asfalto preto. ONDE ESTAVA A MINHA CÂMERA?!?!

Já estava tarde e eu voltei pra casa... SOZINHO. Mais de 10h da noite e eu voltando pra casa sozinho a pé. Foi divertido a princípio mas o frio era inacreditável. Eu cheguei a tremer mesmo com 2 camisas e uma jaqueta de couro. Imagine Gabirú coitado... Ia cair no chão e o povo ia segurar a língua dele pensando que era epilepsia.

Cheguei em casa e conheci o Timo – acho que é assim que se escreve. Ele é grego. Até então eu tinha conhecido apenas o Bryn, italiano, a Naiome, inglesa, e a Ana, sabe Deus de onde. Sei que ainda tem um americano e uma grega se a Ana não for a grega.

Tentei conversar com o pessoal que jantava na hora mas nada muito bom. Tomei um copo de Ovomaltine e subi. Tomei banho e liguei pra casa.

Foi tão bom falar com todo mundo. Seria melhor se fosse ontem mas tudo bem. Hoje eu já estava melhor depois de ter me ocupado com algumas coisas. Conversei com minha mãe, Mila, Rafa, André. Depois liguei pra meu pai que não estava. Depois liguei pra Lú. Ela ainda está muito abalada com tudo e pediu pra eu não ligar mais pra ela. É isso.

Depois o telefone tocou e já eram 1:30h da madrugada. Eu pensei em deixar alguem atender mas depois do terceiro toque eu atendi. Pensei: se for pra chamar alguem eu digo que está dormindo. E era o meu pai! Hehehe... Eu queria ver se fosse alguem que atendesse.

Corajoso o véi... Se alguem atendesse deveria ficar falando bem pausadamente e com a lingua enrolada: que-ro fa-lar com Flá-vi-o. Hehehe... A gente falou rapidinho pq a outra ligação tinha caído.

No fim das contas o meu cartão de £5 e 100min de ligação pro Brasil tinha acabado quase todo. Mas foi bom. No início vai ser um desse por dia.

22 de março de 2004

Chegada na Inglaterra

Toda a mudanca de lá de casa foi muito sofrida pra mim.
Primeiro foi Luciana. O adeus de uma semana. Os choros incontroláveis da separação. E tudo o mais.

Depois foi largar o “meu cantinho” como minha mãe bem definiu. Passei praticamente 6 anos de minha vida ali naquele quarto que agora ja não existia mais. Eram só paredes, um computador num canto e uma janela na outra. Tem gente que não cria raizes que muda de casa a cada ano mas eu sou bem diferente.

Eu ainda não tinha percebido ate então mas eu estava largando toda a vida que eu conhecia. A vida com Luciana, ali naquele quarto, assistindo minhas séries, mechendo no computador. Foi ali que eu amadureci. Foi ali onde tudo começou. Tomara que esteja fazendo a coisa certa.

Depois eu fui pra Feira com mudança e tudo. Chegando por lá eu tinha que tentar arrumar tudo que eu tinha juntado em minha vida em caixas e deixar trancado em algum armário.

A tristeza que invadia o peito era enorme. As lágrimas derramadas pareciam infinitas. Mas de repente eu me vi as 6 horas do domingo. Dia da viagem pra Inglaterra.

Eu simplesmente não entendia o que estava pra acontecer. A ficha não tinha caido ainda. Tomei meu banho e fui com minha familia pro aeroporto. Antes disso foram milhares de telefonemas, de “boas sortes”, de “sucessos”.

Nesse instante, se eu pudesse acabar com tudo e voltar pra minha vidinha de antigamente eu o faria sem pensar 2 vezes.

O tempo todo eu me concentrava para não pensar no que estava prestes a acontecer. O pensamento vinha e eu mandava de volta. E era assim que eu lidava com a realidade.

Cheguei no aeroporto. Todos os tios estavam la. Bacana. Foi muito importante. De repente chegam todos os meus amigos, com cartaz, com presente, com abraços, com carinho. Foi tão bom. Ver todo mundo ali. Pra me dar uma força nessa hora. Foram 36 pessoas minha mãe disse depois.

O choro não veio. Eu estava por demais feliz com a presenca de todo mundo por ali.

O cartaz da galera no aeroporto:
Galera no aeroporto.

A galera reunida:
Galera no aeroporto.

Galera no aeroporto.

Algumas poucas horas depois chegou a hora do adeus de verdade. Do adeus de quem so vai poder voltar a se ver daqui a 6 meses ou mais, quem sabe. Mas o choro não veio como estava no peito. Eu controlei o máximo que pude e ate tentei dar força a quem chorava por mim naquele momento como minha mãe e minha irmã. Mas na verdade eu queria chorar muito mas muito mais do elas.

Fui embora, olhando para trás, já saudoso, mas sem pensar no que estava ficando pra trás. Senão com certeza não iria conseguir.

Entro no avião rumo ao desconhecido. Uma terra desconhecida, pessoas desconhecidas, lingua estranha.

Viajo 8h ate Lisboa. Nao consigo dormir nem 2h. A cadeira eh muito pequena e desconfortavel. O pescoco dói demais. Fui conversando com duas portuguesas super gentis, Anabela e Gisele. Largo em Lisboa, espero 2h e vou para a Inglaterra. Mais 2:30h de viagem.

Eu sou só cansaço, tristeza, medo. Chego em Londres e desço, sozinho, num lugar totalmente desconhecido. Pego minhas malas, agora já sem a ajuda da familia e dos amigos. Paro na imigração e fico uns 20 minutos sendo bombardeado com as perguntas de uma mulher. Fico tentando dar as respostas corretas, nao consigo falar tudo como está na mente por que o inglês não é tão bom assim. Depois de muita resposta consigo o visto de 6 meses. Que era exatamente o que eu queria.

Saio dali, sou parado mais uma vez. Um rapaz pede pra ver meus documentos, me pergunta mais uma meia duzia de coisas e me libera. Saio pelo desembarque e encontro Arjan. Um total desconhecido que vai ser o meu guia por aqui.

Ele foi super gentil e atencioso. Me trouxe no seu carro para Southampton, me levou pra comprar o café da manha do outro dia e me levou pra jantar na casa dele. A comida foi muito estranha. Primeiro ele me serviu umas castanhas e um tal de cherry, uma espécie de vinho de cereja. A comida comecou com um mamão todo cortadinho. Depois foi servido arroz e umas almondegas com molho de tomate. Eu tentava entender o que eles falavam comigo e tentava manter uma conversação.

Liguei pra casa e minha mae atendeu... A saudade foi TÃO grande. Segurei o máximo pq estava numa casa estranha com uma pessoa estranha. Falei com Mila tb. Mas foi tudo rapidinho. So pra dizer que esta tudo ok. Que eu estou aqui agora.

A minha vontade era passar 3h no telefone com a minha familia mas eu não queria abusar do Arjan.

Depois do jantar ele me levou de volta pra casa. Soa até estranho. Que casa? Na verdade a casa do Israel, o quarto do Israel, a cama do Israel. A sensacao de estar num país estranho, numa casa estranha com pessoas estranhas é algo que eu quero esquecer logo. Subi pro quarto depois de guardar as compras e me vi só num quarto. Sozinho. Sem familia, sem casa, sem namorada, sem nada. Só. Provavelmente a pior sensação que já senti na vida.

Tentei arrumar alguma coisa, tomei um banho mas a tristeza era tão grande... Tão grande. E é por isso que eu escrevi isso. Pra desabafar comigo mesmo. Pra tentar parar o soluço do choro. Pra tentar desatar esse nó na garganta que eu estou sentido agora.

Só consigo pensar que a tão pouco tempo eu estava com minha familia, com meus amigos. Só consigo pensar em minha Mãe, em meu Pai, em Mila, em Rafa, tios, amigos. A saudade é tão grande, tão grande.

O medo do desconhecido daqui tambem ajuda a piorar a saudade. Mas isso é uma coisa que eu vou aprender a lidar. Só espero que daqui a uma semana, daqui a um mês, eu esteja melhor. Com menos saudade. Com a cabeça ocupada pelo trabalho.

Mas nesse exato momento eu so consigo chorar e sentir um vazio enorme no peito. Um vazio de solidão, saudade e medo.