26 de julho de 2004

París

A parte ruim da viagem todos vocês já sabem... Resta contar a parte interessante da viagem ao qual eu definí como "perfeita, linda".

Vamos a ela então.

Tive que acordar cedo uma vez na vida pra pegar o trem pra Londres. O Eurostar sai de lá de Waterloo. Às 7:30 da madrugada a gente estava na estação esperando pelo trem. A estação St Denis é perto aqui de casa. De lá a gente foi pra Southampton Central e de lá seguimos para Londres.

A viagem demorou pouco mais de uma hora se não me engano. Chegamos 1 hora antes do embarque. Fizemos o checkin e logo estávamos a caminho de Paris.

Esse Eurostar passa pelo Eurotunel, aquele por debaixo do canal da mancha. São 20 minutos submersos. A visão é linda. Como é tudo de vidro a gente fica vendo peixe, tubarão, barcos passando, esse tipo de coisa. Mentira pura. É um túnel preto apenas.

Durante a viagem tinha uma neguinha francesa fazendo picula no meio do trem. Ninguem merece!!! Eu tava puto já. A primeira vez que eu notei a presença dela foi quando ela parou do meu lado e rodou os cabelos pra olhar pra trás. Foi um chumaço inteiro de cabelo na minha boca, no meu olho. Puta que pariu! Daqui a pouco ela me dá uma bicuda enquanto brincava de picula. Daqui a pouco outra bicuda. Puta que pariu minha filha! Vou te dar um pocazói - pensei.

Mas o melhor estava por vir. Teve uma hora que lá vinha ela correndo de novo. Eu coloquei a cabeça um pouco no corredor e olhei com cara feia pra tentar intimidar a pestinha. Ela me viu e continuou vindo. No exato momento que ela passa por mim o trem dá uma balançada e ela acaba batendo a testa dela na minha testa! Eu não acreditei. Ela olha pra mim e larga um: Pardon. Belo primeiro contato com o povo francês. Mas vamos em frente...

Depois de 2h de bicudas e cabeçadas lá estávamos nós na estação Paris Nord em Paris, é claro. Antes de pegarmos o metrô saimos na rua pra nos apresentarmos a Paris. O clima da cidade era bem diferente do de Londres logo de cara. A cidade é mais confusa, louca, bagunçada, viva! Londres parece um campo de zumbis onde todo mundo faz tudo certo. O que salva a Inglaterra são os estrangeiros, sem dúvida.

Nos primeiros instantes na França notei porque os franceses são o povo que menos têm problemas de garganta no mundo. Eles falam escarrando o tempo todo! Aquele R deles mas parece o nosso escarro! O povo vai falando e cuspindo e falando e cuspindo! Coisa desagradável.

No fim das contas eu e a Léa chegamos na França sem falar nem sequer uma palavra de francês. Aliás, 3 palavras: mercy, pardon, bon jour. E basta! Eu já chegava: pardon, can I speak english with you e ia embora! Na grande maioria das vezes os franceses nos atenderam muito bem ao contrário do que diz a lenda. Todos foram muito solicitos e cordiais, principalmente no dia que a gente teve que ficar mais tempo que queria na França e precisava encontrar hotel, trem, internet café e esse tipo de coisa. Talvez eu tenha dado sorte mas não tenho absolutamente nada do que reclamar.

Depois de uma olhadinha no palm já sabiamos mais ou menos o que fazer pra chegar na Champs Elyseé, nosso primeiro destino. Compramos o daypass e fomos pra lá.

O metrô de Paris é uma bosta comparado ao de Londres. A sinalização praticamente não existe. Em Londres de quilômetros de distância você consegue ver o luminoso UNDERGROUND indicando as estações. Em Paris você tem que nascer sabendo sinal fica que nem eu, perdido que nem brasileiro em imigração inglesa.

Dentro dos metrôs a diferença é grande também. Os trens são velhos e as estações também. As sinalizações são horríveis dentro das estações e é fácil se perder se não tiver a atenção redobrada.

Mas pelo menos é mais animado. Toda hora entra alguem pra cantar dentro do metrô. É bacana. Pelo menos por 2 dias. Não sei se o cara q tá voltando do trabalho encara aquilo com bom humor, mas enfim, eu gostei. Eles chegam com uma caixa amplificada num carrinho e cantam por cima do fundo musical. É legal. Uns cantam música pop, outros músicas francesas. Alguns vão com acordeons outros com gaitas. É bem divertido.

Teve uma hora inclusive que o cara começou a cantar aquela música que durante muito tempo foi tema do Show de Calouros do Silvio Santos: Wagner Montes lá, lálálálálálá lálálálá lálálálálálá lálálálálálá lálálálálálá lálálálá lálálálálálá... Pedro de Lara lá, lálálálálálá lálálálá lálálálálálá lálálálálálá lálálálálálá lálálálá lálálálálálá... E a gente saiu do metrô que nem dois malucos gritando: e o Lombardi lá, lálálálálálá lálálálá lálálálálálá lálálálálálá lálálálálálá lálálálá lálálálálálá... Hehehe!

Teve uma outra estação inclusive que tinha uma orquestra tocando. Achei super bacana. Se fosse na Bahia ia ter uns professores de Swingue Baiano se requebrando ao som de "Se você quer tome, tome, tome, tome!".

Enfim... Saindo do metrô a gente se depara com uma confusão enorme. Percebemos que algo estava rolando em Paris naquele dia. Era Le Tour de France. A tradicional corrida de ciclismo francesa. Impressionante como tinha desocupado olhando um monte de ciclista passar por 10 segundos na sua frente. Ninguem merece! Debaixo de um sol miserável daquele.

Logo nos primeiros passos a Léa aponta pra cima, à minha direita, e fala: "Olha!". Era a Torre Eifel. Aí foi que a ficha caiu! Chega deu um friozinho na barriga. Eu pensei comigo: Eu estou aqui mesmo. Não senti o mesmo quando ví o BigBen não...

A gente desistiu de seguir pela Champs Elyseé até o Museu do Louvre como tínhamos programado. Mas naquele mesmo lugar algo nos chamou atenção. Tinha uma ponte linda com um predio fantástico ao fundo. Depois viemos saber que aquela ponte era a ponte que eu não lembro o nome agora. Pois é. Mas nada que o Google não ajude. Chama-se Pont Alexandre III. Mas o lugar chama-se Les Invalides. Tem um hotel que é o Hôtel des Invalides, o Museu das Armas com heróis enterrados e um monte de outros muséus.

Logo a gente percebeu que París é uma cidade bem diferente. Os espaços livres são enormes! As avenidas largas, os gramados são inúmeros e enormes. Você se sente pequeno diante daquilo tudo. Foi um impressão clara que eu tive.

Já era umas 16h e a fome já tava batendo. A gente resolveu comer a acarajé da França: o crepe. O negócio tava gostoso viu. Muito queijo, muito recheio, só alegria. Mas logo a gente percebeu que o povo francês não tem muita preocupação com higiene não. Com a mesma mão que o cidadão colocava o queijo no crepe, ele pegava no dinheiro, coçava o saco e enfiava no nariz. Tô dizendo a verdade! Mas eu abstraí e fiquei pensando comigo mesmo se aquele não seria o diferencial do sabor daquela crepe.

De lá a gente seguiu pro Arco do Triunfo! Tínhamos a tola idéia de que corrida de velocípede não ia chegar até lá. A primeira coisa que a gente viu foi um monte de gente se espremendo pra ver os caras de bicicleta. Que negócio sem graça, mas enfim, ciclismo é o primeiro esporte francês, na frente do futebol inclusive.

Eu já descrevi o Arco pra vocês na outra parte da viagem onde tive a oportunidade de subir nele. A gente queria subir nele naquele mesmo momento mas por causa da Le Tour de France a gente não pode porque estava interditado. Foi meio frustrante mas pra gente era tudo alegria. Mal sabíamos que voltaríamos àquele lugar na terça-feira quando deveríamos estar descansando em casa.

De lá a gente seguiu pra Catedral de Notre Dame. Mal sabia eu que era eu quem seria chamado de corcunda de Notre Dame 2 dias depois após ficar tanto tempo com aquela mochila pesada nas costas.

A Catedral fica na Ilha Cité em meio ao Rio Sena. Eu aproveitei e às margens do Sena sentei e descansei como diria o Paulo Coelho. Vimos também que a praia dos parisienses é o Rio Sena e tinha bastante bagunça por lá.

E da série coisas estranhas (ou seriam interessantes) que a gente sempre vê quando põe os pés em Paris teve essa menina andando de bicicleta e com um fio dental meio palmo pra fora ad calça. Coisa comum aqui na Inglaterra também, diga-se de passagem. Percebam que "meu tio" alí se ligou no visual também.

Saindo do profano e voltando ao sagrado. A Catedral de Notre Dame é linda. O que mais me chamou a atenção foi a quantidade absurda de detalhes na fachada da Catedral típico . É de cair o queixo. O interior é também gigantesco e super bonito. Estava acontecendo um missa naquele momento mas era permitido a gente circular pela ingreja que estava lotada.

De lá a gente combinou de irmos pra Torre Eifel. Já devia ser mais de 20:30h e a gente queria pegar o por do sol por lá, ao pés da Torre. Chegamos lá por volta das 21h e o sol começava a se por. A gente deu uma de europeu e deitou na grama pra comer alguma coisa e ficamos assistindo por vários minutos o sol se por por trás da Torre. Foi o momento mais mágico da viagem e que eu não vou esquecer nunca. Aquela luz vermelha iluminando o céu, eu do lado da Léa assistindo tudo, a noite chegando, a Torre Eifel se acendendo naquela iluminação fantástica. Foi um momento inesquecível.

A iluminação da Torre Eifel é um capítulo a parte. A Torre por sí só é um espetáculo. Em frente a ele existe um parque enorme onde o pessoal fica jogando bola e fazendo picnic e andando por ele dá pra se ter uma idéia da grandiosidade da Torre. É algo fantástico. A iluminação fica mudando de tempos em tempos. As vezes liga algo tipo um farol no topo dela e fica girando, bem bacana. Mas a melhor parte é quando ela brilha como uma árvore de Natal. A gente escuta vários suspiros pela multidão. Não tem foto que consiga passar a sensação muito menos vídeo mas eu fiz esse videozinho pra tentar mostrar a vocês como ela fica.

Agora começa a aventura. Lembro que quando a gente foi reservar o hotel eu virei pra Léa e falei: "Tem um hotel super barato mas eu nem faço idéia de onde seja porque nem aparece no mapa. Tá a fim de aventura?". O pior foi que ela disse que sim e a gente embarcou nessa. Desde que a gente chegou em Paris era pra ter ligado pra o hotel pra saber como chega lá e a gente que nem tabareu na cidade grande esqueceu de fazer isso o dia todo. Fomos começar a correr atrás umas 23h.

A gente tentou comprar um cartão telefônico mas acabou desistindo porque custava 7,50 euros. Mas a gente sabia que ia comprar outros 4 desses quando o bicho pegasse dois dias depois.

Sem o cartão a gente começou a pensar no que fazer. A gente tentou ver se tinha como ir de metro mas a gente não tinha muita referência e ninguem conhecia muito bem como chegar até lá. A gente pensou em desistir e tentar conseguir um albergue por perto e perder os 10% que pagamos no cartão. O tempo ia passando e eu ia ficando nervoso.

Chegou uma hora e a gente tentou conversar com uma moça sorridente que vendia sorvete perto da Torre Eifel. Perguntando se tinha um cartão mais barato de se comprar ou se ela conhecia o lugar onde a gente ia. Ela simplesmente nos deu o cartão telefônico dela! Eu nào acreditei! Eu tentei pagar pelo cartão mas ela não aceitou de jeito nenhum. Foi tão gentil com a gente. Disse que já precisou de algo parecido uma vez que foi a Londres e que sabe como são essas coisas. A gente agradeceu horrores e foi telefonar.

Um cidadão atendeu e a gente perguntou como chegava lá. Ele respondeu seco: "Take a taxi". Hehehe! Tô fudido - pensei. Ele disse que não tinha estação de metrô ou trem por perto. O único jeito aquela hora era de taxi.

A gente voltou pra devolver o cartão à moça mas ela não aceitou. Disse pra gente ter cuidado com os taxistas. Disse que iam tentar cobrar a mais da gente. Disse que a corrida ia dar no máximo 30 euros. A gente pensou: "Engraçado ela ter falado isso pra gente. Na estação de Waterloo a gente ouviu a mesma coisa de umas brasileiras que estavam por lá e a mesma coisa de um francês no trem vindo pra cá". E foi dito e certo!

A gente foi de metrô até uma estação mais perto da direção do hotel. A gente tava morrendo de fome e felizmente achamos uma máquina de sanduíche bem filme de ficção. A gente digitava o número e ela corria as prateleiras até achar o que a gente pediu.

Saímos da estação e tinha um ponto de taxi na frente. Menos mal. Chegamos pros caras e ninguem falava inglês, é claro. E tome mímica e mostrar o endereço no palm pros caras tentarem ver onde ficava o hotel.

O primeiro pilantra disse que levava a gente e que seria 40 euros. Eu virei pra ele e falei: AONDE!

Depois a gente tentou falar com um indiano. Ele veio cheio de conversa mole e até ligou pro lugar pra saber onde era. Veio com uma conversa dizendo que era 30 euros. Eu disse que nem a gente tinha essa grana.

Daqui a pouco me chega um negão que não falava absolutamente nada de inglês e a gente mostrou pra ele onde era e ele deu uma pensada e falou: "Vamo lá nego véi que eu tô ligado onde fica a parada". Em francês, é claro. E a gente foi.

Ele disse que ia cobrar no taxímetro e a gente embarcou. E o negão sabia onde era mesmo. A gente passou do lado do Stade de France onde o Brasil teve o infortúnio de perder a copa de 1998.

O negão era gente boa. Apesar dele falar francês e senegalês e a gente falar português e inglês a gente conversou bastante. Acredite! Ele perguntou de onde a gente era e a gente disse que era do Brasil. Daí ele manda um: "Tostáu". E eu: "Cuma?". Ele não entendia português mesmo tanto fazia eu dizer "o que", "cuma" ou "cachorro-quente" que dava no mesmo. Só precisava fazer uma entonação diferente pra ele perceber que eu não tinha entendido.

E ele repetiu: "Tostáu". E eu pensava: "Que diabo de tostáu é esse???".

E ele insistiu: "Tostáu, Rivelino, Péle". E eu: "Aaaah! Tostão! Tô ligado meu tio. O senhor curte futebol né?". Tentei até agradecer a ele já que Senegal tirou a França da ultima copa e achei tudo uma maravilha.

Daqui a pouco a gente bate na porta do hotel. O senegalês largou a gente na porta. A conta deu 20 euros. Só alegria.

Não tinha ninguem na recepção e o hotel estava fechado. O taxista já tinha ido embora. A sorte foi que a gente ligou antes pro cara do hotel e ele passou o número do quarto e uma senha. Foi só digitar a senha e a porta do hotel abriu. No quarto foi a mesma coisa. Só alegria. Vou dormir na cama hoje então.

A gente foi tomar um banhozinho que o frudunço estava comendo no centro. O único detalhe é que não havia sabonete no banheiro! Eu nào sei se é um costume francês tomar banho só com água. Vai ver é por isso que o povo fede tanto. Por falar nisso nunca ví tanta gente com CC num lugar só. A gente passava pela rua e o aroma subia. Não é a toa que a França é a terra do perfume. Eles economizam no sabonete e compensam no perfume.

Vejam a cara de felicidade da Léa depois de tomada banho e na iminência de tomar um café de sanduíche de atum e suco de laranja.

Acordamos mortos de cansados... Não acordamos exatamente cedo. Descemos pra recepção umas 9:30h mais ou menos. O cara queria cobrar 8 euros pelo nosso café e a gente preferiu buscar num outro lugar. Pegamos um ônibus até uma estação de metrô e lá tinha um café bem convidativo.

Nisso os franceses dão show. Os croissants e a quantidade enorme de guloseimas de padaria são muitas e deliciosas. A gente comeu croissant e um tal pão de chocolate delicioso. A gente também provou pra rebater um sonho e um outro docinho lá.

Difícil foi fazer o atendente entender a gente. Ele não falava inglês e teve um momento que a gente começou a falar português mesmo e apontar pras coisas e a nossa "conversa" fluiu melhor. Difícil mesmo foi pedir água! Ele até tentou ensinar a gente a falar água em francês e no fim das contas é muito fácil. Basta colocar o dedo na garganta que o som que você emitir é algo muito proximo de água em francês. É quase como chamar Raul, se é que você me entende.

De lá a gente seguiu até a Sacré-Coeur. Sem dúvida foi a igreja mais linda que já visitei até hoje. Ela não é no estilo gótico como a maioria que a gente encontra. Ela é da época romana, pelo que lí, e possui um estilo fantástico!

Ela fica no alto de um morro e a visão da cidade dela é maravilhosa! Apesar das centenas de degraus pra subir a visão de lá vale muito a pena.

O interior da igreja é igualmente lindo! Quando a gente entra e vê toda aquela grandiosidade a gente fica de queixo caído.

Infelizmente não era possível tirar fotos lá dentro. Mas nada que o meu estilo 007 possa contornar. A minha experiência vem de longe! Desde quando visitei o Castelo de Windsor com trezentas mil velhinhas antenadas pra não deixar ninguem tirar foto.

Na Sacré-Coeur tinha alguns fiscais também. Mas eu desliguei o LCD, desliguei o som e desliguei o preview e sai clicando. As fotos ficaram melhores do que eu esperava. Estou ficando bom nisso. Mas já no fim da visita ao interior da ingreja fui flagrado por um fiscal. Ele virou pra mim, largou uns dois nãos, eu presumo, e pediu gentilmente que eu me retirasse. Mas aí Inês é morta... O resultado vocês podem ver.

De lá a gente andou bastante pelas ruas estreitas pra conhecer melhor Paris. Vimos varias coisas interessantes até chegar no Moulin Rouge.

A Léa me fez comer junto com ela esse pão aí de cima. Acredite! Isso foi o nosso almoço, lanche, jantar! A gente deu conta do recado.

Mais alguns minutos andando e de repente me surge o que já foi o Moulin Rouge à minha direita. Eu senti, pela segunda vez, um friozinho na barriga. Não acredito que vou escrever isso aqui, acho que gosto dos comentários que vão de encontro a minha masculinidade, mas Moulin Rouge é um dos meus filmes favoritos. Daí a minha alegria de estar alí.

A gente nem entrou. Hoje é um night club super caro. Não tinha como a gente entrar naquele momento. Mas já valeu pela mística.

O nosso destino agora era a Torre Eifel novamente. Da outra vez a gente não conseguiu subir nela por causa do horário e ficamos de fazer isso hoje.

Uma coisa que a gente viu na França foi uma grande polícia ostensiva! Bem diferente da Inglaterra que quase não se vê policiais. Tem até exército nas ruas. Quando eu ví um soldado carregando uma Famas na mão eu não tive dúvida: "Tenho que tirar uma foto pra mandar pra galera do CS!". Pra quem não sabe a Famas é uma das armas usada no jogo Counter Strike que eu jogo tanto. É como se menina visse o carro da Barbie de verdade por exemplo, entende?

A Torre Eifel é tão bonita quanto a noite. Aquele estrutura gigantesca de metal. É sem dúvida de cair o queixo.

Dessa vez a gente veio pra subir na Torre. A fila é de desanimar mas a gente segurou as pontas e esperou até o fim. A gente planejava subir até o terceiro nível mas ele estava lotado e não estava aceitando mais ninguém. Restou a gente subir até o segundo nível.

Vejam a cara de desânimo da Léa esperando na filinha quilométrica de hora e meia...

A visão de lá de cima vale qualquer espera. Você consegue ver a cidade toda. Dá pra ver o Les Invalides, a Sácre-Coeur, o Arco do Triunfo, o Rio Sena quase todo, é uma vista fantástica!

Fiz umas fotos panorâmicas que ficaram ótimas. Talvez fique muito pequeno em 600px de largura mas dá pra se ter uma noção de como é a visão.

Esse é Parc du Champ de Mars. Foi aí que a gente deitou e esperou o por do sol no dia anterior. A visão é maravilhosa.

A gente tirou um monte de foto e tentou guardar na mente a visão daquela cidade fantástica.

De lá a gente seguiu para a Place de La Concorde pra fazer uma visita a Champs Elyseé e seguir até o Louvre.

A Place de La Concorde no passado era o local onde ficava a guilhotina e nela morreram Maria Antoniete e os líderes da Revolução Francesa, por exemplo. Hoje é simplesmente uma praça cercada por carros por todos os lados. Pra gente atravessar de um lado a outro tem que ir na fé e na coragem. Não tem sinal ou algo assim e a gente vai andando e rezando, andando e rezando. Os espíritos da Revolução Francesa devem, de alguma forma, interceder por nós porque o que é de gente desafiando ônibus pra atravessar a rua não tá no gibi!

Como achei que não ia voltar a Champs Elyseé resolvi tirar uma última foto pra lembrar. Mal sabia eu que ia percorrer ela de cabo a rabo no dia seguinte a procura de um internet café.

Seguindo pelo caminho a gente foi pelo Jardin des Tuileires até chegar no Louvre. O jardim é lindo. Cheio de obras de arte. O jardim em sí é uma grande obra de arte. Cheio de esculturas, tem até o Museu de l'Orangerie nele. O jardim possui vários restaurantes, todos cercados por obras de artes de diferentes estilos.

O clima nele é ótimo. Pessoas felizes pra onde quer que você olhe. Até os animais estão felizes. Eu e a Léa estávamos almoçando uma tradicional baguete francesa quando nos deparamos com um casal de pombos apaixonados! Eu no maior clima de romance com a Léa e os passarinhos já no estágio dos "vamo vê". O pombo ficava fazendo uma zuada danada atrás da pomba. De repente ela dá uma abaixada e empina a bunda. O pombo não contou conversa: subiu na pomba! Mas ele subiu literalmente, com pé e tudo. Coitada da pombinha. Toda cheia de amor pra dar e tem que sustentar o pombão nas costas.

Não sei se o lance deles foi rápido daquele jeito mas eu não cosnegui flagrar o momento. Só consegui fotografar o logo após. Aquela hora do cigarro e do "foi bom pra você". Mas pela escultura atrás dá pra perceber o que influenciou o casal de pombinhos.

Eu com uma vara na boca e os pombos mandando ver... É verdade!

Mas enfim... Uma das coisas bestas que eu faço e a Léa se acaba de rir é meu sotaque francês. Eu tenho pra mim que fico parecendo um viado mas a Léa acha graça e eu continuo fazendo. Não sei se ela acha graça da minha performance ou da minha cara de besta, mas enfim, foi uma das coisas que eu fiz a viagem inteira. Ela, com o seu grande poder de persuasão, conseguiu me convencer a gravar esse vídeo. Nele eu mostro a vocês o Jardin des Tuileires e adjacências. Se quiser me ver pagando mico...

A gente seguiu até o Louvre e um pouco antes de chegar nele um casal chega perto da gente e pergunta: "Vocês vão para o Louvre?". Eu respondo: "Sim". E eles: "Vocês vão entrar nele?". E eu digo: "Sim vamos". Daí ele puxa dois bilhetes e fala: "Toma aí então pra vocês. PRa vocês usarem". Eu quase não acredito. Fiquei esperando ele pedir um trocado ou algo do tipo mas nada do tipo. A gente agradeceu bastante e seguiu meio sem entender ainda o acontecido.

Chegamos no Louvre meio desconfiados ainda e perguntamos a meio mundo de gente se os ingressos valiam. E não é que valiam mesmo? A gente economizou 17 euros só de entrada! Só alegria! A gente só acreditou quando entrou no Louvre de gratis!

A entrada do Louvre é linda. Tem a pirâmide de vidro, que foi adicionada depois, por onde o pessoal que precisa comprar ingresso entra. A gente pela entrada lateral pra quem já tem bilhete. O Louvre em sí é um prédio lindo e bem imponente. Ele é gigantesco. O hall de recepção dos visitantes é tão lindo quanto. É um belo contraste entre a arquitetura antiga do prédio com a arquitetura moderna do hall de entrada e da pirâmide.

O Louvre é gigantesco como disse. São 4 andares se não me engano nesse prédio quilométrico. A cada metro você tem uma obra de arte diferente. É algo impressionante. É um mundo alí dentro. A gente passou pouco mais de 3h lá dentro e não conseguimos ver nem a metade do museu. É algo fantástico.

A gente teve que escolher o que ver. Claro que a gente tinha que dar uma passada pela Vênus de Milo e pela Monalisa de Leonardo da Vinci.

Chegar até a Monalisa foi uma maratona. A gente tem que, literalmente, andar quilômetros até chegar nela. Quando a gente chega e vê aquele quadro na frente sente algo diferente. Você pensa: "Olha a infeliz aí na minha frente!". Eu posso até estar enganado mas eu tenho quase certeza que ela deu uma piscadinha pra mim. Eu fiquei alguns minutos simplesmente apreciando a imagem e tentando guardar o momento comigo. Tive que dar espaço pro resto do pessoal porque a concorrência é grande, vocês podem imaginar. Se não consegue imaginar vejam esse videozinho que eu fiz.

Depois disso a gente estava exausto e seguimos pra Paris Nord pra voltar pra casa. Nos despedimos do Louvre, de Paris e chegamos a estação. Tiramos uma foto da estação pra guardar de recordação as boas lembranças e entramos no trem. Bem. Não foi bem assim, vocês sabem. Mas na MINHA viagem "perfeita, linda" foi.

Todas as fotos da viagem vocês podem ver cliando aqui.

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