30 de agosto de 2004

Carnaval de Notting Hill

Hoje é Bank Holiday. Aquele feriado sem razão que os ingleses inventam ao invés de ficar inventando comemorar data de padroeira, independência até de bairro, Tiradentes e afins... E aqui funciona muuuito mais! Porque aqui os feriados SEMPRE caem na segunda ou na sexta! Só alegria!

Mas enfim. Isso eu já escrevi em outro post.

O que vale é que ia ter Carnaval em Notting Hill. E a gente não podia deixar de ver como era. A propaganda que Zorbão fazia era enorme! Dizia que era bacana mesmo! Eu fui meio ressabiado mas fui.

Pegamos o busú 9:40 e seguimos pra Londres. Uma hora depois lá estávamos nós, na pista, com o ônibus quebrado. Eu pensei: "Só pode ter sido praga da Léa. Só pode!".

Depois de 40 minutos esperando um outro ônibus e mais alguns minutos de viagem a gente chegou a Londres e fomos comer num chinês. Era esquema de buffet então eu comi demais. Eu não devia ter comido tanto. Eu comi como o Flávio de antigamente. Aquele que senta numa churrascaria e para de comer quando a conta chega na mesa. Mas o meu estômago está acostuado a menos comisa e daí ficou tudo lotado... A barriga tava que não entrava mais nada. E fui assim pro Carnaval. Veja só!

Chegamos lá e percebi logo que era carnaval na Inglaterra. Meio mundo de gente informando tudo. Meio mundo de gente organizando tudo. Bem diferente do que eu estou acostumado.

Compramos umas cervejas num mercado e fomos seguindo o fluxo. Logo ví que não cabia nem 100ml de cerveja em meu estômago de tanta comida quanto mais as 3 latas de 500ml que eu comprei. Mas eu ia tentando jogar pra dentro de qualquer forma.

Tinha bastante gente. Não era nem um Micareta de Feira mas tinha muita gente. Foi a primeira vez que eu vi aquela cidade viva. Logo logo eu ia entender o porque.

O caso é que simplesmente não tinha inglês por lá. Tinha um monte de turista, como eu, querendo conhecer a festa além de toda a África que estava por lá. A grande maioria da Jamaica. Impressionante como tem gente de fora em Londres. Era uma festa do resto do mundo em Londres. Mas eu não vi latino por lá. Achei que ia achar mais. Mas a maioria é africano mesmo.

Quando a gente chegou no "circuito" viu logo de cara uma escola de samba. E eu pensei que o esquema ia ser esse mesmo. Esse esquema de samba de gringo. A gente foi chegando perto e viu: "Escola de Samba Unidos de Londres".

Desculpem pelas fotos mas foram tiradas com uma microcamera de Evandro e, acima de tudo, POR Evandro, o que piora bastante a situação.

Era um caminhãozinho com meia dúzia de auto-falante. Com o puxador e uns outros em cima e atrás vinha a bateria. Mais atrás vinham as "alas". Cada ala com 10 pessoas no máximo vestidas com umas fantasias meia boca. Comédia...

Mas a galera tava empolgadíssima!!! Os gringos achando aquilo a oitava maravilha do mundo.

A gente cortou caminho pra encontrar essa escola de samba mais na frente. Daí aconteceu o inexperado. Quando a gente tá chegando o que o cara começa a cantar? "Poeira" de Ivete. Eu não entendi nada! Começou a repetir a música um monte de vezes e aí eu percebi que tinha uma brasileirada por lá pulando de se acabar. Eu pensei: "Tô em casa. Esse negócio vai ser bom".

O infeliz do cantor não sabia letra da música não e ficava inventando na hora. Hilário!!! Parecia repentista! Hehehe! Mas o que eu queria mais? Um "trio" na minha frente, "ivete" tocando e uma "cerveja" na mão! Só alegria.

Depois de meia hora de improviso com Poeira ele emendou um Dandalunda! Eu disse: "Tô em Salvador!". Quando a gente fica muito tempo longe de casa a gente começa a abstrair mais as coisas, gente. Não se espantem não. Como disse Rui Barbosa: "Em terra de cego quem tem um olho é rei".

E ficamos lá eu, Zorbão e Elen, pulando e lembrando de casa ao som de "dandalunda, maibanda coque"!

Mas alegria de pobre dura pouco nego véi. Quando acabou essa música o "trio" saiu correndo. O motô jogou uma segunda e foi embora. Com 100 metros de distância ninguem escutava mais nada. Ridíocro!

E a gente ficou tentando ver o que fazia. Demos uma volta no circuito. Muita coisa estranha. Muita gente feia e mal encarada. De vez em quando passava um "bloco" com um "trio" tocando em playback e uma galera dancando atrás. Mas o problema é que os caras colocam umas grades de ferro entre o trio e você. Fica um espaço pequeno de andar. Não dá pra ir atrás do trio por exemplo. É coisa pra gringo sentar e apreciar, tá ligado?

No miolo da festa tinham vários palcos menores com uns sons muito sem graça. Tinha uns Drum'n'Bass rolando, muuuito reggae, ragga e afins. Uma fuleragem total. E eu ainda na esperança de achar uns brasileiros tocando algo mas quem disse? Nada... Foram só aquelas 2 musiquinhas e mais nada.

E foi assim esse tal Carnaval de Notting Hill. A viagem valeu pra conhecer e pra pular duas musiquinhas. Mas ano que vem Zorbão vai sozinho mesmo...

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