6 de agosto de 2004

Viagem a Itália - Roma - dia 3

Acordamos e fomos arrumar as coisas porque a noite a gente vai passar viajando de trem pra Veneza e temos que sair do albuergue às 10h. Hoje é dia de andar com a mochila nas costas. Mas a nossa mochila é pequenininha. Eu fico até com vergonha quando a gente passa por um mochileiro de verdade na estações de trem com aquelas mochilas de 4 ou 5 andares, com milhares de compartimentos, saco de dormir dependurado e o escambau. Mas um dia eu chego lá.

A gente pediu milhões de informações de como chegar à praia, que trem pegar, onde ir, como fazer pra tomar banho. Foi uma luta mas a gente foi meio confiante que ia chegar por lá.

O dia não estava muito bom mas a gente foi assim mesmo. Pegamos um trem até Ostia Lido, se não me engano, que é uma cidade perto. No trem entrou mais um daqueles cantores de trem que era tão comum em Paris. Como eu fiquei devendo o video do metrô de Paris tive que tentar me redimir mostrando esse cidadão tocando nesse trem caindo aos pedaços de Roma.



Quando saímos do trem o tempo fechou. Chuva, vento e frio. Praticamente a Inglaterra.

Da estação a gente pegou um ônibus e parou num ponto qualquer de onde dava pra ver o mar. As praias daqui são todas loteadas. Não tem nada de graça. A gente vê um monte de clube fechado com suas praias particulares. Bem diferente do Brasil com quilômetros de praias lindas e públicas.

Eles cobram pra entrar, cobram pela toalha, pela cadeira. Se a gente quisesse entrar num lugar desses e sentar numa cadeira na praia ia custar uns 15 euros. Mas a gente tava meio perdido mesmo e continuou andando pra ver o que acontecia.

Em algum momento da caminhada a gente vê um espaço entre as cercas. Tinha uma área de pouco mais de 100 metros que era pública. A gente foi entrando e sentou por lá.

Ainda fazia frio mas o céu estava querendo limpar. Não tinha ninguem na praia. A areia era escura e cheia de pedrinhas. Tudo muito estranho e diferente.

Zorbão tava todo animado e foi logo tirando a blusa e passando protetor solar. Eu ainda não estava no clima não... Estava esperando esquentar um pouco... A visão não era das melhores mesmo estando 6 meses sem ver a cara de uma praia.

Vejam na foto que tem cerca de um lado e cerca do outro. Coisa estranha... Percebam também Evandro fazendo exercício pra barriga.

Com um tempo o sol começou a aparecer e Zorbão insistiu tanto que eu resolvi ceder aos apelos e cair na água. Eu fiquei meio relutante a principio. Pensei em desistir quando pus os pés na água. Era absurdamente gelada. Zorbão disse que eu estava reclamando de barriga cheia por que em Bournemouth a água é muito pior.

Bournemouth é uma cidade famosa por aqui pelas praias. Eu estive por lá a trabalho há algum tempo.

A medida que eu entrava na água parecia que gelava até o meu osso. Quando chegou na altura da cintura eu pensei em voltar. Mas daí Evandro se encarregou de jogar aquela água gelada em mim e eu tive que mergulhar... Água fria é apelido. Só caí mesmo pra poder dizer que mergulhei no Mediterrâneo porque o negócio estava periclitante.

Veja na segunda foto que eu pensei umas 8 vezes antes de entrar na água.

A medida que o tempo passava mais gente chegava nessa prainha. Eu fiquei na água trocando idéia com Zorbão e falando da viagem dele a Ibiza. Ele gostou muito da Espanha.

Daqui a pouco eu vejo Léa se animando pra vir pra água. Eu pensei: "Será que ela tem coragem de cair nessa água fria?". Eu so esqueci de um detalhe. A Léa é de São Paulo. Ela entrou naquela água gelada como se fosse a coisa mais normal do mundo!!! Eu fiquei abestalhado com aquilo! Eu não acreditava. E pensava comigo: "Não é possível. Ela vai entrar assim de vez? Sem pensar duas vezes? Olha praquilo! E ela ainda vem dando risada!".

Pois é. E depois ela me disse: "Eu tô acostumada. Em São Paulo é, talvez, mais fria que isso!". Então tô doido! Se ela entrar na água em Salvador vai sair correndo e dizendo que a água está fervendo. Não é possível!

Enfim... A medida que o tempo passava as pessoas iam ocupando a areia e, como em toda praia europeia, sempre aparece uma ou outra de topless. UEBA! Só alegria!

Eu tive a sorte de achar um gostosona de topless nessa prainha. Tive que tirar uma foto pra dividir com vocês essa beldade italiana.

Se você prestar atenção vai ter o prazer de ver o biquinho do peito dela!

Não sei como o Green Peace não apareceu pra levar de volta pro mar essa Orca encalhada...

Eu podia voltar pra Inglaterra sem essa visão perturbadora. Mas agora vou ter que passar o resto de minha vida sonhando com o ataque das Orcas italianas de topless! Aaaaaaaaaahhhhhh!!!

A "linda" praia italiana:

Bom mesmo são as praias do sul da Itália. Numa outra vez, quem sabe... Mas eu não sei se quero voltar a Itália pra ver praia, não é verdade? Se eu quiser ver praia eu vou pra Salvador, litoral norte, Itacaré, Porto Seguro, Morro, enfim... Opção é o que não falta.

Recuperado do susto a gente foi procurar um lugar pra tomar banho já que a gente só ia ter outro albergue em Veneza no outro dia. A gente achou, próximo aonde a gente estava, um desses clubes, que cobrava 2,50 euros pra usar o banheiro, vestiário e tal.

A gente achou uma boa e fomos lá. Ao invés de um banheirinho bacana a gente achou um banheirão tipo de presídio. Com água fria e tudo o mais. Dos males o menor. Tomei coragem, caí no chuveiro e me vesti.

O lugar era bem simpático e a gente acabou comendo por lá mesmo. Eu fui de fetutine dessa vez.

Enquanto a gente almoçava tocaram algumas músicas brasileiras. Durante a viagem a gente ouviu vááárias vezes músicas brasileiras tocando. Várias vezes. Lembro também que o pessoal cantava essas músicas. Lembro que ouvi Tribalistas, Caleidoscópio, Luka catando Tô Nem Aí, várias músicas de Jorge Benjor. Foi engraçado.

É interessante isso. O Brasil está super in aqui na Europa. É assim na Inglaterra, foi assim em Paris e na viagem inteira da Itália. Na Itália foi pior. Pra todo canto que você olhava você via gente com camisa do Brasil. Na Inglaterra e em Paris também a mesma coisa. Tem muito mais camisa do Brasil que da Itália nas ruas italianas. É impressionante! Sabe copa do mundo no Brasil? Que fica um monte de gente com a camisa do Brasil? Na Itália tava assim. Surreal. Eu não entendia nada.

Na França a gente viu uma mulher que estava com blusa, saia, cinto, meia, tudo do Brasil. Parecia garota propaganda.

E você não vê qualquer camisa de outro país. Uma ou outra. Mas 95% de blusa com nome de país é do Brasil. É surreal mesmo.

Quando você fala que é do Brasil nego já olha pra você diferente: "Hmmm... Brasil!". A gente sempre é visto de um jeitinho especial. Isso é bacana.

Na saída do clube a gente resolveu dar uma passada na praia do clube. Era bem legal.

Eu fui o primeiro a chegar na praia. Quando olho pro lado esquerdo tinha uma morena de topless passando bronzeador. Eu fingí que não vi porque sabia que Dona Patroa, ciumenta do jeito que é, ia chegar cheia de argumento e beliscão. Preferi não arriscar. Mas Zorbão chegou logo depois com uma boca que não tem mais tamanho e aí já viu. A Léa olhou pra mim e falou: "Você já tinha visto?". E eu, besta, não menti: "Ví sim. Peitinho bacana né?". Aonde que eu falei isso. Só disse que sim, claro! Pra quê?

Ela veio cheia de sugesta pro meu lado: "Quer dizer que você viu né?". E eu ingênuo: "Ví! Olhei pro lado e ví!". E ela retrucou: "O que você estava olhando pro lado?". Pronto... Agora foi que eu ví. Eu tenho lá culpa se a nega velha quer mostrar os peitinhos pro mundo? Aí eu falei pra Léa: "Love, eu tenho um problema. Pra todo lugar que eu olho eu vejo as coisas. Não tem jeito de mudar! Pode ser uma cadeira, uma bola ou os peitos da italiana alí do lado! Graças a Deus meus olhos funcionam!".

Mas não adiantou nada ser honesto. Ela ficou chateada. Perguntou se eu não tirei foto. Se eu gostei e tal. Hehehe. E ainda disse: "Quer tirar foto de peito? Então eu mostro o meu quer?". Hehehe! QUEM FALOU EM TIRAR FOTO?!?! ELA!!! E ELA MESMO REBATE O ARGUMENTO DELA!!! Eu só ria... Mas tudo bem. Dez segundos depois estava tudo sob controle. Hehehe. Eu achei foi graça!

De lá a gente pegou ônibus e depois trem e desembarcou em Roma novamente. Fomos para a Piazza del Campidoglio.

A Piazza del Campidoglio foi projetada por Michelangelo - o multimídia. Ele projetou tudo: a praça, os prédios, a escadaria. Agora pense comigo. A escadaria era um mistura de rampa com escada. Nada de especial. Só afrescalhação, na minha ignorante opnião. Por que não faz logo uma rampona? Por que não faz uma escadaria? Aí fica a gente que nem uns bestas subindo rampa e degrau ao mesmo tempo. Não pode nem se empolgar e olhar pro lado por que logo depois tem um degrau e você tropeça e cai de cara no chão. Isso pra mim é arte de nego que não tem o que inventar, mas tudo bem.

O Campidoglio fica no alto e foi desde a antiguidade um lugar importante para a vida da cidade, antes como centro religioso e depois como lugar de poder quando se afirmou o Senado de Roma. Hoje é sede da Prefeitura.

Já perceberam que nas estátuas romanas os homens estão sempre com os pingolinhos refrescados ao vento? Eu hein... Se bem que naquela época viadagem era algo institucionalizado né? Li até que as crianças eram criadas sem sexo definido. Quando eles chegavam na adolescência é que iam descidir se iam prum lado ou pro outro. Ou ainda se iam ficar revezando os lados. Ou se iam usar os dois lados ao mesmo tempo. Enfim... Os lados são deles e eles que decidam.

Não me estranha esse cuidado todo com os pingolinhos alheios na hora de fazer uma estátua dessas. Não era mais fácil jogar um short no cidadão? Mas enfim. A viadagem é deles e eu não tenho nada a ver com isso... E tome um monte de estátua de homem nú na minha frente.

Do Campidoglio dá pra ter uma bela visão do Foro Romano. Mais uma panorâmica pra não perder o costume:

De lá a gente seguiu para o Pantheon.

O Pantheon é um dos prédios mais interessantes e bem preservados da Roma antiga. Ele data de 25 aC mas foi remodelado no ano de 118 dC. Originalmente era um templo romano que depois foi convertido numa igreja católica.

O prédio é um lugar fantástico. Ele fica numa praça super simpática (com uma fonte, é claro!). Suas colunas enormes e seus portões originais de bronze são impressionantes.

Esse é um daqueles lugares que parecem maiores quando você está dentro. De fora você não tem idéia do tamanho exato dele. Quando você entra você tem a sensação que o prédio é bem maior do que você esperava.

Ele é circular e o teto é um grande domo com um buraco no topo, o oculus, por onde entra a única luz natural na construção.


A chuva que tinha dado trégua pra gente na praia resolveu voltar com toda a força. Estava todo mundo feliz pela praça quando de repente começa a cair um toró daqueles!

Todo mundo correu pro Pantheon. Não tinha lugar pra mais ninguém. A gente ficou bastante tempo esperando passar a chuva e os relâmpagos.

De lá a gente resolveu voltar na Fonte Trevi, aquela fonte linda. Queríamos vê-la a noite.

Chegamos lá e lá estava a Fonte toda iluminada. Valeu a pena.

Conversa vai conversa vem quando eu volto pra me encontrar com Zorbão tinha uma orda de brasileiros. Um monte de gente de Pernambuco estava por lá tomando cerveja e falando besteira.

Algumas meninas moram em Paris e a gente trocou muitas idéias. Elas tinham vindo de Veneza e a gente estava indo pra lá.

Tinha uma prima minha no meio, inclusive. O sobrenome dela era Campos Nascimento. Veja que coincidência. Eu sou Nascimento Campos.

Mas essas meninas não eram muito certas da cabeça não. A cachaça já tinha subido na cabeça delas e elas começaram a cantar bem alto, fazer bagunça. Só podia ser brasileiro mesmo. Todo mundo que passava olhava.

Daí chega uma hora que elas falam: "VAMOS TIRAR A FOTO ERÓTICA!". E eu falo: "Como assim?". Daí elas contam a história dessa tal foto erótica.

Elas tiraram em cada ponto turístico famoso a tal foto erótica: Coliseu, Praça de São Marcos, Torre de Pisa. Pense numas figuras...

Taí a foto erótica pra vocês...

De lá a gente voltou pra Roma Termini. Fomos comer alguma coisa pra pegar depois o trem pra Veneza.

Dessa vez fomos de McDonald's. O único restaurante que existe em qualquer lugar que a gente vai e que a gente sabe exatamente o sabor do que vai comer. A Léa até acha que é um pouco diferente mas pra mim, que não sabe a diferença entre carurú e vatapá, tava tudo na mesma.

Sempre tem um sanduíche diferente que eu não conheço e eu sempre vou nesses. Tem um tal de um Crispy Bacon que é só alegria. Na hora de pegar o sanduíche eu peço: "Me arruma um catchup aí meu tio?". O bom de falar outra língua é que você pode chamar todo mundo de "minha tia" e "meu tio" e falar besteira e ninguém entende nada mesmo. Se o cara te trata mal você olha pra ele sorrindo e fala: "Mas o senhor é um filho da puta mal educado hein?" e dá um grazie (obrigado) e eles ainda agradecem: "Prego!".

Eu já tive altos diálogos em português com a galera na França e na Itália. O importante é falar com enfaze o que você quer. Tipo assim: "Ô cara de jegue me arruma o CATCHUP aí na moral". Todo mundo entende!

Mas voltando ao assunto. Quando eu pedi o catchup o fresco que estava me atendendo no McDonald's fala: "Ten cents". Como é??? Se paga por catchup aqui?! Como é isso? Não é assim no Brasil nem na Inglaterra e nem na França. Então tô doido. Virei pra ele e disse: "O senhor é um ladrão descarado viu meu tio? GRAZIE!". E fui embora.

Depois de comido, lá ele, fomos pegar o trem. O trem não tinha lugar marcado. A gente tinha que se apressar se quisesse pegar um lugar bacana. O único problema é que o trem foi parar uns 200 metros depois da gente! Aí já viu... Foi aquele estresse. Era nego correndo, gente caindo, gente pisando em cabeça de gente caída, um horror!

Eu ia no embalo tentando saber em qual vagão a gente podia entrar porque esse trem ia dividir em algum ponto da viagem, metade dos vagões prum lado metade dos vagões pra ourto, e a gente não queria parar na Espanha!

A gente corria e perguntava e era sempre mais na frente. O trem era quilométrico e a gente já tinha corrido ele todo. O pior é que o trem já tava cheio quando chegou. A gente, simplesmente, não tinha onde sentar!

E tome a andar pra frente. E era aquele Deus nos acuda! Era sangue no chão, gente caindo, gente pisoteada, era cena de guerra.

A Léa quebrou a sandália e começou a andar descalça. Mais na frente a gente entra num vagão e tenta achar lugar pra sentar. Não tinha! Simplesmente estava tudo lotado! Um absurdo de gente querendo um lugar que nem a gente e ninguem achando. A certo ponto eu ví um monte de gente já sentando no chão pra garantir aquele pedaço de terra. Eu pensava: "Isso não está acontecendo!".

Quanto mais a gente andava pelo trem mais lugar ocupado a gente achava. O pior de tudo é que a viagem ia durar umas 5 horas e a gente queria dormir pra conhecer Veneza no outro dia.

Daí uma hora a Léa me puxa e eu entro numa cabine qualquer. Tinham 3 cadeiras livres. Sentamos eu, Léa e Elen. O Zorbão continuou rodando o trem.

Daqui a pouco chega Zorbão rindo: "Não tem lugar nenhum no trem todo! Eu vou dormir alí no chão". A gente super revoltado com aquilo. A gente tinha pagado mais de 30 euros pra passar aquele estresse todo! Tudo por causa do transporte italiano. Pense num negócio a migué!!! Pois é. Eles vendem a passagem não para aquele trem específico mas pra um tempo qualquer. Daí que um monte de gente compra o bilhete e resolve ir no mesmo trem. E agora? E agora que o trem vira aqueles trens de subúrbio, estilo lotação, com gente em cima do teto e tudo mais!

Dez minutos depois chega Zorbão se estatalando de rir. Eu não me aguentei. Ele dizendo que estava com uns alemães loucos deitados no fim do vagão. Disse que estava com as costas no chão e as pernas pra cima na porta do vagão e que toda hora alguem passava e ele tinha q sair. Figura.

Mas o pior é que a gente sabia que aquela cabine que a gente estava não era a da gente. Ela era muito chique. Mas foi o único lugar que a gente achou pra ficar.

Daqui a pouco chega o cara cobrando os bilhetes. A gente entrega e ele diz: "Mas aqui é a 1ª classe". Aí rolou estresse. A Léa perguntava onde era pra ela sentar, que tinha pagado 30 euros, que era um absurdo e que queria reclamar com alguém. O cara não tava nem aí. Disse que não era o trabalho dele.

Outra coisa que a gente percebeu é como o povo italiano é grosso e mal educado. As experiências que a gente teve em todas as cidades que a gente foi, com 80% dos italianos que a gente precisou conversar ou pedir informação, foram desastrosas. Eles não tem a menor paciência com você. A gente ainda é safo mas os japoneses coitados que não entendem nada e são um povo estranho sofriam o pão que o diabo amassou na mão dos italianos. E o pior é que a gente lidava com gente de atendimento a turísta! É a imagem do país aquilo alí e eles sempre na grosseria. Povinho mal educado!!! E ainda falam dos franceses. Eu fui super bem atendido na França. Enfim.

Depois dessa o cara foi embora e disse que depois voltava. Passou muito tempo. A gente tentou dormir mas não conseguiu. Eu tava muito ansioso com aquilo tudo. A Léa não dormia o que me deixava mais nervoso. Se ela dorme eu pelo menos aliviava um pouco mas ela não conseguia. Daqui a pouco o Zorbão chega e chama Elen pra algum lugar que ele achou. Só ficamos nós dois. A minha cabeça a mil e eu não conseguia dormir. A Léa também não. Ela reclamava do frio do ar condicionado. Coloquei no mínimo mas nem assim.

Uma bela hora chega o cara com um cobrador. Ele aponta pra gente e diz que a gente quer mudar de passagem. A gente tava tão cansado daquilo tudo que resolveu pagar mais 15 euros e ter um lugar pra sentar do que sair pelo trem a procura de um pedaço de chão pra sentar.

A gente só queria que o tempo passasse logo e que a gente chegasse logo a Veneza. Nem eu nem a Léa conseguiamos dormir, por causa do estresse passado e pelo desconforto dos bancos.

Quando chegamos em Veneza de madrugada foi um alívio. Estávamos só o bagaço e tínhamos uma cidade inteira pra conhecer.

Um comentário:

Anônimo disse...
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