10 de agosto de 2004

Viagem a Itália - Florença - dia 7 e 8

Acordamos tarde e fomos, eu e Léa, pro supermercado comprar o café.

Zorbão nos deu as direções e a gente seguiu até o lado da estação de trem. Compramos um monte de coisa. Vim com as duas mãos cheias de coisa. Léa queria levar mas não tava pesado e eu, gentleman que sou, levei os dois sacos mesmo.

Tentamos ver alguma casa de câmbio e acabamos passando por uma galeria subterrânea perto da estação. Não achamos o que queriamos e fomos voltar pro albuergue. Foi aí então que eu me lembrei que não estava na Inglaterra e sim na Itália, quase no Brasil.

Eu sempre fico atento. Sempre! Em viagem então mais ainda porque você anda com câmera fotográfica na mão, eventualmente um Palm com o esquema do metrô, enfim. A atenção é redobrada. Na Inglaterra você vê neguinho andando com notebook na rua a torto e a direito mas eu sabia que na Itália o esquema era diferente.

Enquanto a gente estava subindo as escadas pra chegar a rua, vindo da galeria subterrânea, eu com as duas mãos cheias de saco de supermercado, eu olho pra trás e vejo, a principio, um cara colocando a mão na bunda de Léa.

Aquilo me pegou de surpresa. Um cara daquele querendo pegar na bunda de Léa tava procurando problema.

Foi então que eu percebi que a mão dele estava abrindo a bolsa de Léa e não na bunda dela. Aí eu entendi tudo. O filho da mãe tava querendo roubar a Léa. Abrir a bolsa e levar alguma coisa.

Quando eu entendi o que tava acontecendo o sangue subiu. Eu parei no meio da escada, encarei o cara e com o sangue quente falei em belo e culto português: "QUAL O PROBLEMA MEU AMIGO?".

Lembro que o cara perguntou em italiano algo como "o que disse". Depois ele mandou um "what" pra mim. E eu olhando pra cara cínica dele, com as duas mãos cheias de saco de supermercado, no meio de uma escada.

A Léa não estava entendendo absolutamente nada! Ela virou pra mim perguntando o que estava acontecendo. Eu não tirava o olho do cara. Queria ver se ele ia puxar alguma coisa ou tentar levar a bolsa dela, sei lá. Não podia tirar o olho do cara.

Mandei a Léa ir embora pra ela sair daquela situação e eu ficar mais tranquilo pra resolver a questão com o cara. A Léa disse que não ia. Eu insisti: "SAI DAQUI! VÁ EMBORA!". E ela não saia... Ela não sabia o que tava acontecendo. Ela achou que o cara tava procurando frete com ela tipo em balada ou carnaval. Eu só queria que ela fosse pra um lugar seguro e pudesse pensar só no cara.

Mas o cara ficou parado na minha frente uns 2 ou 3 degraus abaixo de mim. A cara dele tava na altura da minha mão. Tava muito fácil meter a mão nele e derrubar ele naquela escadaria.

Eu virei pra Léa e falei: "Segura esse saco aqui!" e dei os sacos da minha mão direita pra ela e ela: "Não! Para com isso! Pra que isso?!". Ela sem entender nada. Ela me apertou bem forte no braço e ficou entre mim e o cara. Ai meu pai...

Eu devia ter largado as porcarias tudo pela escada e ter dado um cacete naquele cara nesse momento. Eu ficava encarando ele e ele dando uma de desentendido pra cima de mim. Daí ele começou a subir a escada e eu fui atrás dele. A Léa me agarrou bem forte e disse pra eu parar com aquilo. Foi aí que eu me dei conta que ela não tava entendendo nada. Falei da bolsa e quando ela olha a bolsa estava aberta até a metade já. Era questão de mais alguns segundos e ia dinheiro, cartão e o cacete embora. A carteira dela era a primeira coisa visível.

Impressionante como o infeliz, em questão de segundos, conseguiu abrir a bolsa da Léa até a metade, com uma mão, sem que a Léa percebesse.

Aí ela me perguntou porque eu não falei pra ela antes e eu disse que eu estava prestando atenção era no cara, se ele ia fazer alguma coisa, se ele ia puxar alguma coisa. Não tinha tempo de explicar nada naquele momento. Ela entendeu. E eu com o sangue fervendo... Doido pra ter dado um cacete no infeliz...

A gente seguiu pro albuergue e ainda deu pra ver o infeliz longe.

Cheguei no quarto de sangue quente ainda. Demorou ainda bastante pra eu me acalmar e comer alguma coisa. Mas eu não me conformava que não tinha dado um murro na cara do miserável! Enfim... Melhor assim...

Depois do sangue esfriar a gente foi até a Santa Maria del Fiore. Entramos na igreja pra conhecer. Mas depois de ter visitado a Basílica de São Pedro mais nada impressiona. A igreja é até bastante simples, mas bonita.

 

 

Um relógio no fundo da igreja pro padre não perder a hora do Esporte Espetacular no domingo!

Aqui duas fotos montadas pra mostrar o belo domo da igreja.

De lá a gente seguiu para a Galleria dell'Accademia. Queríamos ver o famoso Davi-do-pingolim-de-fora de Michelangelo. Chegamos lá e a surpresa: uma fila enorme! Por essa a gente não esperava. E a fila era debaixo de sol no meio da rua. Esse é o nosso 7º dia de viagem. Muitas horas de caminhada, muitas horas de viagem, algumas noites mal dormidas. A gente estava muito cansado pra ficar algumas horas se bronzeando no sol de Florença pra ver o Davi. E mais. Esse seria o quinquagésimo segundo museu pra visitar na viagem.

Me desculpe Michelangelo mas essa visita vai ficar pra próxima.

Resolvemos então ir à Piazzale Michelangelo. A gente sabia que a caminhada ia ser difícil mas a promessa de uma visão deslumbrante de Florença do alto do morro valia a pena. A Piazzale fica mais ou menos acima do prédio laranja da foto abaixo. E a gente estava bem mais distante do que de onde eu tirei essa foto... Mas a gente encarou o desafio.

A caminhada foi dura. Parecia que não ia acabar mais. Quanto mais a gente subia mais subida tinha. A Léa reclamou, ameaçou desistir mas a gente conseguiu chegar lá. Os dois suados e cansados mas conseguimos chegar lá.

Coitado do pezinho da Léa.

E a caminhada valeu a pena realmente. Quando a gente chega lá a visão foi maravilhosa. A gente vê toda a cidade de lá. Vê o Rio Arno cortando a cidade. Vê as montanhas emoldurando Florença. Uma vista linda!

Ficamos por lá alguns minutos. Sentamos na praça, enquanto descansávamos, e ficamos apreciando a vista.

Quando a gente resolve tirar umas fotos chega uma excursão de japonês. Parece praga. Pra todo canto que você olha tem um japonês com uma câmera fotográfica tirando foto de algo ridículo. É impressionte! Povinho estranho.

Eu achei melhor esperar os japoneses irem embora porque competir com japonês no quesito tiração de foto é derrota na certa. Tava tudo tomado. Não tinha espaço nenhum pra tirar as fotos.

Enquanto isso a gente ficou sentado junto a uma escultura de Michelangelo no meio da praça. Sempre chegava um japonês pra tirar foto do lugar. Cada foto a gente fazia uma careta pra sair na foto. Aparecia outro japonês pra tirar foto e a gente fazia outra careta. Outro japonês, outra foto, outra careta. A gente se divertia! O que deve ter de foto de japonês daquela praça com dois brasileiros ao fundo fazendo careta... Hehehe! Eu queria ver a cara deles na hora de ver a foto.

A gente resolveu então voltar pra Florença mas dessa vez de ônibus. A gente já tinha pegado vários ônibus na Itália mas não tinha comprado nenhuma passagem. Porque é aquele esquema: você compra a passagem, valida em alguma máquina e faz a sua viagem. Ninguem pergunta se você tem passagem ou não. De vez em quando algum fiscal entra no ônibus mas é raro.

Dessa vez a gente foi comprar. Foi aí que a gente descobriu que passagem de ônibus se compra em bar, banca de revista e afins, menos no ônibus. O motorista está ali só pra dirigir o ônibus. Lá vai eu comprar as passagens num bar pra ir de ônibus.

A gente fez um tour pela cidade. A descida da Piazzale Michelangelo é linda! Na verdade essa parte da cidade é super chique e as casas eram grandes mansões. A área era totalmente coberta por árvores. Bem bacana.

Depois de algum tempo descemos na estação de trem. Resolvemos então seguir até Pisa que ficar perto daqui: 1h de trem. Pegamos um trem e fomos pra lá.

Chegamos em Pisa e fomos buscar as direções pra irmos ver a principal atração: A Torre Inclinada de Pisa. Pra chegar até lá a gente viu que tinha que percorrer a cidade inteira. Na verdade a cidade é super pequena. A gente só precisaria percorrer uma única rua em forma de meia lua pra chegar até lá. Não era um percurso curto mas considerando que a gente estava percorrendo TODA a cidade era relativamente pouco.

Foi mais ou menos nesse momento que aconteceu uma das piores coisas da viagem. Pior que o quase assalto ou que o trem que era na verdade uma lotação.

De repente eu comecei a sentir uma forte pressão subcutânea, se é que vocês estão me entendendo... Mas era uma pressão forte mesmo. Eu fiquei naquela tentando segurar a onda pra ver se a vontade ia embora.

Eu talvez não devesse contar essa história aqui pra todo mundo ler mas o que eu posso fazer se aconteceu? No meio de tanta história bonita tem que ter um vexame desses. Então faz o seguinte. Quem não estiver a fim de ver essa parte segue até a próxima foto e segue lendo a partir daí, ok?

Foi como eu pensava, né? Todo mundo lendo da minha desgraça né? Ninguem seguiu até a próxima foto né? Tudo bem... Vamos ao vexame então.

A pressão vinha e voltava. E eu suava frio. Ainda tinha que andar muito até a Torre. Eu ainda tinha a tola idéia de que tudo ia ficar bem. Depois de muito andar a gente viu a Torre Inclinada. Uma visão interessante. Aquela torre enorme fingindo cair. Mas quem disse que eu prestei atenção??? Minha preocupação era outra nego véi. Eu tava preocupado em não fazer alí mesmo! No meio da rua!

Percebi que a situação era irremediável e que eu tinha que achar um banheiro LOGO! Por sorte existia no mapa que a gente pegou alguns banheiros públicos marcados. O mais próximo era imediatamente antes da entrada da Torre.

Eu, nesse momento, estava mais pra desespero que calma. A situação estava periclitante. Cheguei no banheiro público e ví logo que era tudo uma imundicie! Eu via o chão todo molhado e uma velha de uns 90 anos estava lavando o chão de um deles.

Ela veio até a mim pra cobrar 20 centavos. Eu paguei e entrei no banheiro. Quando eu ví o banheiro... O banheiro se resumia a um daqueles vazos que são enterrados no chão sabe? De banheiro de posto de beira de estrada. Não o do Renascença que é decente. Dos outros.

O chão era todo água. Quando procurei o papel, cadê? Perguntei a velha, que só falava italiano, lógico, me disse que não tinha. Que só tinha pra lá e apontou. Eu não sabia se eu tinha que comprar o papel num outro lugar ou o quê. Não entedi nada. Daí eu olhei no mapa e tinha um outro banheiro do lado da Torre. Eu já fiquei mais tranquilo! Tinha uma outra opção! Catei o meu dinheiro de volta e fui embora.

A sitação estava no limite meu amigo. Eu suava feito cuzcuz. Virei pra Léa, expliquei o que aconteceu no banheiro e segui na direção que a velha mandou. Foi a caminhada mais longa da minha vida. Eram uns 200 metros apenas mas a luta pra chegar até lá "são e salvo" foi grande.

E a Léa falava comigo: "Que linda a Torre!". E eu: "É" e só! Só tava preocupado em uma coisa. Vocês sabem o quê.

Cheguei no banheiro e tive que pagar uma graninha pra outra senhora. O banheiro era perfeito. Tipo banheiro de restaurante chique. Todo limpinho, super moderno daqueles que você não precisa tocar em nada e o banheiro sabe que você quer dar descarga, lavar ou secar as mãos. Ótimo! E foi aí que aconteceu o pior.

Eu tenho uma teoria que vou tentar colocar de alguma forma na minha tese de doutorado. É o seguinte. Desculpe o meu francês meninas mas o cú sabe quando tá chegando no banheiro. É impressionante! É a única parte do corpo que tem esse tipo de poder extra sensorial! Eu tenho até uma fórmula: a vontade de cagar aumenta diretamente proporcional a distância entre você e o vaso. É impressionante como o seu rabo tem a exata noção de distância. É algo mais preciso que GPS.

Pois então. Depois de pagar e seguir pra última cabine do banheiro eu pensei que não ia segurar. A vontade veio como nunca! Cada passo era um desafio. Cada passo era uma batalha vencida. Cada passo era uma conquista!

Abri a porta da cabine e verifiquei logo o papel. Tudo ok! Tudo limpinho. Maravilha! Mas eu pensei comigo mesmo: "Não vai dar tempo".

Minha barriga parecia uma bomba relógio. A cada segundo parecia que a hora de explodir estava chegando. Quando eu abaixei a calça mal deu tempo de mirar direito e BUM! Foi aquela explosão. O chão tremeu, a parede rachou e eu fiquei, finalmente, aliviado.

A pressão subcutânea esteve num nível nunca antes alcançado. E eu fiquei ali, reflentindo, aliviado, o que seria de mim se não tivesse esse banheiro. Fiquei alí "refletindo" por meia hora.

Depois de refletir bastante era hora de ir embora. Mas na hora que eu levantei a perna eu senti algo estranho, se é que você está me entendendo. Na verdade a explosão aconteceu um pouco antes da hora correta, entende? Pois é. Fiquei mais meia hora tentando resolver esse outro problema.

Depois de quase uma hora, e meio quilo mais leve, fui finalmente apreciar a Torre Inclinada.

Tive a brilhante e original idéia de tirar uma foto como se estivesse segurando a Torre. Mas depois de andar 10 metros comecei a ver que todo mundo tinha tido a mesma idéia brilhante e original. Enfim.

 

O complexo da Torre Inclinada, que inclui a Catedral, o Batistério e a Torre, foi contruída durante os séculos X até o XIII.

A Torre foi a última a ter sua construção iniciada. Ela foi contruído sobre um solo arenoso e isso fez ela pender logo depois de sua construção. Há alguns anos engenheiros ficaram com receio que a Torre realmente caísse e fizeram um enorme trabalho na base da Torre de Pisa para que ela ficasse do jeito que hoje está. Pode-se inclusive subir nela hoje.

Turístas do mundo todo são atraídos pela Torre Inclinada. Mas a Torre já atraiu outro tipo de gente. Galileu já subiu na Torre pra largar 2 bolas de ferro do topo dela e provar sua teoria ao mundo. Até então acreditava-se que quanto mais pesado o corpo mais rápido ele chegava ao solo. Mas Galileu dizia que não. Que o tempo de queda independia da massa do objeto. Para provar isso ele subiu na torre com 2 bolas de ferro de pesos diferentes. Se a teoria dele estivesse correta as bolas iam chegar juntas ao chão senão a mais pesada deveria chegar primeiro. Depois que ele jogou todos viram que as bolas chegaram exatamente no mesmo tempo e então acreditaram nele. E foi isso que meu professor Colbert me ensinou nas aulas do ginásio, seguido de um monte de fórmula é claro! Mas isso não vem ao caso.

Eu parei embaixo da Torre e me imaginei naquele tempo. Com o Galileu logo alí tentando provar a sua teoria. É bacana viajar no tempo e na história quando a gente vai em lugares assim com séculos de vida.

Pois bem. A gente ficou algumas horas por ali apreciando as contruções. A Catedral e o Batistério são de beleza ímpar. Todos as três construções seguem a mesma arquitetura. Bem bonita. A Torre Inclinada é igualmente linda. Mesmo que não fosse inclinada provavelmente atrairia turistas pela sua beleza. Talvez não tantos mas certamente atrairia turistas.

Prestem atenção o quanto a Torre afundou no chão arenoso e entenda porque ela é tão torta.

 

 

 

No início da noite, que na Itália era por volta de 20h mais ou menos a gente voltou pra Florença. O trem que a gente pegou foi uma maravilha. A gente pegou uma cabine de 6 pessoas só pra gente. Os bancos viravam cama, tinha ar condicionado e tudo o mais. A viagem foi super confortável.

Chegamos em Florença e fomos pro albuergue. Amanhã é dia de se despedir da Itália e voltar pra casa.


Acordamos tarde e fomos nos despedir da Itália em nosso último dia de viagem. A viagem valeu a pena, sem dúvida. Gastamos mais do que imaginávamos mas tudo foi válido. Se alguem tem curiosidade foi algo em torno de 2000 reais mais ou menos por 7 noites na Itália em três cidades diferentes. Se viesse do Brasil só a passagem pra Itália deveria custar mais de 3000 reais por exemplo.

Conhecemos os principais lugares e nos divertimos bastante. Tivemos alguns contratempos nesse intermédio mas eu faria tudo de novo sem pensar duas vezes.

Percebemos muitas coisas estranhas durante a viagem. Só indo a Itália que você percebe que só tem marceneiro por lá. É um tal de prego1 pra lá e prego pra cá. Impressionante! Eu, como sou moderno, cumprimentava dizendo parafuso.

Outra coisa estranha é o ciao deles. Comecei a perceber isso quando a gente chegou num lugar e a mulher mandou um "ciao". Eu pensei: "Como assim? Quer que a gente vá embora diga!". Com o tempo fui percebendo que o ciao deles é usado não somente quando se vai embora mas sim como um cumprimento quando se chega também. Então é uma tal ciao na chegada, ciao na saída, ciao pra tudo que é coisa.

E da série coisas estranhas que você vê quando põe os pés pra fora do albuergue na Itália está essa moda Chitãozinho e Xororó ridícula. É uma febre isso! Todo mundo com o cabelo de Chitãozinho e Xororó pela Itália toda! RIDÍOCRO!!! Percebam a camisa do Brasil...

Voltando a viagem... Chegamos na estação de trem meio dia. O trem pra Roma partiria às 13:09h. Tínhamos que voltar pra Roma pra pegar o avião de volta a Londres. E aí começa a nossa viagem de volta que durou nada mais nada menos que 22h!!! Imaginem como a gente chegou em casa.

O trem partiu de Florença e chegou em Roma quase às 17h. Ficamos esperando mais 1h até o próximo trem para o aeroporto Ciampino. Descemos na estação, que não é no aeroporto, e ficamos esperando um ônibus que ia pro aeroporto. Chegamos lá algum tempo depois e ficamos algumas horas esperando o avião que ia partir só às 21:45h.

A viagem foi tranquila mas não posso deixar de falar de um casal de chinêses ou sei lá o quê que vieram brigando a viagem inteira!!! IMPRESSIONANTE!!! Que povinho miserável. E a mulher dando a maior lição no cara. O china deve ter feito algo muito errado coitado. Mas o mais interessante é o jeito que a mulher falava. Ela sempre estica a última sílaba da frase. É horrível de se ouvir aquilo. Ainda mais durante a noite toda! Parece que não tem consoantes! Só vogais! E é tudo anasalado! Eles falam pelo nariz! Era mais ou menos assim:

-- Âîôuãããããããããããããããã...
-- Ûîôûâûîõõõõõõõõõõõõõõ...

E assim foi a viagem inteira. Hehehe! Niguem merece!

Chegamos em Londres meia noite. Chegou a hora da imigração. Aquele medo né? Dessa vez com trezentos documentos fomos eu e Léa pro guichê. Uma mulher no atendeu, perguntou meia dúzia de coisa, olhou no computador alguma coisa e nos deixou passar sem muito problema. Graças a Deus.

Ficamos mais aliviados e fomos procurar um lugar pra dormir. Pois é! Não tem como voltar pra Southampton nesse horário daqui de Stanstead e a gente teve que passar mais uma noite no chão do aeroporto. Dessa vez a gente estava tão cansado que a gente dormiu um pouco mais que a outra vez.

Pro Zorbão isso nunca foi problema, isso a gente já sabe. Imaginem como foi agora que ele estava cansado e com sono.

Quando deu umas 4h da manhã a gente levanta pra ir pegar o primeiro ônibus pra Southampton. Um frio miserável! A gente num calor desgraçado na Itália e volta pro frio infeliz da Inglaterra. Não tem nariz que aguente! É gripe na certa. Ou, como a Léa diz, friagem na certa!

De lá a gente seguiu para Londres. Em Londres a gente tinha que esperar mais 1 hora até o ônibus pra Southampton. Foi difícil ficar sentado naquele banco viu nego véi. Pobrema! Eu estava exausto. Eu, pela primeira vez, entendi a sensação de dormir acordado. Tinha horas que eu olhava pra frente e perdia os sentidos. Estava vendo tudo mas não estava ali sabe? E só despertava quando a cabeça ia caindo. Foi a hora mais difícil da volta: ficar alí sentado naquele banco desconfortável esperando o ônibus.

Entramos no ônibus pra Southampton e seguimos pra casa. Dormi alguma coisa no ônibus mas era desconfortável demais pra dizer que descansei alguma coisa.

Depois de algumas horas chegamos em Southampton. Pegamos um taxi e chegamos em casa. Eram 10h da manhã! Eu quase não acreditava. O corpo estava exausto. Eu só queria dormir. Tomei um banho e caí na cama! Outra dessa só daqui a 1 ano. Até eu me recuperar de novo. Mas valeu muito a pena.

Pra quem ainda não viu todas as fotos podem dar uma olhada clicando aqui. Pra quem já viu vale dar uma outra olhada agora que entendem o que cada lugar é.


1Prego quer dizer obrigado, pois não. Algo como um cumprimento qualquer. O cheers inglês, por exemplo.

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