23 de novembro de 2004

Vou-me embora pra Passárgada! Lá sou amigo do rei!

Pois é. O tempo voa e daqui a pouco estarei em casa, nos braços de minha família e amigos.

Até agora a pouco a ficha ainda não tinha caído. Ainda não tinha pensado que daqui a algumas horas eu estaria dando um abraço gostoso em minha mãe e meu pai e em toda a minha família e quem mais estiver me esperando no aeroporto.

Sei que vai ter gente no aeroporto apenas em esperando pra receber as trocentas encomendas que pediram mas tudo bem. Vale mesmo assim.

Comecei a fazer as malas ontem. Se fosse a Elen essas malas já estariam prontas desde a semana passada. No mínimo! Enquanto fazia as malas percebia que realmente o Brasil estava perto. Que finalmente estaria voltando pra casa. A saudade aumentou. A ansiedade quase deixa a gente com falta de ar de tanto que aperta o peito.

Vou voltar e vou ver que no fim das contas está tudo do mesmo jeito. É verdade que não vou ter mais a minha casa em Salvador, nem o meu carro, ou meu antigo emprego e meu antigo dia-a-dia mas vai estar tudo mais ou menos do mesmo jeito. Diferente mesmo só eu. Volto diferente apesar do pouco tempo fora. São 9 meses apenas, mais 3 anos pela frente, mas mesmo agora já me sinto mais maduro. Já enxergo as coisas de uma forma diferente, sem dúvida.

Conheci um pouco do mundo e gente do mundo todo. Conheci gente bacana e gente chata. Comi coisas gostosas e outras nem tanto. Experimentei de tudo que pude (lá ele! continuo virgem). Senti um pouco o gostinho de morar no primeiro mundo. De sair na rua sem um pingo de medo, de saber que o ônibus vai passar exatamente no horário marcado, de achar tudo excessivamente organizado e em ordem, de estações do ano.

Também tive o desprazer de aprender a conviver com o clima da Inglaterra e o seu céu cinza. O problema não é nem o frio. O problema mesmo é a chuva. Querendo ou não você se acostuma com o frio. Hoje eu tive que ir no centro e tava uns 10ºC. Só coloquei o casaco por cima e fui me embora. Lembro que no início eu colocaria alguns casacos, suéteres e camisas. Mas agora a gente tira de letra. E nem é por causa da gordura por que essa já foi quase toda embora.

O que eu não gosto do clima daqui mesmo é a chuva. É um saco andar o tempo todo no chão molhado e com os pingos de chuva no rosto.

Quero ver também a cara do pessoal quando me ver. O que irão falar? Será que vão dizer que eu estou com AIDS quando me verem com 15Kg a menos? Será que vão me chamar de viado quando me verem com corrente, pulseira e anel diferente? Provavelmente sim. Mas desse tipo de folclore a gente dá risada e segue em frente.

Provavelemente vou recuperar esses 15Kg... Não todos os 15 mas parte dele. Quero me acabar nas moquecas, churrascos e tudo que o Brasil tem de bom pra oferecer. Foi sentir falta do Kebab provavelmente mas vou ter a Acarajé pra me fazer companhia. Bem que podiam levar uma Abará com camarão e um Skol gelada pra mim no aeroporto né? Custa nada!

No mais é só a saudade que agora parece que quer sair do peito de tanto que incomoda...

Vou tentar dormir hoje que amanhã o dia vai ser longo. Vou acordar às 6h e pegar o trem às 7 até Gatwick. Saio 11h para Lisboa e às 16h para Salvador. Chego às 21:15, com fé em Deus, só pensando em ver aqueles que mais amo e que mais sinto falta: minha família e amigos.

E dessa vez eu me despeço com um prazeroso "até logo"!

Até logo gente!

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