7 de setembro de 2004

Viagem a Edimburgo

Enquanto o Zeca faz a volta do mundo dele no Fantástico eu vou fazendo a minha por aqui. Dessa vez o destino era Edimburgo, na Escócia. Iríamos conhecer a terra de Highlander e William Wallace. Terra de frio e chuva (mais que aqui na Inglaterra!) e de muitas guerras contra a dominação inglesa durante a época medieval.

O vôo foi direto daqui pra Edimburgo. Muito bom isso. Nada de pegar ônibus ou trem pra Londres, nada de dormir em chão de aeroporto, só precisávamos acordar cedo e pegar um taxi para o aeroporto. O único problema era acordar cedo.

Eu estou dormindo muito tarde e quando precisa dormir cedo não consigo. Resultado fiquei na cama, sem conseguir dormir, até 3h da manhã, aproximadamente, e tive que acordar 5:30h pra ir pro aeroporto. Imaginem o meu estado!

Chegamos cedo no albuergue. A primeira impressão foi ótima. Tudo organizadinho, cozinha equipada, só alegria. Largamos nossas coisas e fomos conhecer a cidade.

O clima da cidade estava inacreditavelmente bom! Céu azul, nenhuma nuvem sequer! Aí é beleza. Frio a gente até aguenta mas frio com chuva é problema.

A localização do nosso albuergue era ótima. Era muito próximo à Princess Street que é uma das principais ruas da cidade. A gente estava perto de tudo que interessava a gente.

Pra acabar logo com uma polêmica que rolou na EPL eu vou logo esclarecendo. Eu usei sim boné em todas as fotos que eu tirei. Na verdade eu usei boné até dormindo. A história é longa e embaraçosa mas vamos a ela. No domingo antes da viagem eu queria ir assistir The Village do Shyamalan. Daí eu olhei pro meu cabelo enorme no espelho e pensei: "com esse cabelo eu não vou não". Aí me lembrei do preço do corte de cabelo (8 libras) e do que meu pai falou um dia: "Você não levou a sua máquina? Então! Passa o maior número no cabelo todo e pronto". Simples não é? E aquilo ficou na minha cabeça. Pra quê?!?!

Eu pensei comigo: "É simples. Não tem como dar errado!". Aonde nego vei?! AONDE?!

Parei meia hora com a máquina na mão e me olhando no espelho e pensando: "Rapaz. Pare com isso. Isso não vai dar certo. Você tá muito velho pra fazer essas aventuras. Tá pior que Camila que pintou o cabelo de rosa com papel crepom na micareta escondida no banheiro. Mas a diferença é que Camila tinha 14 anos na época e você tem 25! Esquece isso."

Por mais que eu pensasse mais eu tinha vontade de ver o que ia acontecer. Aí, num súbito momento, eu passei a máquina 3 do lado direito. Ficou aquele buracão e eu pensei: "Agora fudeu. Não tem mais volta. Agora acaba o serviço meu amigo!". E lá fui eu. Não tinha ninguem em casa. Nem pra pedir ajuda. E lá fui eu passando a máquina 3 na parte de baixo do cabelo. Mas o negócio é longe de ser simples, principalmente quando você faz no seu próprio cabelo!

Continuei passando. Passava bem umas 1000 vezes pro cabelo ficar todo no mesmo nível. Foi horrível. Cabelo pra tudo quanto é lado. Uma coceira desgraçada e não estava nem na metade ainda.

Chegou a hora de passar em cima. Logo vi que eu passava a máquina e não caia cabelo nenhum. Os cabelereiros tem alguma técnica obscura por que pra mim não tinha mistério: era passar a máquina e o cabelo cair. Mas daí pra prática é uma longa viagem.

Resolvi usar a número 5 em cima pra ver se cortava. Logo vi que eu consegui cortar a parte da frente e a do fundo tava grandona ainda! Eu parecia um cardeal com aquele chapeuzinho sabe? Sem cabelo eu lugar nenhum e com um tucho de cabelo no cucuruto! RIDÍOCRO!!! MUITO RIDÍOCRO!

Eu só conseguia olhar para o espelho e rir de mim mesmo. E pensava: "É CLARO QUE ISSO NÃO IA DAR CERTO! CLARO!". E continuei a minha batalha.

Depois de mais de uma hora cortando ou tentando cortar o cabelo ele ficou algo mais ou menos normal. Daí eu pensei: "Que se dane. Depois cresce!".

Percebi que eu tinha que fazer o "pé" do cabelo também! Isso foi difícil fazer sozinho. A parte da orelha eu tirei de letra mas e atrás??? A minha sorte é que o banheiro tem 350 espelhos e você consegue se enxergar em 360º. Só que o problema de olhar pelo espelho é que você manda o braço ir pra esquerda e ele vai pra direita. Aí você lembra que está olhando por um espelho. Aí fala pro braço: "Vá pra esquerda que agora é direita" e o braço se confunde todo e acaba trocando de direita pra esquerda duas vezes e continua indo pro lado errado. Terrível! Imaginem como não ficou. Mas enfim.

Uma hora e meia depois eu fui lavar todo o banheiro e tomar um banho que a coceira estava demais.

No fim das contas o cabelo não ficou tão ruim mas ficou longe de estar bom. Resultado: boné pra cima e pra baixo. Daqui a um mês eu tomo coragem de andar sem boné! Pelo menos agora eu dou mais valor aos cabelereiros do mundo. E mês que vem eu vou pagar as 8 libras sorrindo.

Mas voltando a viagem. A primeira parada seria no Calton Hill que é um morro, nessa terra cheia de morros e montanhas, com alguns monumentos no topo. Lá em cima a gente encontrou um "Parthenon" pela metade. O que deveria ser o Monumento Nacional aos mortos nas Guerras Napoleônicas mas que ficou inacabado por falta de recursos. Isso em 1822.



Bem próximo está o Nelson Monument que comemora a vitória em Trafalgar. Esse é o mesmo Nelson que fica no topo de um monumento bem alto na Trafalgar Square em Londres.



Também ficam aqui o Duncan's Monument e o antigo City Observatory.



Desse morro a gente consegue ter uma ótima visão da cidade. A gente consegue ver o Castelo de Edimburgo ao fundo, bem no coração da cidade, toda a Princess Street, uma boa vista da Old Town - a parte antiga da cidade - e do Palace of Holyroodhouse que é a residência oficial da rainha na Escócia.

As belas paisagens escocêsas:







O Castelo ao fundo e uma panorâmica da bela e antiga cidade:





De lá de cima a gente já percebe uma mudança de conceito na cidade. Em terra que faz frio e neva, meu amigo, hotel chique tem um belo jardim ao invés de uma bela piscina! Coisa de gringo. Impossível eu me imaginar num terraço desses, numa dessas cadeiras, curtindo um solzinho e lendo um livro.



Do morro de Seu Calton a gente seguiu pra Old Town. A parte mais atraente da cidade. Onde tudo acontecia há 1000 anos atrás. De onde a cidade cresceu.

A via principal chama Royal Mile. Ela liga o castelo ao Palace of Holyroodhouse. É um lugar interessante. Todas as construções muito antigas. Dessa rua saem outras tantas ruazinhas bem estreitas. É bem interessante.





Nessa rua a gente acabou encontrando essa engenhoca estranha. Da série coisas estranhas que você sempre vê quando põe os pés pra fora do albuergue em Edimburgo. Zorbão identificou automaticamente a máquina como sendo, desculpem o meu francês, a máquina do boquete.

Você coloca a ficha em cima e o cidadão com a boca aberta embaixo dá conta do serviço. Zorbão testou a máquina... Vejam que cena glamurosa em plena cidade de Edimburgo.



Na verdade, essa "máquina" era um poço. Um bem antigo inclusive. Mais velho que o Brasil por exemplo. Na parte de cima tinha uma alavanca e a água descia pela boca do cidadão, VIU ZORBÃO!

Descemos a Royal Mile e chegamos até o Palace of Holyroodhouse, casa de minha tia Bete aqui na Escócia.



Perto desse palácio está o Holyrood Park. Área de caça dos reis de antigamente e hoje um parque pro povo escocês. Essa área é na verdade um vulcão extinto e por isso é cheia de morros. Mal sabia eu que esse seria o meu destino amanhã! Mas isso é mais pra frente.

De lá a gente subiu a Royal Mile em direção à principal atração da cidade: o Castelo de Edimburgo.

A Royal Mile é sem dúvida a parte mais bonita da cidade. Os prédios mais antigos da cidade estão por aqui. Muita coisa interessante de se ver. No caminho a gente entrou no Museu de Edimburgo e entre muitas coisas interessantes estava esse desenho de Edimburgo há alguns anos.

No centro, em cima das pedras, o Castelo de Edimburgo. No lado esquerdo está um morro: o Calton Hill onde a gente estava a pouco. Umas montanhas maiores bem no centro do desenho está onde hoje é o Holyrood Park que iríamos subir no outro dia.



Antes de chegar ao Castelo a gente se deparada com a St Giles Cathedral. Ela me lembrou muito a Catedral de Notredame em Paris. Eu nem ia entrar porque já tô cheio de igreja mas sabe como é né? Depois de entrar eu não ia tirar nenhuma foto mas o dedo coça sabe?









De lá a gente chegou no castelo. O lugar mais visitado da cidade. O Castelo de Edimburgo fica no alto de um vulcão extinto. Foi construído sobre as rochas desse vulcão o que ajudava na defesa do castelo. Vocês devem ter vistos nas fotos que ele é construído bem na beirada das pedras. A guia nos disse que nunca conseguiram invadir o castelo. Ela disse também que o castelo já tinha sido forte, palácio e até prisão.







Essa é a antiga entrada do castelo. Bem pequena. Nem sei se passava uma carroça nisso aí. Foi fechada depois que a entrada maior foi feita.



O castelo, como fica bem no alto, dá pra ter uma bela visão da cidade.





Dentro do castelo estão vários prédios interessantes. O primeiro que a gente visitou foi o Great Hall. Todo castelo tem um tal de um Great Hall. Falta criatividade a esse povo de antigamente. Uns mais greats, outros menos. Mas esse era bem legal, com várias armas da época medieval e tal. Bem interessante.







Dentro do castelo a gente passou pelos aposentos e pela sala das jóias. A sala é uma grande caixa forte e lá ficam a coroa e as jóiais da Rainha. Chiquérrimo! Tudo muito bem protegido. Pena que a gente não podia tirar foto. Segundo a guia porque os ingleses querem roubar as jóias. Hehehe! Escocês e irlandês não se batem muito com inglês não...

Lá tem um memorial bem bonito a todos os soldados escocêses mortos durante a I e II Guerra Mundial. Os nomes deles estão escritos em livros e os livros estão expostos. E, acredite, eram muitos livros e milhares de nomes.



Lá tinha também o Museu da Guerra. Com muitas armas, antigas e recentes. Bem interessante de se ver.



Entre as coisas inusitadas tinha, lá em cima do castelo, um cemitério para os cães dos oficias. Tive que registrar as covinhas.



Mas teve uma coisa que me chamou a atenção. E aí fica a deixa para os comentários maldosos. Tinha um super canhão lá em cima do castelo. Era algo gigantesco pra um canhão medieval. Só as bolas do canhão eram bem maiores que bolas de basquete. Depois eu vim saber a história do canhão. Tem até nome o infeliz. O nome dele é Mons Meg. Ele foi feito em 1457, pesa 6 toneladas e logo viram que não ia servir pra muita coisa devido ao tamanho e peso. Quem é que ia ficar levando aquele monstro de um lugar para outro? Logo arrumaram um jeito de transformar ele em instrumento de saudações e tal. Pois é. Aposentaram Mons Meg.

Chegava lá o Rei De Num Sei Onde e era recebido com um tirombaço do Mons Meg. Um tiro desse bicho é ouvido a 100Km de distância. Imaginem a explosão nuclear que não era!

Só que o canhão teve vida curta. Ou não. Quanto é a vida estimada de uma canhão? Enfim. Só sei que em 1681, durante uma dessas saudações, o fundo do canhão estourou. Imagine a tragédia que não foi. Depois disso resolveram deixar ele quietinho no alto do castelo pro povo subir, fazer de cavalinho e tirar foto.

Coitado do pobre Mons Meg. De temida arma de guerra a cavalinho de criança chata tirar foto. Tsc tsc tsc.





Momento


Como de costume, ganha um Twix quem acertar. Quem é esse cidadão na entrada do Castelo de Edimburgo?



Dou uma dica: percebem a semelhança dele com o Mel Gibson?

Resposta: É o William Wallace. Grande herói escocês, lider da resistência, que lutou pela libertação da Escócia da dominação inglesa. Aquele mesmo que o Mel Gibson faz no filme Coração Valente (Brave Heart). "We all end up dead, the question is how and why" - William Wallace.



De lá a gente foi passear pela Princess Street. Lá tem um jardim muito bonitinho que chama Princess Street Gardens que tem uma vista fantástica do castelo. Dá pra ver todo o castelo e como ele foi construído sobre as rochas. Vejam vocês mesmos.



Vejam que interessante esse relógio. Ele realmente funciona! Acreditem! É todo feito de plantinhas assim. E funciona de verdade. Cool isn't it?











Voltamos pro albergue pra tirar uma soneca! Eu tava morto de cansado. Dormi muito pouco hoje e tinha que dar uma cochilada.

Dormi uma horinha e depois a gente saiu pra comemorar o aniversário de Zorbão. Hoje era o aniversário dele e não podia passar em branco. A gente saiu vagando a noite por aquela cidade congelante a procura de algum lugar pra se divertir. Depios de muito andar e quase desistir a gente encontrou um pub legal pra entrar. Ficamos por lá, dando um tempo e tomando uma Bud. Cervejinha boa essa viu.



Zorbão tava gostando muito da cidade. Disse que o povo é mais "interativo" que na Inglaterra. Vá saber o que isso significa. Ele tinha visto um cara chegar numas meninas no pub, coisa que não acontece muito na Inglaterra do cara chegar na cara dura e tal. Mal ele sabia o que ia acontecer.

Teve uma hora que ele estava na frente de um restaurante chinês, lendo o cardápio que fica na porta, aí passou um irlandês bêbado e deu um soco nas costas dele e soltou um grito: "Behave! (Comporte-se!)". Hehehe! Ele ficou quieto. Depois veio contar a história a gente.

Numa outra hora ele estava na frente do Burguer King esperando eu e a Elen comprar algo e passaram 3 caras e deram um susto nele: "BOO!". E depois sairam rindo. Hehehe! Coitado de Zorbão.

Na volta pro albuergue deu tempo pra tirar umas fotos bacanas.







Acordamos na quarta feira e fomos ver o que restava pra ver na cidade. Mas uma coisa era certa: a gente já tinha visto tudo que tinha de bom na cidade. Ela é super pequena e as coisas mais interessantes se vê num dia só. E agora?

Pois é. Ao que tudo parecia a diversão tinha acabo, assim como dizia a placa:



A Elen nos levou para um monte de lugares desinteressantes. No fim dessa tour a gente passou pelo outro lado do castelo e fomos de volta a Royal Mile.



Na Royal Mile aconteceram algumas coisas interessantes. A Elen estava numa saga: a busca pela bola de neve de Edimburgo. Sabe aquelas bolinhas de neve que você vira e cai a nevezinha? Pois então, ela coleciona! E ela entrou em todas as lojas existentes em Edimburgo. Até então ela estava reclamando que só tinha achado a bolinha com um sapinho dentro. Eu não dei muita bola mas não entendi o que diabos um sapinho estava fazendo numa dessas bolinhas de neve aqui em Edimburgo.

Mais tarde ela larga outra e diz que em toda loja que ela entra tem um monte de sapinho. E eu pensava: "Eu ainda não ví sapinho nenhum. Será que eu tô cego?". Aí teve uma hora que estávamos eu, ela e Zorbão passando na frente de uma loja e ela: "Aí. Um monte de sapinho!". Eu fui andando e olhando pra loja e não consegui enxergar nenhum sapinho. Deixei pra lá. Daqui a pouco eu ouço Zorbão: "ISSO É O MONSTRO DO LAGO NESS!". Aí que eu entendi TUDO! O danado do sapinho era o Monstro do Lago Ness! Hehehe! Ninguem merece.

Taí umas fotos dos sapinhos de Elen. Parece mesmo um sapinho não? Hehehe!



Ah sim! E depois ela disse que era o Dino dos Flinstones! Huehuehue!

Como a gente entrou em todas as lojas deu pra ver bem todos os artigos que eram vendidos. Entre as coisas interessantes tinham as espadas. Muitas réplicas das espadas de Highlander e da época medieval.



Tinha muita loja de vender Kilt também. Kilt é aquela sainha dos escocêses né? Todo mundo sabe. Parece aquela saia da Darlene, lembram? Cheia de prega e tal. Só que mais longa e grossa.

Lembro que era super caro o traje completo. Mais de 100 libras.

Enquanto a gente estava esperando a Elen dar uma mijadinha básica que acontecia de 10 em 10 minutos eu e Zorbão ficamos passeando numa loja dessas. Coloquei logo Zorbão no esparro e mandei ele experimentar um Kilt pra eu tirar uma foto. Pra mim era tudo igual mas logo chegou uma senhora da loja pra dizer que aquele modelo era feminino. Hehehe! E qual saia não é???

Eu estava prestes a tirar a foto mas Zorbão desistiu depois do comentário da senhora. Vou ficar devendo essa. Mas tirei um monte de foto dos "machos" escocêses. Tem até o detalhe dessa pochete que eu não faço idéia pra que serve. Alguma sugestão?





Enquanto a gente esperava a Elen procurar a tal bola de neve com sapinho chega ela toda excitada:

-- Eu ví aquele homi do fantástico ali.
-- Que "homi" menina?
-- Aquele que apresenta o fantástico.

Aí que liguei o nome a pessoa. Lembrei que o Zeca Camargo estava dando a volta ao mundo e pensei: "Será que ele está aqui na Escócia?". E não é que tava!

-- O Zeca Camargo?
-- É sim. Esse mesmo. Eu dei tchauzinho pra ele e ele deu pra mim também.
-- Então vamo lá tirar uma foto.

E lá fomos em busca do Zeca.

Chegamos no lugar que a Elen falou, logo um pouco acima de onde estávamos, na Royal Mile, e só vimos o cinegrafista. Subimos um pouco a rua mas não o encontramos. Ele estava em The Hub, uma igreja antiga que hoje é um teatro e café.

Ficamos um pouco no lugar e logo ele apareceu. A Elen atravessou a rua pulando que nem um carneirinho. Zorbão sentiu uma ponta de ciúmes, eu percebi.

Daí eu fui logo cheio de intimidade:

-- Tudo bom Zeca? A gente pode tirar uma foto contigo?
-- Claro que pode.

Ele sempre muito atencioso e gentil. Aquele mesmo jeitão que ele deixa transparecer nas matérias.

Ele perguntou se a gente estava morando lá ou apenas passeando. A gente falou que estava morando na Inglaterra e estava ali a passeio mesmo. Aí a gente começou a conversar:

-- E aí Zeca? Se divertindo muito nessas viagens?
-- QUE NADA RAPAZ! É trabalho! É tudo muito corrido. Legal é ficar que nem vocês aí que estão passeando. Agora mesmo a gente tem que fazer uma chamada pro programa. É tudo muito corrido.
-- Ah Zequinha (percebam que a gente já era amigo há algum tempo) qualé? É bacana ficar viajando por aí...

E a conversa foi rolando... Ele disse que era pra gente assistir Edimburgo nesse domingo. Eu disse que tudo bem. Que a gente ia assistir sim. E no fim a gente se despede:

-- Até domingo Zeca!

Ele deu um sorriso e disse: "Até domingo".

Aí Zorbão não resistiu e mandou uma carga d'água, tava demorando: "Na verdade até segunda". E Zeca querendo ser gentil: "Ah claro! Por causa do fuso horário". E Zorbão: "Não. Porque tem um delay de um dia mesmo.". Como se o Zeca Camargo entendesse o que ele estava falando ou tivesse algum interesse naquilo. Aí eu tentei resolver as coisas: "Não Zeca. É que a gente não assiste por satélite não. É pela internet. Por isso essa diferença de um dia.". E ele: "Ah sim. Beleza então!". Hehehe! Eu mereço...

No momento que a gente encontrou o "Zequinha" ele estava fazendo a parte da matéria sobre os brasões das famílias numa loja lá na Royal Mile.





Demos um tempo por lá e voltamos pra o albuergue pra comer num chinês baratinho que tinha por perto. O caminho de volta da Royal Mile pro albuergue é bem interessante. A cidade é bonita e é gostoso andar por ela.





Entre as coisas estranhas que a gente encontra tem também os nomes de alguns pubs. Confiram vocês:



Eu hein... Esse negócio de pintos espertos e pintos sujos não rola não... Lá ele! Você entraria num desses pubs??? Em qual deles? Você entraria no pinto sujo ou no pinto esperto? Lá ele na Escócia.

Depois de almoçar, caprichadamente, a gente seguiu para aquele jardinzinho super legal na Princess Street. Estávamos lá na santa paz do Nosso Senhor quando de repente um estrondo: BUUUM!

Eu pensei: "Pronto. Bin Laden tá é aqui. O bicho vai pegar!". Foi aí que eu olhei pro castelo e ví:



Todo dia às 13h estoura um canhão no alto do castelo. Pelo menos é original, não é verdade? Em Veneza era um sino tocando a cada 15 minutos. Pense numa cidade cheia de sino. E aqui não, eles dão logo um tiro de canhão que é pro peão saber que tem que voltar pro trabalho! Ou então pra assustar turista desavisado.

No período da tarde a gente não tinha lá muito o que fazer. Tinha a opção de fazer um tour que se chamava City of the Dead, a cidade do papai. Na verdade Edimburgo é famosa também por essa parte sombria. Essa tour pela cidade consistia em visitar, de a pés, alguns pontos teoricamente assombrados da cidade. A gente esbarrou com uma dessas no dia anterior e achou meio desinteressante, além de cara.

Então o que fazer? Fomos então subir o morro do Hollyrood Park. Só aventura. Vamos dar uma de Highlander na terra dele. Vamo subir montanha meu povo. Fraveu fazendo cross country na Escócia.

Aqui o lugar que a gente ia subir:



A subida é longa e cansativa mas vale a pena.



Tá vendo aqueles carrinhos lá embaixo? Então... A gente sai de lá. E eu ainda estava na metade do caminho!



A vista lá em cima é fantástica. A gente consegue ver a cidade toda, bem legal. Dá pra ver toda a parte da Old Town e do Calton Hill onde a gente foi logo no início.



Na panorâmica o Castelo de Edimburgo à esquerda e o Calton Hill à direita.



Depois que a gente chegou lá em cima foi só sentar nas pedras e ficar apreciando a paisagem. Tinha uma espessa neblina por toda a cidade. Resolvemos ficar por lá até o por do sol. Só descemos de lá quando o sol sumiu e o frio começou a dar nos ossos.















Depois disso a gente voltou pro albuergue pra acordar cedo amanhã pra pegar o avião pra casa... e assim termina mais uma viagem. Viagem agora só ano que vem meu povo. O frio tá chegando e o dinheiro acabou.



Todas as fotos da viagem vocês podem ver clicando no menu ao lado.

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