6 de maio de 2007

Viagem a Morro de São Paulo - A Ida

Pois bem... Feriadão sabe como é que é né? Pobre tem que arrumar um lugar pra viajar. Rico não tem esse problema. Rico quando quer fazer alguma coisa vai e faz! Tá a fim vai fazer compra na Oxford Street em Londres numa sexta-feira? Vai e ainda volta a tempo de fazer um passeio de iate na Baia de Todos os Santos. Tá a fim de curtir as praias da Grécia? Vai e ainda fica 15 dias porque estava "muito estressado" e passando "por uma fase complicada da vida".

Então... Eu, como bom pobre que sou, deixei de jantar 15 dias, passei um mês sem sair de casa nos fins de semana e ainda me endividei todo no cartão de crédito mas fui pra Morro de São Paulo. Que maravilha!

Léa, no início, ficou se amarrando pra pagar a fortuna dos 50% de reserva da pousada antecipadamente sem saber se ia chover ou não no feriadão. Acabou que depois de muita conversa pagamos a reserva e torcemos pra que São Pedro colaborasse.

Com exatos 10 dais de antecedência eu comecei a olhar a previsão do tempo em Salvador. Coloquei nos meus favoritos e todo dia pela manhã abria a página da previsão do tempo. Na semana anterior ao feriadão Salvador, que estava fazendo um sol de lascar, começou a chover sem parar. Alegria de pobre dura pouco mesmo.

O dia ia chegando, a chuva em Salvador continuava e a previsão dizia: Parcialmente nublado. Tá ótimo! - pensei. Se vai estar parcialmente nublado a gente caminha pra onde está parcialmente com sol e curte a praia.

O dia ia se aproximando cada vez mais e a previsão do tempo dizia: Pancadas de chuva. Como pancada de chuva não machuca nem fiquei muito triste. Uma hora o sol ia abrir.

Até que na véspera da tão sonhada viagem a previsão do tempo dizia: Chuvas e trovoadas. Lascou! Vou pra Morro de São Paulo curtir trovoada em quarto de pousada? Mas agora Inês é morta e eu não ia perder a fortuna do adiantamento da pousada. Vamos ver no que vai dar...

E começa a aventura... Acordamos sábado cedinho e fomos pegar um ônibus até o pier do Mercado Modelo pra pegar o catamarã. Chegamos no ponto de ônibus e começou um chuvisquinho bem light. Beleza! Pra quem estava esperando "chuvas e trovoadas" um chuvisquinho a gente tira de letra!

A viagem de ônibus começou e o que era chuvisco virou dilúvio. Era muita chuva em Salvador. Pense num pé d'água! A gente ia andando pela cidade e eu só via chuva. Quando a gente estava chegando a gente passou por uns viadutos e na parte debaixo a gente via as ruas alagadas e paradas! E eu pensava: 4 dias dentro do quarto da pousada com aquela praia linda lá fora...

Quando chegamos na Praça da Sé e tentei pagar o frescão com uma nota de 50 reais o motorista me disse o que eu já esperava: "não tenho troco". Eu já tinha tentado trocar o dinheiro antes mas não teve jeito. Agora eu ia ter que conseguir de qualquer jeito. E lá fui eu procurar um lugar nas redondezas pra trocar o dinheiro. O problema era o dilúvio! A chuva era demais... E lá fui eu de havaianas e mochila nas costas trocar o dinheiro. Eu comecei a ficar completamente encharcado. Dos pouquíssimos lugares que estavam abertos nenhum conseguia trocar o dinheiro. Quando eu desisti de procurar liguei pra Lea que ficou no ônibus e ela já atendeu dizendo que o cara conseguiu o dinheiro. Felizmente... Eu estava molhado até a alma e ainda ia ter que andar até o pier pra pegar o catamarã.

Fiquei esperando com Léa uns 5 minutos pra ver se a chuva diminuia. Aí pensei: O que é um peido pra quem está todo cagado? Pois então. Já estava todo molhado mesmo então lá fomos nós. Descemos o Elevador Lacerda, andamos até o Mercado Modelo e agora teríamos que caminhar uns 100 ou 200 metros até o pier do catamarã.

Nesse momento nós estávamos completamente molhados, nem a alma estava seca. Os dois com as mochilas nas costas e havaianas no pé. Em clima de praia: de bermuda e camiseta. Hehehe. Olhamos para aqueles últimos metros sem nenhuma arvorezinha pra diminuir a chuva e pensei: O que é outro peidinho pra quem já está todo cagado? Eu olhava uns gringos andando também até o pier e eles lá caminhando calma e lentamente. Eles estavam mais resignados do que nós. Já que não tinha jeito lá fomos nós. Sem muita pressa. As ruas pareciam rios. Tinha até correnteza. Quando a gente está pra chegar tem uma rua mais baixa que a água deu na minha canela. Sem exagero. Sem pressão. A água passou do tornozelo e estava dando na canela. E eu lá tentando andar de havaianas... Lembro que os últimos passos fiz com um pé no chão e uma havaianas quebrada na mão...

E chegamos totalmente encharcados debaixo de algum teto para esperar o catamarã. E foi assim que começou o meu feriadão para Morro de São Paulo. E eu só fico imaginando o infeliz do rico que pegou o carro importado, largou no estacionamento do aeroporto, pegou um bimotor que custa 3 vezes mais que o catamarã e vai chegar em 20 minutos em Morro. Eu ainda tenho 2 horas dentro de um barco pra chegar lá.

Depois de alguma espera pegamos o catamarã, sentamos no fundo e começamos a viagem. Na saída do pier eu fui tirar umas fotos do dilúvio que caía sobre Salvador para registrar mas para a minha surpresa as fotos saíam todas brancas, estouradas como se diz. Eu não acreditei. A minha máquina tinha dado mais uma vez um problema que não deixa o obturador fechar e todas as fotos saiam estouradas. Pelo jeito o problema voltou. Puta que pariu! Eu tinha usado a máquina poucos dias antes e tudo funcionava bem. Se eu soubesse que ela estava ruim pegava alguma maquina emprestada, mandava consertar, enfim. Pois bem... pelo jeito as imagens de Morro vão ficar só na memória. Frown

A viagem prosseguiu tranquila pois o mar estava mais ou menos calmo. O Dramin estava fazendo efeito e tinha até um soninho rolando mas eu não conseguí dormir. Lá pelas tantas tive que ir no banheiro dar uma mijadinha. Foi triste!

Você já entrou em banheiro de catamarã? É pior que banheiro de avião. É pior que banheiro de ônibus em estrada esburacada. É tão apertado quanto, só que o barco não para de balançar! Balança de uma lado pro outro, de um lado pro outro, de um lado pro outro... É um balançar infinito! Isso porque o mar estava tranquilo! E aí foi que começou o desafio: acertar o mijo no vaso! Não é pra qualquer um não amigo. Tem que ter várias técnicas ninja! Uma para se apoiar e não cair, outra pra segurar o dito e a última parar mirar o mijo naquele alvo, que era o vaso, que ficava balançando de um lado pro outro.

No início, ainda não tinha apurado minhas técnicas ninja de mijar em banheiro de catamarã e por isso comecei com uma mão no dito e outra afastando a bermuda pra baixo. Lógico que não deu certo. Na primeira balançada eu bati minha cabeça na parede e tive que tirar a mão da bermuda pra me apoiar. Como é tudo muito apertado dentro do banheiro lembro que o jato de mijo começou no vaso e terminou na pia. Na segunda balançada o jato de mijo saiu da pia e voltou pro vaso. Meu cacete parecia mais uma mangueira de bombeiro desgovernada jogando mijo pra tudo que é canto. Lembro que o mijo acertou tudo dentro daquele banheiro menos o infeliz do vaso. Mirar o mijo no vaso é algo que exige habilidade fora do comum! Acho que todo passageiro deveria fazer um curso de mijo em alto mar antes de entrar no catamarã. E digo mais! Poderiam introduzir essa nova modalidade nos jogos do Pan! Seria o mijo ao alvo aquático. Não é pra qualquer um não...

Voltei pra minha cadeira. O banheiro era só mijo. Não era a minha intenção mas enfim...

Lá pelas tantas a natureza me chamou mais uma vez. Lá vou eu de novo bater aquele mijão mas dessa vez com técnicas ninja apuradas! Fiz tudo como da primeira vez: uma mão afasta a bermuda e a outra segura o dito. Só que dessa vez eu me joguei na parede. Como o vaso era num dos canto do (minúsculo) banheiro tinha uma parede em quina na parte oposta. Eu me joguei ali naquele canto, me apoiando com as costas e todo torto tentava mirar o mijo no vaso distante. Dessa vez o sucesso foi bem maior. Acho que acertei no vaso uns 60% do mijo. Sucesso! E digo mais... Essa poderia ser outra modalidade do Pan desse ano. Seria o mijo ao alvo aquático a distância!

A viagem continuava... E a maior parte do tempo eu ficava meio que sentado meio que deitado na cadeira - fora as idas pro banheiro, lógico Laughing - olhando para um ponto fixo pra não enjoar. O ponto fixo era quase sempre uma TV onde passava um DVD com uma compilação de músicas do Chiclete, Asa, Daniela e adjacentes, pra galera ir entrando no clima de praia, apesar da chuva lá fora. Tudo normal até aí. O interessante era só quando passavam as músicas do Asa. Todas as músicas do Asa vinham acompanhadas de legendas em inglês! Acho que pra gringaiada acompanhar. Agora pense numa tradutora ninja pra traduzir as músicas do Asa de Águia! Era hilário acompanhar aquilo em inglês. Hilário porque as letras na maioria do tempo eram patéticas mesmo e também em imaginar o esforço da tradutora pra traduzir músicas como Dança da Manivela (só assim pra eu aprender como era manivela em inglês), Dança do Vampiro (dente pra cá, dente pra lá virou tooth comes, tooth goes, hehehe) e outras pérolas. Coitada da tradutora. Mas o melhor mesmo foi quando Durval Lelys começou com o Asa Arrêa. Ficou bem uns 5 minutos falando o Asa Arrêa! Arrêa, arrêa, arrêa... E não é que a tradutora ninja traduziu? Virou: Asa Rules! Rules, rules, rules! Laughing

E assim fomos. Uma mijadinha aqui, Asa rules ali e 2 horas de viagem depois chegamos em Morro de São Paulo quase meio dia...



Viagem a Morro de São Paulo

A Ida, Dia 1, Dia 2, Dia 3, Dia 4, A Volta (parte 1), A Volta (parte 2)

Um comentário:

Morro de São Paulo disse...

Oi Flavio. Realmente você contou tuudo sobre Morro de São Paulo hein? Você organizou a viagem sozinho ou por agência? Eu estou querendo ir agora em setembro e achei algumas promoções legais em Morro de Sao Paulo uma agência local. Tens mais alguma dica para ,e dar?